quinta-feira, 19 de maio de 2016

CÉLIO SILVA: O CANHÃO DO PARQUE SÃO JORGE E DO GIGANTE DA BEIRA RIO

Corinthians 1995 - Acervo particular 

Vagno Célio do Nascimento Silva nasceu em Miracema-RJ, em 20 de maio de 1968. Zagueiro de ótima impulsão, boa colocação e força física, possuía um chute muito potente e marcou muitos gols de falta aproveitando esse canhão que o acompanhou ao longo de sua carreira. Foi dele o gol do título da Copa do Brasil de 1992, pelo Internacional, de pênalti, já no final da partida contra o Fluminense.  

Desde os tempos que jogava aqui em Miracema, onde tive o prazer de atuar ao seu lado e de seus outros quatro irmãos, já demonstrava a sua versatilidade de atuar em mais de uma posição e uma liderança que o fez um jogador respeitado e adorado por onde passou. Por intermédio do presidente da Liga Desportiva de Miracema, Alcir Fernandes de Oliveira, o Maninho, ele foi indicado para fazer o teste no Americano e de imediato foi aprovado. 

Acervo particular 
Outro fator importante foi a persistência por não ter desistido da carreira logo na primeira adversidade que encontrou em Campos, depois de sair de uma cidade pequena do interior e ir morar longe da família. Comprovei pessoalmente o quanto era difícil a sua luta para seguir adiante e concretizar o sonho de vencer no futebol. Poucos sabem das dificuldades pelas quais passou até chegar o momento de desfrutar da fama e da condição de ídolo de duas grandes e apaixonadas torcidas – Internacional e Corinthians – onde conquistou títulos importantes e deixou o seu nome marcado na história dos respectivos clubes.  Até hoje é reverenciado e convidado freqüentemente a participar de diversas festividades que envolvem as duas agremiações.

Não posso deixar de citar duas pessoas que foram muito importantes no apoio, em todos os sentidos, para que o Celinho, assim o chamávamos, tivesse a mínima condição de suportar os obstáculos e a saudade de casa: José Maria, seu irmão mais velho, e o nosso amigo e conterrâneo Adilson Dutra, jornalista, que em Campos já residia e deu um apoio total e irrestrito ao garoto.

Célio saiu de Miracema para o time de juniores do Americano em 26 de fevereiro de 1986. Logo foi alçado ao time principal e em pouco tempo virou titular da zaga do time campista.  As convocações para a Seleção Brasileira de base viraram rotina em 1987, onde participou do tradicional Torneio de Toulon, na França, e fez parte do grupo no Mundial de Juniores, no Chile.
Vasco 1990 - Acervo particular 

As boas atuações despertaram o interesse de outros clubes, mas o Vasco foi mais rápido e o contratou junto ao Americano. Teve bons momentos no time carioca, mas o clube não teve a devida paciência de segurá-lo por mais tempo, já que o mesmo ainda era muito jovem.  Pelo Vasco foram 133 jogos e 3 gols (campeão carioca em 1988 e do brasileiro em 1989), Internacional (campeão gaúcho em 1991 e 92 e da Copa do Brasil em 1992), Caen/França, Corinthians – 157 jogos e 19 gols (campeão paulista em 1995 e 97 e da Copa do Brasil em 1995), Goiás, Flamengo – 19 jogos e 1 gol (campeão da Copa Mercosul em 1999), Atlético (campeão mineiro em 2000), Universidad Católica/Chile (campeão do Apertura 2002), e retornando ao Americano para encerrar a carreira, em 2003.

Na Seleção Brasileira foram 10 jogos, todos oficiais, entre os anos de 1992 e 1997. Fez parte do elenco que conquistou a Copa América de 1997. Por muito pouco não disputou a Copa do Mundo de 1998, na França. Os sérios problemas no joelho abreviaram a trajetória de Célio Silva no futebol. 

Seleção Brasileira de 1997. 
Mencionei acima no final do 3º parágrafo, que até hoje ele é reverenciado pelos torcedores do Internacional e do Corinthians. A seguir, duas homenagens marcantes que ele recebeu dos referidos clubes:
  
Autor do gol do título da Copa do Brasil, em 1992, Célio Silva foi homenageado pelo clube colorado em 2010. Ele recebeu uma camisa do “Campeão de Tudo” com o número 3 gravado às costas. E foi vestindo esta camisa 3 que o miracemense Célio Silva fez o Gigante explodir de alegria no dia 13 de dezembro daquele ano. O adversário na final foi o Fluminense. Aos 43 minutos do segundo tempo, o árbitro marcou um pênalti para o Inter. Coube a Célio Silva a missão de executar a cobrança. E foi com um chutão, no centro do gol, que ele garantiu a conquista do título inédito. São lembranças que jamais serão esquecidas pela torcida colorada. 

Em setembro de 2017, Celio Silva passou a fazer parte da Calçada da Fama do Corinthians. A Calçada foi criada no Centenário do clube para homenagear nomes importantes que fizeram parte da história corintiana. Formou ao lado de Henrique uma dupla de zaga que fez muito sucesso nos anos 90. Em uma disputa organizada pelo Globo Esporte, Célio foi consagrado o “Canhão do Brasileirão”, dono do chute mais potente do país em 1996. Seu chute alcançou a incrível marca de 136km/h em cobrança de falta. 







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