segunda-feira, 6 de junho de 2016

DIREITA OU ESQUERDA - POR BEBETO ALVIM

Acredito que toda cidade que é ou já foi pequena tem ou já teve a sua “Rua Direita” – qual seja a rua principal.

Mas será que uma “Rua Direita” pode ser também “Esquerda”? Ainda não tinha pensado por esse lado.

Aí, passo a me lembrar de certas “nuances” da minha cidade e da sua Rua Direita (com direito a uma possível Esquerda, talvez?).

É que lá, nos idos dos anos sessenta, existia um comportamento um tanto quanto esquisito (existia também em outras localidades), que eu costumo classificar como marcante na “Atipicidade de uma Cidade”.

As pessoas que passeavam pelas ruas e pelo jardim dividiam-se entre as calçadas de um lado e outro da Rua Direita de acordo com sua etnicidade ou condição social.

Na calçada da direita (do lado do ribeirão), concentrava-se a casta elitista; na calçada da esquerda (do lado Rua das Flores), os demais.

Essa formação perdurava ainda quando se dirigiam ao jardim. Os transeuntes do lado direito entravam no jardim, por entre as palmeiras, circundavam a fonte luminosa e voltavam à Rua Direita pelo lado direito. Os transeuntes do lado esquerdo apenas contornavam o jardim, tomando as calçadas laterais, por debaixo dos oitis (oitizeiros) passando pela esquina do início da Rua das Flores, chegando até as imediações da Igreja Matriz e voltavam à Rua Direita pelo lado esquerdo.

Estranho notar que os oitis da Rua Direita só existem no lado direito.

Por vezes, eu andava no “meio da rua”. Não porque eu fosse indeciso ou não optasse por qual “lado do muro”.

Simplesmente eu não concordava!

Ademais, eu carregava uma “mulatinha” a tiracolo. 

Um comentário:

  1. Obrigada Tadeu, pelo carinho com meu irmão, mesmo depois de sua partida para o plano espiritual. Você é um amigo verdadeiro. Fique com Feus

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