Acredito
que toda cidade que é ou já foi pequena tem ou já teve a sua “Rua Direita” –
qual seja a rua principal.
Mas
será que uma “Rua Direita” pode ser também “Esquerda”? Ainda não tinha pensado
por esse lado.
Aí,
passo a me lembrar de certas “nuances” da
minha cidade e da sua Rua Direita (com direito a uma possível Esquerda,
talvez?).
É
que lá, nos idos dos anos sessenta, existia um comportamento um tanto quanto
esquisito (existia também em outras localidades), que eu costumo classificar
como marcante na “Atipicidade
de uma Cidade”.
As
pessoas que passeavam pelas ruas e pelo jardim dividiam-se entre as calçadas de
um lado e outro da Rua Direita de acordo com sua etnicidade ou condição social.
Na
calçada da direita (do lado do ribeirão), concentrava-se a casta elitista; na
calçada da esquerda (do lado Rua das Flores), os demais.
Essa
formação perdurava ainda quando se dirigiam ao jardim. Os transeuntes do lado
direito entravam no jardim, por entre as palmeiras, circundavam a fonte
luminosa e voltavam à Rua Direita pelo lado direito. Os transeuntes do lado
esquerdo apenas contornavam o jardim, tomando as calçadas laterais, por debaixo
dos oitis (oitizeiros) passando pela esquina do início da Rua das Flores,
chegando até as imediações da Igreja Matriz e voltavam à Rua Direita pelo lado
esquerdo.
Estranho
notar que os oitis da Rua Direita só existem no lado direito.
Por
vezes, eu andava no “meio da rua”. Não porque eu fosse indeciso ou não optasse
por qual “lado do muro”.
Simplesmente
eu não concordava!
Ademais,
eu carregava uma “mulatinha” a tiracolo.
Obrigada Tadeu, pelo carinho com meu irmão, mesmo depois de sua partida para o plano espiritual. Você é um amigo verdadeiro. Fique com Feus
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