sábado, 13 de agosto de 2016

COMO SURGIU O GANDULA NO FUTEBOL

Em 1939, o Club de Regatas Vasco da Gama trouxe da Argentina os jogadores Raul Emeal, José Dacunto e Bernardo Gandulla, oriundos do Club Ferro Carril Oeste.

Raul Emeal e Bernardo Gangulla

Considerado os grandes reforços vascaínos para o Campeonato Carioca, os argentinos foram impedidos de vestir a camisa cruzmaltina no início da temporada.  Tudo porque o Ferro Carril alegava ainda ter o passe dos jogadores, mas o Vasco – que nada havia gastado nas negociações – afirmava que os atletas já tinham os seus contratos vencidos e, portanto, estariam livres para atuarem em qualquer clube. A polêmica seguiu por meses, até que os dirigentes cruzmaltinos resolveram pagar 126 mil contos ao clube argentino, valor considerado muito alto para a época.

E foi durante os meses de entrave que surge uma lenda na mídia esportiva a respeito de Bernardo Gandulla. De acordo com histórias vindas de São Januário, o referido jogador ficava do lado de fora do campo e corria para buscar as bolas que saíam, como uma forma de compensar o salário pago pelos brasileiros.

Não demorou muito para que a história fosse responsável por batizar os ajudantes de reposição de bola nos jogos. Na verdade, a expressão gandula já era usada no Rio de Janeiro como o feminino de “gandulo”, que significava “garoto”. Porém, no futebol, a curiosa lenda ajudou a nacionalizar este novo significado para a expressão que acabou ultrapassando os limites da então Capital Federal e sendo adotada oficialmente por todo país.

Bernardo Gandulla participou de 29 partidas com a camisa do Vasco, todas como titular. Totalizou 10 vitórias, 8 empates e 11 derrotas, anotando 10 gols. Em 1940, retornou à Argentina para defender o Boca Juniors. Morreu, aos 83 anos, na cidade de Buenos Aires.

Por Jonathan Silva 

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