João
Claudino, mais conhecido no meio esportivo como Suzano, com 13 anos mudou-se para Niterói com a família. O que não
mudou foi o sonho de se tornar um jogador de futebol profissional. A
proximidade com a capital do estado foi a senha que faltava para o sonho do
garoto virar realidade.
Teve o
privilégio de ser apadrinhado por dois ex-jogadores – Alcir Portela e
o artilheiro Silva, o Batuta – com passagens marcantes pelo Vasco e
Flamengo, respectivamente. Silva também
jogou por um breve período no time vascaíno. Voltando ao assunto em questão,
Suzano passou pelo infantil do Vasco e do Flamengo. Assim ele descreveu a sua
breve passagem pelo rubro-negro:
- Naquela época disputei posição com o Tita e
o Júnior Brasília, que tinha esse apelido por ter vindo da capital federal.
Com o
firme propósito de ser jogador ainda em mente, Suzano ingressou na ADN
(Associação Desportiva Niterói), e disputou o Campeonato Carioca da Primeira Divisão
no final dos anos 70. Posteriormente jogou por outros clubes na Segunda Divisão
do futebol carioca, entre os quais: Canto do Rio, Cruzeiro (ambos de Niterói) e
Costeira (São Gonçalo). Nessa época foi apelidado pelo apresentador da extinta
TV Tupi, Carlos Lima, de “Garrincha da Baixada”.
- Não
lembro o nome do programa, mas ele sempre estava falando de mim. Chamava muito
a atenção pela minha velocidade pelas pontas e também o tamanho, pois sou muito
pequeno. No Jornal Fluminense de Niterói por muitas vezes fui o cara da rodada da
Segunda Divisão do Carioca. Na ADN tive como treinadores os ex-jogadores do
Fluminense Jair Marinho e Altair. Inclusive, o Jair Marinho quando soube que eu
era de Miracema veio conversar comigo. Tenho consciência que os problemas
extracampo atrapalharam minha carreira.
No
Espírito Santo, Suzano defendeu o Estrela, de Cachoeiro de Itapemirim, na 1ª
Divisão Capixaba. Ele era conhecido por lá como Joãozinho Maravilha. No estado
de São Paulo disputou a segundona defendendo o Suzano, da cidade do mesmo nome.
- Tive o prazer de jogar no Suzano ao lado de
Caçapava, ele já no fim de carreira. Também
fiz alguns jogos pelo Goytacaz, de Campos, quando o técnico era o Vicente
Arenari. Joguei na melhor época do nosso futebol, a década de 80, da gaúcha, do
lençol, do futebol show.
Suzano
também defendeu o Miracema FC quando a equipe disputou a Terceira Divisão no
final dos anos 80. Rodou pelo interior do estado do Rio e de Minas Gerais
disputando diversos campeonatos amadores.
Sou
testemunha de seu futebol e como defensor cheguei a enfrentá-lo em algumas
oportunidades pelo Campeonato Municipal de Miracema. A sua baixa estatura
somada com muita velocidade e habilidade, era um jogador muito difícil de
marcar. Não guardava posição fixa e protegia a bola como poucos. Como ele mesmo
definiu acima, a sua trajetória no futebol poderia ter tido uma história bem
diferente.
Para efeito de esclarecimento, o apelido "Suzano" não tem nada a ver com o time paulista da cidade de Susano que ele defendeu.
Para efeito de esclarecimento, o apelido "Suzano" não tem nada a ver com o time paulista da cidade de Susano que ele defendeu.
Suzano faleceu em 24 de janeiro de 2024, em Miracema, deixando uma legião de amigos que fez no futebol, e muitos fãs na carreira de cantor gospel que abraçou ao se tornar evangélico. Gravou CDs e fez muito sucesso, principalmente nas regiões norte e nordeste do país. Foi um grande incentivador do meu trabalho voltado para a memória do esporte e de fatos da história de Miracema.
Nota: texto publicado originalmente em setembro/2016 e editado em janeiro/2024.
Excelente jogador, bom camarada, amigo e uma ótima prosa. Grande Suzana, corrigindo, sempre foi João Suzana, um baita cara. Gosto dele é gostava de ve-lo jogando.
ResponderExcluirMerece este destaque. Parabéns.