O dia 13
de maio de 1959 foi especial para um dos grandes jogadores da história do
futebol brasileiro. Nesse dia, para comemorar a conquista do título mundial de
1958, a Seleção Brasileira realizou um amistoso contra a Inglaterra, única equipe
que não havia perdido para o Brasil durante a Copa da Suécia.
Garrincha,
acima de seu peso ideal, foi barrado e o locutor do estádio anunciou o
ponta-direita: Julinho Botelho. Não houve um torcedor que não vaiasse. Ele escutou tudo do vestiário, virou-se para
Nilton Santos e prometeu jogar bem. Com dois do primeiro tempo ele fez 1 x
0 e depois ainda deu o passe para o segundo gol. A torcida gritava por Garrincha e o
ponta Julinho não se abalou: continuou jogando seu futebol e acabou com o jogo.
Foi uma das maiores atuações individuais de um jogador nos gramados do velho
Maracanã. Saiu aplaudido de pé.
Julinho jogava um futebol de fartos dribles e extrema velocidade, ora fechando em direção ao gol, ora indo até a linha de fundo. E quando chegava ali, não dava um chutão para a área, passava a bola. Teve o azar de jogar na mesma época do inigualável Garrincha.
Julinho jogava um futebol de fartos dribles e extrema velocidade, ora fechando em direção ao gol, ora indo até a linha de fundo. E quando chegava ali, não dava um chutão para a área, passava a bola. Teve o azar de jogar na mesma época do inigualável Garrincha.
Até hoje
ele é reverenciado em Florença, na Itália. Se perguntar por Sócrates ou
Edmundo, dois ex-jogadores da Fiorentina, não importa a idade do torcedor, a
resposta será: “Nós adoramos Julinho”. Seu sucesso na Itália só foi comparável ao
de Mazzola, Falcão e Careca. Para que se tenha uma pequena ideia da devoção ao
jogador, em 1995, quando a Fiorentina organizou uma festa pelos 40 anos da
conquista do primeiro scudetto, mandou passagens aéreas e reservou um hotel de
luxo para Julinho e sua esposa. O craque
foi aplaudido por 40 mil pessoas. No
restaurante próximo à sede do clube, há uma placa: “Aqui almoçava Julinho”.
Outro
fato marcante em sua carreira aconteceu em 1958. Depois de disputar uma
excelente Copa do Mundo de 1954, Julinho foi contratado pela Fiorentina,
levando o time ao título inédito do scudetto. Com a fama e a experiência de três anos na
Europa, foi convocado para a Copa de 1958. Os pontas seriam ele e Joel – que
jogava pelo Flamengo. Julinho recusou o convite. Disse que não seria justo
jogar a Copa no lugar de alguém que estava no Brasil e merecia a convocação. Garrincha
foi o seu substituto. Vestiu a camisa do Brasil em 31 jogos e marcou 10 gols, sendo 27 oficiais e 10 gols. Foi campeão Pan-Americano em 1952.
Júlio
Botelho nasceu na capital paulista em 29 de julho de 1929. Começou no Juventus-SP, e depois brilhou na Portuguesa de Desportos - 191 jogos e 101 gols (campeão do Torneio Rio-São Paulo em 1952 e 1955), Fiorentina - 89 jogos e 22 gols (campeão italiano em 1956) e
Palmeiras - 269 jogos e 81 gols (campeão paulista em 1959 e 1963, da Taça Brasil em 1960 e do Torneio Rio-São Paulo em 1965). No dia 11 de janeiro de 2003, faleceu em São Paulo, aos 73
anos, vitimado por problemas cardíacos, após sofrer um AVC.
Muito melhor que Garrincha!!!!
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