Nota:
a título de esclarecimento, Maria Alice Barroso nasceu, na verdade, na cidade
do Rio de Janeiro, e se mudou ainda criança para Miracema. Porém, por seu
desejo todas as biografias da autora registram sua cidade natal como Miracema.
Assim procedemos para cumprir uma vontade dela.
Colaboração da professora, historiadora e Drª Ana Lúcia Lima da
Costa.
Maria Alice Giudice Barroso Soares veio ao mundo em 06 de novembro de 1926.
Nasceu no Rio de Janeiro, mas considerava-se miracemense. Jornalista e
escritora, durante sua trajetória profissional ganhou dois Prêmios Esso de
Jornalismo e teve notoriedade no Brasil e no exterior com seus livros.
Faleceu em 12 de
outubro de 2012, na cidade mineira de Juiz de Fora, aos 86 anos, em
consequência de um infarto fulminante. Foi sepultada em Miracema, no jazigo da
família de José Giudice. Filha de Oscar Barroso Soares e de Aurora Giudice
Soares, Maria Alice era neta materna de José Giudice, que tanto fez por
Miracema e a quem dedicava amor e reconhecimento.
Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1950 para trabalhar
como redatora do serviço público. Graduou-se em Biblioteconomia, Técnica em Editoração
e Mestre em Ciência da Informação. Por muitos anos trabalhou na Biblioteca
Regional de Copacabana. Foi diretora do
Instituto Nacional do Livro, da Biblioteca Nacional e do Arquivo de Informação.
Lançou seu primeiro livro em 1955 com “OS
POSSEIROS”, focalizando a luta de classes rurais, que rendeu elogios de ninguém
menos do que Jorge Amado e uma publicação na antiga União Soviética com 600 mil
exemplares.
Em 1967, publicou o romance UM NOME
PARA MATAR, o primeiro do “Ciclo Parada de Deus”, que garantiu à escritora o
Prêmio Walmap de Literatura. Em 1969, publicou o livro QUEM MATOU PACÍFICO?, o
segundo do “Ciclo Parada de Deus” e que virou filme do cinema nacional com
estrelas do calibre de Jece Valadão, Jofre Soares e Ruth de Souza. Com A SAGA
DO CAVALO INDOMADO, também um livro do “Ciclo”, recebeu o prêmio Jabuti em
1989, a maior honraria da literatura nacional.
Ganhadora dos maiores prêmios da
Literatura Brasileira, criadora do primeiro romance policial brasileiro
ambientado na província, introdutora, no Brasil, do estilo Nouveau Roman, com
obras traduzidas para o russo, o alemão e o holandês, Maria Alice criou um
espaço ficcional chamado Parada de Deus, em tudo semelhante a Miracema e
manuseou sua matéria e seus personagens, e amou cada linha escrita de tal modo
que essa sua "gente" tornou-se imortal e indestrutível.
De acordo com a descrição do
memorialista Maurício Monteiro, logo após receber o prêmio Walmap, Maria Alice
Barroso veio a Miracema para comemorar a honraria, sendo recebida na Câmara
Municipal. Fez um discurso lembrando a infância, sua família e o avô materno,
José Giudice, um italiano aqui aportado, de grande espírito público, que
ajudava todas as iniciativas em benefício do distrito. Mantenedor da música era
o presidente da XV de Novembro, e toda vez que ia ao Rio de Janeiro fazer
compras para sua loja comercial, a maior do distrito, ia à frente da corporação
Musical e na volta, o mesmo espetáculo.
Maria Alice recebeu, em dezembro de
2011, o Prêmio do Mérito Cultural Hermes Simões Ferreira do Conselho de Cultura
de Miracema, pelo conjunto de sua obra. Deixou um livro no prelo no qual conta
sua autobiografia: MEU DESTINO DE MULHER.
Foi prestada uma homenagem especial à
escritora, na área central do jardim, quando da inauguração de um busto em 12
de novembro de 2018. Marcus Faver e Mauricio Monteiro foram os
idealizadores da justíssima homenagem e buscaram meios para o custeio do busto.
A administração pública ficou responsável pela fixação do formato.
Outros títulos de sua autoria:
HISTÓRIA DE UM CASAMENTO
GLOBO DA MORTE: DIVINO DAS FLORES
A MORTE DO PRESIDENTE OU A AMIGA DE MAMÃE
UM SIMPLES AFETO RECÍPROCO
UM DIA VAMOR RIR DISSO TUDO
ESTAMOS SÓS
BOLA NO PÉ
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Como os irmãos Moreira ela não é valorizada na cidade. Quem conhece sua história admira e a juventude não sabe quem é, a cidade esquece seus grandes personagens.
ResponderExcluirUma grande mulher.
Uma grande escritora que tive o prazer de conhecer através das amigas Lisete e de Tânia de Martino.Estivemos no lançamento do seu último livro" A morte do presidente ou a amiga de mamãe",no antigo Palácio do Catete,atual Museu da República.Estava presente ao seu lado na mesa sua amiga e grande escritora Rachel de Queiroz.tive a felicidade de ser agraciado com a seguinte dedicatória no livro que adquiri e que guardo até hoje:"Para o Ronaldo,também habitante de Parada de Deus,com carinho"Assinado e datado 26/08/94..Tive registrado esse encontro e guardo ainda comigo a foto desse momento.
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