O Rio vai encarar, a
partir do próximo ano, o pacote de austeridade mais duro da crise financeira
que está enfrentando. Entre decretos que serão publicados no primeiro dia de
2017 e projetos de lei que estão previstos para chegar nesta sexta-feira (4) à Assembleia
Legislativa, o Palácio Guanabara pretende adotar medidas como aumentar a
contribuição previdenciária, inclusive com a criação de uma alíquota
extraordinária, acabar com programas sociais, suspender reajustes salariais,
cortar cargos comissionados, elevar impostos e recorrer aos fundos de outros
poderes para pagar servidores. O resultado seria um ganho de arrecadação de R$
13,4 bilhões em 2017 e de R$ 14,76 bilhões no ano seguinte. O governo do estado
alega que, se nada for feito, o rombo ao fim de 2018 vai chegar a R$ 52
bilhões.
Se o governo tiver o apoio da Alerj e a apreciação
do pacote for ágil, parte das medidas que precisa do aval do Legislativo
entrará em vigor em abril do ano que vem. A proposta de aumento das alíquotas
previdenciárias, que pode gerar mais resistência, depende da habilidade
política do presidente da Casa, Jorge Picciani (PMDB), para fechar um acordo
com os deputados. Os servidores ativos, que já contribuem com 11% dos
vencimentos, vão passar a pagar 14%, além de uma alíquota extraordinária de 16%
concebida para reduzir o déficit previdenciário. Inativos e pensionistas que
ganham mais de R$ 5.189 também pagarão os mesmos percentuais.
A mudança mais extrema será sentida na faixa de
aposentados e pensionistas que ganham abaixo de R$ 5.189. Isentos até hoje,
eles passarão a contribuir, caso o projeto de lei seja aprovado, com 30% de
seus vencimentos. Com a medida, todos os funcionários, inclusive aposentados,
terão, ao final, o mesmo desconto nos salários.
A duração dessa alíquota extra, prevista em lei, é
de quatro quadrimestres, ou dezesseis meses. O governo sabe que poderá haver
reação, mas aposta numa estratégia de convencimento alegando que, se não houver
um freio no desequilíbrio das contas públicas, demissões se tornarão
inevitáveis, o que seria mais traumático.
— Se não passar, será demissão em massa ou colapso —
observou um técnico estadual.
Entre os programas sociais, serão extintos por
decreto o Aluguel Social, voltado para desabrigados, e o Renda Melhor,
destinado aos que vivem em extrema pobreza. Os restaurantes populares também
vão acabar, a menos que sejam absorvidos pelos municípios. Os gastos do Bilhete
Único por pessoa ficarão limitados a R$ 150 por mês.
Para crescer a receita, haverá aumento de ICMS de
energia, telecomunicações, gasolina, cerveja, refrigerante e cigarro. O aparato
administrativo não escapou à tesourada. O número de secretarias passará de 20
para 12, com a fusão de várias pastas, e oito autarquias e fundações estaduais
serão extintas.
Fonte: O Globo
Nota do Blog: Não pode ficar sem uma investigação todas as "isenções fiscais" desde o 1º governo do Sérgio Cabral. Enquanto a folha mensal do estado gira em torno de 3 bilhões, os valores que deixaram de entrar nos cofres estão muito acima dos 100 bilhões.
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