Com a anistia e a abertura política, uma era de prosperidade e democracia aguardava o Brasil na nova década. Certo? Errado. Havia uma bomba no
caminho da abertura. Essa bomba explodiu na véspera de 1º de maio, no
Riocentro, dentro do carro de dois militares.
Foi o ápice de uma escalada terrorista de extrema direita
iniciada com os atentados contra bancas de jornal que vendiam publicações de
esquerda. Um IPM (Inquérito Policial
Militar) acobertou as investigações. Golbery do Couto e Silva, o arquiteto da
abertura, deixou o poder um mês após pedir ao presidente Figueiredo o
desmantelamento do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informação – Centro de
Operações de Defesa Interna), órgão subordinado ao Exército, de inteligência e
repressão do governo brasileiro durante o regime inaugurado com o golpe militar
de 1964.
Ano torto, esse: começa a recessão, o desemprego e a condenação
de Lula por “incitamento à greve”. Enfartado, Figueiredo viu sua saúde e seu
governo engasgarem ao lado do país. O processo de abertura, contudo, resistiu.
"Se foi coisa do lado de lá, não poderia ser mais inteligente. Se foi coisa do nosso lado, não poderia haver burrice maior". João Figueiredo, três dias depois da explosão das bombas do Riocentro.
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