Geralmente
quando surge um jogador diferenciado e com algumas características físicas com
um craque do passado ou até de sua época, a imprensa logo se apressa em fazer
comparações do seu futebol ao do “fulano” e ao “ciclano”, e por aí vai. Se o
garoto não tiver uma estrutura mínima, a sua carreira não decola e as
“comparações” ficam eternizadas apenas nas manchetes dos jornais. Existem as
exceções, mas são poucas e muito raras. Na quase totalidade desses fatos, o que
resta são apenas as lembranças de uma carreira que poderia ter tido uma
trajetória diferente.
Quantos
“Pelés” não vingaram ao longo dos anos? Isso é o que podemos chamar de uma
“comparação” mais do que covarde. Citando apenas mais um, o saudoso atacante
Washington – não é aquele que fez dupla com Assis, formando o Casal 20 – que
surgiu no início dos anos 70, foi mais uma vítima dessa comparação com o Rei.
Fiz o
relato acima para exemplificar o “Novo Pelé” que surgiu no Guarani, de
Campinas, no início dos anos 60. Nascido na cidade paulista de Sertãozinho, em
10 de abril de 1942, José de Oliveira Filho, mais conhecido como Berico,
artilheiro do time campineiro, foi logo comparado pela mídia local ao já consagrado
Pelé. O sucesso do garoto fez surgir o interesse de outros clubes e o Flamengo,
já vislumbrando o futuro do “Novo Pelé” em seu quadro e disparando sua
artilharia no Maracanã – palco principal do futebol mundial – foi mais rápido e
o contratou. A negociação foi muito badalada e o jogador teve que sair
escondido de Campinas, pois a torcida do Bugre não aceitava a perda do artilheiro.
Fez o seu
último jogo pelo Flamengo contra o Botafogo, em 8 de maio de 1965, pelo Torneio
Rio-São Paulo, na derrota por 1 a 0. Com 22 jogos e 5 gols marcados, com apenas
oito meses de clube, estava encerrada a passagem de Berico pelo time da Gávea.
A decepção foi muito grande e ele não deixou saudade no torcedor rubro-negro.
A saída
do Flamengo fez bem ao atacante que foi fazer sucesso no futebol mexicano, atuando
por dez anos seguidos, defendendo o Club Deportivo Oro, de Jalisco (1965/71), e
o Pumas (1971/75). Rumou depois para os Estados Unidos e defendeu o San Antonio
Thunder (1975/76), Sacramento Spirits (1977) e o Sacramento Gold (1978), onde
encerrou definitivamente sua carreira, longe dos holofotes e da mídia.
Em 22 de agosto de 2016, aos 74 anos, Berico faleceu na cidade americana de Sacramento, na Califórnia. O seu corpo foi cremado e as cinzas levadas para Puebla, no México. Inclusive, ele tem uma filha que reside em solo mexicano.
Em 22 de agosto de 2016, aos 74 anos, Berico faleceu na cidade americana de Sacramento, na Califórnia. O seu corpo foi cremado e as cinzas levadas para Puebla, no México. Inclusive, ele tem uma filha que reside em solo mexicano.
Esse não vi jogar, apenas lia sobre sua passagem pelo Flamengo e ponto final, não havia naquela época informação sobre os aventureiros da bola brasucas que tentavam a sorto no "Estranja" só mesmos os feras como Julinho Botelho, Evaristo de Macedo, Mazzola, Amarildo e Germano, esse último por causa de seu casamento na nobreza (rsss)
ResponderExcluirMuito obrigada por seu artigo,eu sou a filha de Bérico,lhe agradeço o tempo para a realização da coluna,é Você muito amável
ResponderExcluirEle jogou pelo Atletico de JABOTICABAL....fOI AI QUE FOI PARA O gUARANI.....
ResponderExcluirIsso mesmo. Vi vários gols dele pelo esquadrão de aço (J.A.). Exímio cabeceador.
ExcluirAcompanhei a carreira de BERICO no Brasil através da extinta REVISTA DO ESPORTE.
ResponderExcluirVi jogar! Lembro qdo estreou contra o Olaria!
ResponderExcluirEra criança,em Leopoldina/ MG mas me lembro bem da sua estreia contra o Olaria. De fato causou as melhotes expectativas. Depous virou apelido de gozação e eu mesmo tive um amiguinho q pra sempre ficou sendo o Berico. Mudou-se para Muriaé/MG e perdi o contato. Saudades desta época.
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