quarta-feira, 21 de junho de 2017

LEONEL BRIZOLA: UM GRANDE LÍDER NA ACEPÇÃO DA PALAVRA!


As duas derrotas eleitorais – 1989 e 1994 – cortaram as pretensões presidenciais de Leonel de Moura Brizola, um dos políticos mais temidos pela direita, pelo centro e pela esquerda. A direita repugnava seu passado revolucionário, o centro temia seu populismo e a esquerda não confiava nele por causa de suas alianças.

Esse gaúcho nascido em 22 de janeiro de 1922, no povoado de Cruzinha, que pertenceu a Passo Fundo até 1931, e a partir daí a Carazinho, formou-se em engenharia em 1949, mas gostava mesmo era de política.  Casou-se em 1950 com Neuza Goulart, tendo Getúlio Vargas como padrinho. Fez carreira brilhante como deputado estadual e prefeito de Porto Alegre. 

A ascensão nacional começou quando era governador do Rio Grande do Sul e peitou os militares que não queriam permitir a posse de João Goulart, na Presidência da República, após a renúncia de Jânio Quadros. Convocou os gaúchos, armou a Brigada Militar, transformou o Palácio Piratini em fortaleza, montou uma cadeia de rádio para defender a legalidade – e Goulart acabou tomando posse. Brizola ficou com fama de valente.

Quando os militares derrubaram Goulart, em 1964, Brizola era o deputado federal mais votado do país e tentou reagir como em 1961, mas foi derrotado e fugiu para o Uruguai. Cassado e exilado, de lá liderou a primeira tentativa de revolta contra os militares, a guerrilha de Caparaó, em 1966, financiada por Fidel Castro. Passaram-se 13 anos para que o retorno fosse concretizado.

Foi um dos primeiros a voltar após a anistia de 1979. Tentou organizar as bases de um novo trabalhismo com o PTB, sigla que perdeu para Ivete Vargas, e depois criou o Partido Democrático Trabalhista, PDT, mas foi suplantado nacionalmente pela ascensão do sindicalismo que surgira no ABC paulista, sob a liderança do metalúrgico Luís Inácio Lula da Silva.

Elegeu-se governador do Estado do Rio de Janeiro em 1982 e em 1990.  Em 1998 candidatou-se a vice-presidente na chapa de Lula, mas foram derrotados por Fernando Henrique Cardoso. Em 2000 tentou a prefeitura do Rio, mas novamente saiu derrotado. Em 2002 foi derrotado mais uma vez na tentativa de se eleger senador. 

Já debilitado por algumas infecções, entre elas uma respiratória, Brizola veio a falecer em 21 de junho de 2004, no Rio de Janeiro, devido a uma grave insuficiência cardíaca. Ele foi sepultado em São Borja, na fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina. 

Definitivamente estava encerrada uma das mais extensas biografias políticas do Brasil.

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