As duas derrotas
eleitorais – 1989 e 1994 – cortaram as pretensões presidenciais de Leonel de
Moura Brizola, um dos políticos mais temidos pela direita, pelo centro e pela
esquerda. A direita repugnava seu passado revolucionário, o centro temia seu
populismo e a esquerda não confiava nele por causa de suas alianças.
Esse gaúcho nascido em
22 de janeiro de 1922, no povoado de Cruzinha, que pertenceu a Passo Fundo até
1931, e a partir daí a Carazinho, formou-se em engenharia em 1949,
mas gostava mesmo era de política. Casou-se em 1950 com Neuza Goulart, tendo
Getúlio Vargas como padrinho. Fez carreira brilhante como deputado estadual e
prefeito de Porto Alegre.
A ascensão nacional
começou quando era governador do Rio Grande do Sul e peitou os militares que
não queriam permitir a posse de João Goulart, na Presidência da República, após
a renúncia de Jânio Quadros. Convocou os gaúchos, armou a Brigada Militar,
transformou o Palácio Piratini em fortaleza, montou uma cadeia de rádio para
defender a legalidade – e Goulart acabou tomando posse. Brizola ficou com fama
de valente.
Quando os militares
derrubaram Goulart, em 1964, Brizola era o deputado federal mais votado do país
e tentou reagir como em 1961, mas foi derrotado e fugiu para o Uruguai. Cassado
e exilado, de lá liderou a primeira tentativa de revolta contra os militares, a
guerrilha de Caparaó, em 1966, financiada por Fidel Castro. Passaram-se 13 anos
para que o retorno fosse concretizado.
Foi um dos primeiros a
voltar após a anistia de 1979. Tentou organizar as bases de um novo trabalhismo
com o PTB, sigla que perdeu para Ivete Vargas, e depois criou o Partido
Democrático Trabalhista, PDT, mas foi suplantado nacionalmente pela ascensão do
sindicalismo que surgira no ABC paulista, sob a liderança do metalúrgico Luís
Inácio Lula da Silva.
Elegeu-se governador do
Estado do Rio de Janeiro em 1982 e em 1990. Em 1998 candidatou-se a vice-presidente na
chapa de Lula, mas foram derrotados por Fernando Henrique Cardoso. Em 2000
tentou a prefeitura do Rio, mas novamente saiu derrotado. Em 2002 foi derrotado
mais uma vez na tentativa de se eleger senador.
Já debilitado por
algumas infecções, entre elas uma respiratória, Brizola veio a falecer em 21 de
junho de 2004, no Rio de Janeiro, devido a uma grave insuficiência cardíaca. Ele foi sepultado em São Borja, na fronteira
do Rio Grande do Sul com a Argentina.
Definitivamente estava encerrada uma das mais extensas biografias políticas do Brasil.
Definitivamente estava encerrada uma das mais extensas biografias políticas do Brasil.
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