Ele não estava nos
planos do técnico Gildo Rodrigues, mas a torcida não o esquecia. Nem quatro prestigiosos fazendeiros da região,
que se cotizaram e fizeram um “vaquinha” para pagar seu salário, o mais alto do
time. E Adãozinho, 34 anos, fez jus à fama e ao salário.
Adãozinho e Alexandre, os primeiros agachados a partir da esquerda. |
A fama de Adãozinho
rompeu os limites de Itaperuna. Há quatro anos, foi jogar em Campos, no
Americano e no Goytacaz, mas saudoso de casa, não alcançou o sucesso esperado.
Mais comedido,
Alexandre, 26 anos, artilheiro do time e autor do outro gol, é mineiro de Sete
Lagoas e dono de inesgotável vocação ofensiva. Na terceira divisão fez 26 gols;
na segunda, 16; e, na primeira, iniciou com o pé direito, estreando com mais um
gol.
O estilo vigoroso de
Alexandre lembra o de Roberto, que brilhou no Botafogo nos anos 60. Seu nome,
como o de Adãozinho, foi gritado em coro pela torcida e, isoladamente, pelo
técnico do Flamengo, que o elogiou publicamente.
Alexandre e Adãozinho
fizeram a alegria dos torcedores locais, dos fazendeiros e dos donos de
botequins, lotados até de madrugada na comemoração de uma inesperada e merecida
vitória.
Nota: texto transcrito na íntegra do jornal O Globo, de 11 de março de 1987,
no dia seguinte à vitória do Porto Alegre sobre o Flamengo, por 2 a 0, pelo Campeonato Carioca, com
reportagem de Marcos Penido.
Fotos Arquivo do Eusébio Dornellas
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