Pernambucano de Recife, onde nasceu em 23 de agosto de
1912, Nelson Falcão Rodrigues foi um dos grandes nomes do jornalismo no século
passado.
Quem nunca ouviu falar da obra literária e de
dramaturgia de Nelson Rodrigues? Além de grande escritor, ele também se
caracterizou como um tricolor, torcedor do Fluminense – fanático – e um
cronista esportivo de mão cheia.
Em 1936, Nelson começa a escrever sobre futebol no
“Jornal dos Sports”, que era comandado por seu irmão, o também jornalista Mário
Filho. Mário teve a ideia de convidar pessoas que não eram do futebol para
assinar colunas. Nelson não se fez de rogado e aproveitou a sua paixão pelo
Fluminense e começou a escrever colunas sobre futebol, principalmente sobre o
tricolor carioca.
Nelson Rodrigues, o primeiro jornalista esportivo que
explorou a visão poética do esporte, criou um personagem que ficou marcado na
história do futebol brasileiro: Sobrenatural de Almeida. Toda vez que o
Fluminense perdia para um clube pequeno ou saía um sem ângulo, meio impossível
de acontecer, Nelson dizia que só podia ser obra do “Sobrenatural de Almeida”.
Entre os temas favoritos para as viagens poéticas de
Nelson Rodrigues estavam as aventuras pela ponta-direita feitas por Garrincha,
de quem era um fã incondicional.
Ácido em qualquer um comentário que fizesse, Nelson
também se aventurou pelo rádio e televisão. Comentava partidas para emissoras
cariocas e participava de mesas-redondas com grandes cronistas esportivos, como
Luís Mendes e João Saldanha. Numa dessas, soltou sua frase imortal, ao
comentar sobre um lance claro que ele não havia concordado: “o videotape é
burro.”
Nelson faleceu num domingo, em 21 de dezembro de 1980,
aos 68 anos, de complicações cardíacas e respiratórias. Por ironia do destino,
no fim da tarde daquele mesmo dia ele faria treze pontos na Loteria Esportiva,
num bolão com seu irmão e alguns amigos de O Globo.
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