quarta-feira, 22 de novembro de 2017

QUE FLAMENGO É O SEU?


O meu é o do velho Maracanã, aquele das pastilhas azuis e do cimentão; meu Flamengo era aquele que o geraldino, normalmente filmado pelo Canal 100, ria, xingava e vibrava com um gol do Fio, do Dida, do Marciano, do Almir, do Batuta; meu Flamengo tinha raça e seus torcedores jogavam junto com o time; meu Flamengo não precisa de Arena própria; meu Flamengo é maior que isso; meu Flamengo era pobre e devia a Deus e a todo mundo, mas Deus sempre benevolente nunca nos cobrou, muito pelo contrário, nos bonificava com gols fantásticos nos últimos minutos como aquele de seu xará, o da Raça, na final de 78 ou do Leandro nas finais de 85; meu Flamengo me irritava, por vezes me fez chorar de tristeza como em 69 e 73; meu Flamengo conquistou a América e o Mundo em 81 com a magia de um time único; meu Flamengo não vestia amarelo, mas até poderia tê-lo feito durante a Copa de 82; meu Flamengo era vermelho e negro como a raça da maioria de nossos jogadores e torcedores; meu Flamengo é simples, é pobre, é feliz. Meu Flamengo não existe mais! 


Por Geraldino Arquibaldo, um flamenguista apaixonado que vivenciou os áureos tempos do velho Maracanã.  

Nota do blog: uma crônica que o tricolor Nelson Rodrigues e o botafoguense Armando Nogueira assinariam com honras. 

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