sexta-feira, 29 de junho de 2018

O POETA - POR JOSÉ ERASMO TOSTES


Élcio Letiere de Souza. Este era o seu nome, mas todos o chamavam de Poeta. E de poeta não tinha nada. Jamais fez um verso. Por conversar muito e falar pelos cotovelos, lhe deram este apelido. Falava sobre tudo e de tudo dava definição. Usava sempre um gorro preto, cachecol, unhas grandes e um palito a rolar pela boca de um canto a outro.

Foi alfaiate no tempo que em Miracema havia mais de oito alfaiatarias, passando mais tarde para a profissão de capoteiro, profissão esta que exerceu até a morte. Exímio pescador e profissional, porém, um pouco sem compromisso. O freguês, com pressa do carro, e o Poeta ia pescar, e lá ficando vários dias.

Gabava-se de ser um bom cozinheiro. Ao fazer uma macarronada para os amigos, perdeu os óculos, achando-os mais tarde dentro da panela. De outra feita, não conseguiu fritar os bolinhos de mandioca, pois colocara cimento branco que havia deixado dentro da sacola de farinha de trigo. Numa de suas pescarias, ao passar pela fazenda onde estavam castrando os porcos, arvorou-se a castrador, e meteu mãos à obra, cortou, botou tripas para fora e meteu tripas para dentro, costurou, deu tapinhas na cabeça do porco de doze arrobas dizendo: “Levanta Mimoso”; e o Mimoso nunca mais levantou. 

Teve que sair às pressas, pois o fazendeiro queria fazer o mesmo com ele.E assim morre este tipo de poeta, que nos deixou fatos inesquecíveis, aos setenta e dois anos, que era mais para Magaiver que poeta. Fez tudo que tinha direito na vida, levando consigo, sobre o peito, o boné do glorioso Botafogo, time que era a paixão de sua vida.

terça-feira, 26 de junho de 2018

EDU: MAIS UM CRAQUE DE QUINTINO E DA FAMÍLIA ANTUNES

Edu e Antunes
Eduardo Antunes Coimbra nasceu no Rio de Janeiro, em 05 de fevereiro de 1947. Ao lado de Zico, foi mais um craque da família Antunes. Eduzinho chegou ao time juvenil do América em 1965 e logo foi lançado no time principal pelo técnico Wilson Santos. 

Esse ponta de lança é um dos maiores ídolos da história do América, sendo o segundo maior artilheiro  deste clube carioca, com 212 gols marcados em 402 jogos – entre 1966 e 1974 –, e sempre  lembrado pelo futebol refinado, de dribles curtos, chutes certeiros, passes e lançamentos precisos. O baixinho (1,64) ficou conhecido como  “Pequeno Príncipe”.

Edu não passou pelo futebol apenas como mais um irmão do Galinho, ele marcou sua trajetória, principalmente no América, praticando um futebol de alto nível. Seus irmãos mais velhos, Antunes e Nando, também jogaram pelo América. 

Quando deixou o América não conseguiu apresentar o mesmo futebol de qualidade em outros clubes. Oportunidades ele teve, mas o rendimento ficou muito aquém do que se esperava. Inclusive, entre outubro de 75 e junho de 76, jogou ao lado de Zico, no Flamengo, sem conseguir o sucesso esperado.  Foram apenas 24 jogos e 6 gols marcados.

Depois do América jogou no Vasco, Bahia (campeão baiano em 1975), Flamengo, Colorado (PR), Joinville, Brasília e Campo Grande, onde encerrou a carreira, em 1981. Edu tornou-se treinador, iniciando a nova função no seu América, em 1982.

Em 1984, após um excelente trabalho como técnico do Vasco – foi vice-campeão brasileiro – chegou a dirigir a Seleção Brasileira em três partidas amistosas. Após os resultados negativos foi demitido do cargo. Com jogador atuou em duas partidas oficiais, em 1967. 

sábado, 23 de junho de 2018

O ÔNIBUS - POR JOSÉ ERASMO TOSTES


A estrada de Miracema para Itaperuna, na década de cinquenta, não era asfaltada. Uma estrada de chão, com muita costela e poeira. Na época das chuvas era barro e atoleiros. Gastavam-se quase quatro horas de viagem, passando-se por diversas localidades e fazendas: Fazenda do Angico, Quero-vê, Cachoeira, Flores, Panorama, Morro dos Padeiros, Belo Monte, Paranhos e Salgada.

O ônibus tinha como motorista o Filhinho Barros, que conhecia todos os passageiros, assim também como era conhecido por todos. Havia os passageiros tradicionais, como o Pedro Padeiro, que carregava uma cesta de um metro e meio de comprimento, com pão e rosca, e na volta, trazia ovos, frangos e outros bichos. Orestes, vendedor de jogo de bicho, andava sempre com uma sacola feita de pano pendurada no ombro. Neném Fachada, Zinho Letiere, o Joãozinho Maulaz, que era juiz de paz... vinham à nossa cidade todos os dias. E, num daqueles dias em que o ônibus fazia o retorno, o Filhinho Barros, o motorista, avistou uma passageira que vinha ao longe, descendo o morro, com uma criança num braço e no outro, uma sombrinha. Vinha gesticulando para que o ônibus parasse, e o Filhinho fez uma parada rápida, sem desligar o motor, e a poeira entrou toda de uma só vez, o calor aumentou rápido, a fumaça do cano de descarga entrou junto com a poeira, os ovos na cesta do padeiro quebraram-se todos.

E o Filhinho, esperando a passageira chegar. Os demais, já impacientes pela demora. O Orestes, preocupado com os talões do jogo de bicho, por não chegar na hora da entrega. Até que a mulher chegou esbaforida, e o Filhinho disse: “Entra, entra logo que já estamos atrasados”. Ao que a mulher retrucou: “Não Sr. Filhinho, eu só queria saber as horas”.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

MIRACEMENSE É DESTAQUE EM MATÉRIA DO JORNAL O GLOBO

Orgulhosa, Lucília exibe a escultura do irmão mais velho, Zezé Moreira,
que fez história como técnico de futebol

Futebol: amor e tradição carregados no DNA. 

Irmã de bicampeão do mundo, aposentada é aficionada por Copa do Mundo. Lucília Moreira acompanhou o primeiro mundial pelo rádio e não perde um bolão.

A professora aposentada Lucília Moreira nasceu no mesmo ano em que o rádio chegou ao Brasil: 1922. Foi pelas ondas sonoras que, aos 8 anos, ela acompanhou a primeira Copa do Mundo, realizada no Uruguai, em 1930. Desde então — 20 Mundiais depois e aos 95 anos —, o encantamento e a vibração que pulsavam na menina ainda são os mesmos. Palpiteira, ela não passa uma edição sem participar de um bolão. E faz bonito, garante. A paixão pelo esporte está no DNA de Lucília. Ela é irmã de três técnicos que fizeram história no futebol nacional: Zezé Moreira, da seleção brasileira na Copa de 1954, na Suíça; Aymoré Moreira, bicampeão do mundo em 1962, no Chile; e Ayrton Moreira, que fez carreira em Minas Gerais.

Caçula e órfã de mãe aos 2 anos, Lucília foi criada pelo pai, Alfredo Moreira, com a ajuda dos irmãos (um quarto não se interessou por esporte e virou músico). O patriarca era um rígido farmacêutico que tinha horror a futebol. Culpa dos filhos, que trocavam os estudos pelas peladas nas ruas de Miracema, interior fluminense, onde a família morava. Para afastá-los da bola, Alfredo mandou os meninos morarem com um tio, no Rio. A punição teve efeito inverso. O tio adorava esporte, e os três seguiram carreira de jogador. Todos começaram no Botafogo, que na época se chamava Electro Club, mas foi como treinadores que eles se destacaram.
— Eles nasceram com a bola no pé e me influenciaram muito. Antes de eles irem morar com nosso tio, eu jogava com eles e com outros meninos, porque na época menina não jogava bola — conta Lucília.

Aos 17 anos, ela passou a dar aula de educação básica em Miracema, mas sua paixão por esportes era tamanha que logo decidiu que lecionaria educação física também. Ingressou, então, num curso que equivalia ao bacharelado de hoje, no Clube Caio Martins, em Icaraí.
— Por ser capital, Niterói era uma cidade muito mais avançada do que as outras, e estávamos sempre vindo para cá — pontua.

Formada, Lucília voltou a Miracema e, além de educação básica, passou a dar aulas de educação física e ginástica rítmica. Outra paixão de Lucília era o vôlei. Ela foi campeã estadual de vôlei em Niterói, no início da década de 1940.

A relação dela com a cidade não parou por aí. Ela casou-se aos 29 anos com Antônio Machado, um bancário que também adorava futebol e era apaixonado pelo Vasco. O casal teve quatro filhos, Carlos Augusto, de 64 anos; Deisy Maria, de 63, Antônio Augusto, de 60; e Lucília, de 58. Todos herdaram a paixão pelo futebol e pelo time cruzmaltino. Com a troca de emprego do marido, nos anos 60, Lucília e a família foram morar em Itaperuna, mas dez anos depois estavam de volta a Niterói para que os filhos ingressassem na faculdade.

Antônio, o caçula entre os meninos de dona Lucília, chegou a jogar profissionalmente, mas não seguiu carreira. O filho dele, Marcello Machado, também enveredou pelo futebol, mas migrou para o handebol de praia, sendo hoje atleta da seleção brasileira de handbeach. O sobrenome da família, porém, já havia sido escrito na história do futebol nacional. Em Miracema existe um museu e um estádio de futebol chamados Irmãos Moreira.

Por ter começado a vida profissional muito cedo, Lucília se aposentou aos 46 anos, mas continuou dando aulas de alfabetização para adultos e idosos. Encerrou a carreira no fim dos anos 1970.
— Até hoje os alunos me ligam para saber como estou. Alguns têm mais de 80 anos — conta.

Superativa, Lucília nunca deixou de se exercitar e hoje orgulha-se de sua disposição e sua flexibilidade. Moradora do Ingá, ela faz alongamento e fisioterapia. Tudo sozinha, em casa:
— Levanto num salto só. Faço meus alongamentos pela manhã e não tenho uma dor de cabeça. Meu médico fala que não tenho corpo de 95 anos, mas de menos de 80, fruto da atividade física. Além disso, no meu prato também não faltam verduras e legumes. Mentalmente, eu me sinto com 22, mas infelizmente já não posso fazer tudo que fazia aos 22.


EXPECTATIVA PELO HEXA

Dona Lucília gosta de se manter informada lendo jornais e ouvindo rádio e tem uma memória invejável, perfeita para quem gosta de recordar o passado e lembrar dos mínimos detalhes de histórias da família, quase todas ligadas ao futebol, claro.
— Eu me recordo de tudo o que vivi, e a cada vez que conto a minha história é uma forma de revivê-la — diz Lucília ao mostrar o álbum de família.

A filha caçula de dona Lucília, que herdou o nome da mãe, conta que em dias de jogo do Brasil a família toda se reúne e faz festa o dia inteiro. A matriarca acredita que desta vez o hexa vem. Na estreia da seleção contra a Suíça, ela acertou que teria gol de Philippe Coutinho:
— Só faltou o do Neymar. Mas não tem problema. Empatamos quando podíamos empatar. Daqui para frente, vamos jogar para vencer.

Reportagem de Priscilla Aguiar Litwak / Agência O Globo

quinta-feira, 21 de junho de 2018

O PORTUGUÊS - POR JOSÉ ERASMO TOSTES


David Abrantes, português, casou-se em Miracema na família Coelho, e desse casamento teve duas meninas e um menino, que se chamava David, nome do pai, David Português, como era conhecido por todos.

David tinha uma linha de leite que fazia o percurso São Felipe/Paraíso/Miracema. Trazia o leite para a congelação, que ficava em frente ao Hotel Assis (onde hoje é o Banco Bradesco). Revendia leite e manteiga em sua residência, que ficava na Rua Dr. Monteiro.

Mais tarde, David criou uma linha de ônibus, que fazia o mesmo percurso. Ele mesmo montava os seus ônibus, e fabricava as carrocerias. O primeiro foi apelidado de Jardineira, tinha as laterais abertas como um bonde, com estribos para o passageiro subir e descer. Depois fabricou uma carroceria, toda fechada, com o teto abaulado, que foi apelidada da Abóbora Paca. Qual não foi a sua surpresa, depois de tudo pronto, constatar que o ônibus era mais alto do que o portão da garagem. Teve que desmanchar tudo para a Abóbora poder sair.

Mas voltemos ao leite e à manteiga. Um pastor, freguês do David Português, estava devendo há muito tempo. David então mandou seu filho Davizinho fazer a cobrança. Quando Davizinho chegou à igreja, o pastor estava no púlpito, com a Bíblia na mão, e dizia: “O que disse David?”. E Davizinho, na sua ingenuidade, respondeu: “O papai disse que se o senhor não pagar, não vai mandar mais leite e manteiga”.



sábado, 16 de junho de 2018

A 3ª DIVISÃO DO CAMPEONATO CARIOCA FOI NOTÍCIA NA REVISTA PLACAR...


Em 1988, o time do Miracema Futebol Clube disputou pela primeira vez a 3ª Divisão do Campeonato Carioca. No entanto, não teve vida longa na competição e a mesma só serviu para abrir uma ferida no futebol amador de nossa cidade, até hoje não cicatrizada. 

Lembro-me de ter assistido ao jogo contra o Campos, no campo do adversário. Estava por lá e fui acompanhar a partida, no acanhado estádio do Parque Leopoldina. Saiu um ônibus lotado de torcedores para prestigiar o jogo, em que o Miracema acabou derrotado. 

Em julho do mesmo ano a competição foi matéria de quatro páginas da revista Placar (edição nº 947), contando com detalhes minuciosos todas as dificuldades e a dura realidade dos times e jogadores em disputar uma competição totalmente deficitária. E já se passaram tantos anos e praticamente nada mudou na péssima organização e desleixo com essa competição.

Ao final do certame, sagraram-se campeões o América de Três Rios e o União Nacional, ambos promovidos para a Segunda Divisão de 1989. Não houve jogo final e ambos foram declarados vencedores. O Miracema ainda disputou a competição até 1992, sempre passando longe de seu objetivo.  



Alguns tópicos da matéria com a excelente reportagem de Jorge Luiz Rodrigues e do fotógrafo Fernando Pimentel:

- Na verdade, os estádios da Terceirona são tão exóticos como seus astros. Em Mendes, o pequenino Vila Wesley fica nos fundos de uma vila de casas. No Ferradurão, de Miracema, uma casa invade parte das arquibancadas e o dono, Altamiro, assiste da janela de um dos quartos aos jogos do time de seu coração. “Isso é que é torcer de camarote”, brinca.



- Peso também é o que não falta ao centroavante Edmar, do Miracema. Com 84 kg distribuídos por 1,72m de altura, seus músculos não só amedrontam os zagueiros adversários como também os ladrões que viviam invadindo o estádio do time à noite. Assim, além de receber os salários por seus gols, ganha um reforço financeiro como vigia noturno do Ferradurão.


No alto, à direita, fotos de Edmar e Pedrinho

-  O lateral Pedrinho, do Miracema, que está há dois meses sem ver a cor do dinheiro, diz: “Daqui não saio”, garante. “Tenho meu emprego na Prefeitura.” Pedrinho é zelador da praça do centro da cidade – e  nenhuma folha seca consegue driblar sua vassoura.

Participaram do Campeonato Estadual da Terceira Divisão as seguintes agremiações:

América Futebol Clube, de Três Rios
Campos Atlético Clube, de Campos
Cantagalo Esporte Clube, de Cantagalo
Ceres Futebol Clube, do Rio de Janeiro
União Esportiva Coelho da Rocha, de São João de Meriti
Frigorífico Atlético Clube, de Mendes
Heliópolis Atlético Clube, de Belford Roxo
Itaguaí Atlético Clube, de Itaguaí
Miracema Futebol Clube, de Miracema
Olympico Futebol Clube, de Bom Jesus do Itabapoana
Rio das Ostras Futebol Clube, de Rio das Ostras
Esporte Clube São João, de Casimiro de Abreu
Saquarema Futebol Clube, de Saquarema
Tamoio Futebol Clube, de Duque de Caxias
Tupy Sport Club, de Paracambi
União Nacional Futebol Clube, de Macaé
Associação Esportiva XV de Novembro, de Araruama








segunda-feira, 11 de junho de 2018

O CHATO - POR JOSÉ ERASMO TOSTES


Os dois personagens aqui retratados, somente quem os conheceu pessoalmente pode avaliar o inteiro teor desta crônica.

Balbino de Andrade era um sitiante na divisa de Palma com Miracema. Pai de numerosa família, homem simples, porém de educação esmerada, modo afável, de fino trato. Usava sempre um terno de linho, camisa abotoada no pescoço por uma abotoadura de ouro. Gostava de experimentar uma pinga e um fumo de rolo na venda do Sr. Cícero e do Sr. Aguiar, mas só experimentar, sempre dizendo que ia comprar na próxima vez.

Ao cumprimentar as pessoas, Balbino segurava a mão da mesma, demoradamente, inspirava e expirava entre uma frase e outra, pausadamente, até concluir suas ideias. Tanto assim que, quando se estava com pressa, evitava-se conversar com ele.

Certo dia estava o Balbino no ponto do ônibus que o levaria para a sua propriedade, e chegou o nosso amigo Alberto, apelidado de Formidável, tal seu ar de gozador. Cumprimentou o Balbino, e, segurando-lhe a mão, começou a conversar demoradamente. Chega o ônibus, o Balbino querendo se desvencilhar do Formidável, e este segurou-lhe a mão até o Balbino perder o ônibus. O Balbino, com aquela educação que lhe era peculiar, olhou para o Formidável, inspirou profundamente e lhe disse: “Sr. Formidááável, eu gosto muiiito do senhor, lhe apreciiio muiiito, mas vai me desculpaaar, o senhor é muiiito chato”.



domingo, 10 de junho de 2018

OS RECORDISTAS DA SELEÇÃO EM NÚMEROS DE JOGOS E GOLS (OFICIAIS)


OS NÚMEROS DE CADA JOGADOR SÃO DOS CONFRONTOS CONTRA OUTRAS SELEÇÕES EM JOGOS DO TIME PRINCIPAL (OFICIAL). NÃO CONTA JOGOS CONTRA CLUBES, COMBINADOS E SELEÇÕES ESTADUAIS (NÃO OFICIAIS), E TORNEIOS DO PAN-AMERICANO E JOGOS OLÍMPICOS. 

OBS: ENTRE PARÊNTESES O NÚMERO TOTAL DE JOGOS E GOLS (INCLUINDO OS NÃO OFICIAIS), EXCETO PARTIDAS PELO PAN, OLIMPÍADAS E AMISTOSOS PREPARATÓRIOS PARA ESSAS COMPETIÇÕES. 

DADOS ATUALIZADOS ATÉ 10/06/2018

OS QUE MAIS JOGARAM:
CAFU – 143 JOGOS (150 JOGOS)
ROBERTO CARLOS - 125 (129) 
DANIEL ALVES – 109 (107)
LÚCIO – 105 (107)
TAFFAREL – 102 (108)
DJALMA SANTOS – 98 (111)
RONALDO FENÔMENO – 98 (104)
RONALDINHO GAÚCHO – 95 (99)
ROBINHO – 96 (98)
GILMAR DOS SANTOS (G) – 94 (104)
GILBERTO SILVA – 94 (98)
RIVELINO – 92 (120)
DUNGA – 92 (95)
PELÉ – 91 (114)
DIDA (G) – 90 (93)
KAKÁ – 88 (90)
JÚLIO CÉSAR (G) – 88 (88)
NEYMAR – 86 (86)
ZÉ ROBERTO – 83 (86)
EMERSON LEÃO – 81 (104)
JAIRZINHO – 81 (100)
ALDAIR – 81 (85)
JUAN (Z) – 81 (83)
BEBETO – 77 (81)
RIVALDO – 75 (77)
NILTON SANTOS – 74 (85)
EMERSON (EX-GRÊMIO) – 73 (77)
ZICO – 72 (88)
BRANCO – 72 (77)
ROMÁRIO – 71 (74)
THIAGO SILVA – 71 (71)
JÚNIOR CAPACETE – 70 (74)
MAICON (EX-CRUZEIRO) – 70 (70)

OS MAIORES ARTILHEIROS:
PELÉ - 77 GOLS EM 91 JOGOS (95 G EM 114 J)
RONALDO FENÔMENO – 62 EM 98 JOGOS (67 G EM 104 J)
ROMÁRIO – 56 EM 71 JOGOS (56 G EM 74 J)
NEYMAR – 55 EM 86 JOGOS (55 G EM 86 J)
ZICO – 52 EM 72 JOGOS (66 G EM 88 J)
BEBETO – 39 EM 77 JOGOS (37 G EM 81 J)
RIVALDO – 36 EM 75 JOGOS (37 G EM 77 J)
JAIRZINHO – 35 EM 81 JOGOS (40 G EM 100 J)
RONALDINHO GAÚCHO – 35 EM 95 JOGOS (37 G EM 99 J)
TOSTÃO – 32 EM 54 JOGOS (36 G EM 65 J)
ADEMIR MENEZES – 31 EM 39 JOGOS (35 G EM 41 J)
ROBINHO – 30 EM 96 JOGOS (31 G EM 98 J)
ADRIANO – 27 EM 38 JOGOS (29 G EM 41 J)
ZIZINHO – 27 EM 53 JOGOS (28 G EM 54 J)
CARECA – 27 EM 59 JOGOS (28 G EM 63 J)
KAKÁ – 25 EM 88 JOGOS (26 G EM 90 J)

NO DETALHE...


LEÔNIDAS DA SILVA:
LEVANDO-SE EM CONTA TODOS OS JOGOS (OFICIAIS E NÃO OFICIAIS), LEÔNIDAS DA SILVA – O DIAMANTE NEGRO – TEM A MELHOR MÉDIA DE TODOS OS ARTILHEIROS: FORAM 37 GOLS EM 37 JOGOS, SENDO 20 GOLS EM 18 JOGOS OFICIAIS.

GARRINCHA:
SEUS NÚMEROS PELA SELEÇÃO SÃO INCRÍVEIS. CONTANDO JOGOS OFICIAIS E NÃO OFICIAIS, EM 60 JOGOS ELE SAIU DERROTADO EM APENAS UMA PARTIDA E, POR COINCIDÊNCIA, EM SEU ÚLTIMO JOGO COM A CAMISA DO BRASIL, EM 15/07/66, NO CONFRONTO CONTRA A HUNGRIA PELA COPA DO MUNDO, POR 3 X 1. NA DERROTA PARA PORTUGAL, TAMBÉM NA COPA DE 66, ELE NÃO ENTROU EM CAMPO. SEUS NÚMEROS (TOTAL): 60 JOGOS; 52 VITÓRIAS; 7 EMPATES; 1 DERROTA; 16 GOLS MARCADOS. SEUS NÚMEROS (OFICIAL): 50 JOGOS; 43 VITÓRIAS; 6 EMPATES; 1 DERROTA; 11 GOLS.


PELÉ E GARRINCHA:
JOGANDO JUNTOS PELA SELEÇÃO ELES NUNCA PERDERAM. EM 40 PARTIDAS REALIZADAS, FORAM 36 VITÓRIAS E 4 EMPATES, COM UM APROVEITAMENTO ESPETACULAR DE 95%. NOS OITO ANOS ENTRE A PRIMEIRA E ÚLTIMA PARTIDA DA DUPLA, DE 18/05/1958 A 12/07/1966, O BRASIL MARCOU 120 GOLS. OS DOIS JUNTOS MARCARAM 55: PELÉ FEZ 44 E GARRINCHA 11. NESSE PERÍODO A SELEÇÃO CONQUISTOU DOIS TÍTULOS MUNDIAIS – 1958 E 1962.

sexta-feira, 8 de junho de 2018

O CONTADOR DE HISTÓRIAS - POR JOSÉ ERASMO TOSTES



Há pessoas que ao conversar gostam de contar histórias. Assim era meu avô, pai de minha mãe, chamado Veriano. Eu era criança e gostava de ouvir as histórias que contava.

Ele já tinha uma idade avançada, morava em um sítio, no Belo Monte, fazendo divisa com os imigrantes italianos da família Mercante e dos Letiéri. Comprava aves, ovos e cabritos nas cercanias, trazia e os revendia para o comprador Manoel de Jesus e este mandava as mercadorias em grades de madeira com tela de arame pela Estrada de Ferro Leopoldina, todas as semanas, para o Rio de Janeiro. Tivemos o ciclo do café, da cana de açúcar, do arroz e também das aves.

Meu avô era pai de doze filhos: sete mulheres e cinco homens. Um dia foi contrariado por um dos filhos, saiu de casa e nunca mais soubemos do seu paradeiro. Em sua casa na roça havia, no terreiro, uma grande pedra arredondada, onde os filhos sentavam e tocavam vários instrumentos de corda. Na parte de trás havia um porão onde eram guardadas as ferramentas agrícolas. Ali amarravam os animais para tratamento e outras serventias.

Um dia, vindo à Miracema, contou-me que um seu amigo resolvera vender o sítio. Procurou seu vizinho que sabia escrever muito bem, pois era poeta, para que fizesse um anúncio para realizar a venda. O poeta então escreveu que o sítio que estava à venda era muito bonito; que ao alvorecer o sol saía por trás das verdes matas, parecia que o céu iria encontrar com a terra; poderia ver em todas as primaveras o desabrochar das flores ou os zumbidos dos insetos; que o marulhar da cachoeira transmitia uma doce paz dolente nas pessoas que lá viviam; que o cantar dos pássaros era uma verdadeira festa harmoniosa durante as madrugadas; que o vento ao roçar nas palmeiras promovia uma verdadeira sinfonia. Passados os dias, o poeta encontra com o amigo e pergunta: - Já vendeu o sítio? Ele respondeu: - Não quero mais vendê-lo. Depois é que fui ver que o meu sítio tinha tudo isso que você escreveu, e eu nunca havia reparado.

Isso acontece com muita gente, que não percebe o que tem à sua volta. Passa a dar mais valor ao que tem, após perdê-lo.

Meu avô parava um pouco a conversa, acendia o cigarro de palha e continuava contando que, quando meu pai, ainda solteiro, namorava sua filha, que mais tarde seria a minha mãe, todas as noites ia montado em um burro que deixava debaixo do porão da casa enquanto namorava. Passados uns tempos ele brigou com a namorada e havia resolvido que lá não mais iria voltar. Mas aconteceu um imprevisto: Ele havia arreado o burro e caminhava em direção a outro lugar, mas o animal empacava. Devido ao costume, foi arrastando-o em direção a casa onde estava acostumado ir e foi entrando debaixo do porão. Sem graça, apeou e reatou o namoro e acabou casando.

Se o burro não houvesse, naquele dia, entrado debaixo do porão da casa, hoje eu não estaria aqui para contar esta história.


MAOMÉ (MOHAMED) E O ISLAMISMO


Maomé, o fundador do Islamismo e profeta do Alcorão, livro sagrado da religião muçulmana, faleceu em 8 de junho do ano 632. A sua morte provocou uma crise no mundo árabe, já que Maomé não deixou descendentes masculinos e não designou nenhum sucessor.

Neste dia, Abu-Bekr, foi eleito às pressas por alguns líderes árabes, o que acabou virando motivo de divisão entre os fieis.

Imagine-se que a crise no mundo árabe vem desde o ano de 632, conforme descrito acima. As desavenças religiosas e políticas se perpetuam por gerações e mais gerações. 

Até quando? Neste caso, é uma pergunta que não tem resposta. 

quarta-feira, 6 de junho de 2018

O GALO - POR JOSÉ ERASMO TOSTES



Estava velando o corpo de meu pai em nossa própria residência (naquela época não havia capela mortuária) e lá pelas tantas da noite, chega o Napoleão Pedreiro. Napoleão era um mulato de pele manchada de branco pelo vitiligo, mentiroso por natureza e contador de anedotas em todos os velórios.

Estava ele na parte de fora da casa, cercado por outras pessoas, quando eu ouvi o que contava. Dizia que o seu amigo Manoel Baú, como era apelidado, casado com uma mulher analfabeta de pai e mãe, estava com uma prisão de ventre danada, há 20 dias sem ir ao mato. Mandou a mulher vir na cidade buscar um remédio na farmácia do Sr. Scilio, farmacêutico dos mais afamados na região, do qual todos tinham confiança em sua receita.

Lá chegando, o Scilio receitou um purgante para tomar às quatro da manhã. A mulher então disse que em sua casa não tinha relógio, mas o galo cantava todos os dias às quatro horas. Então o Scilio disse: “Quando o galo cantar, você dá todo esse purgante”.

Passado alguns dias, a mulher voltou à farmácia, e o Scilio perguntou se o Manoel tinha sarado, ela então respondeu: “Ele não está muito bom não, mas o galo teve uma caganeira danada que botou até as tripas pra fora”.