Diversos vigias passaram por minha rua, mas dois deles
ficaram inesquecíveis. O Senhor Manoel, como era chamado, foi um deles. Já de
certa idade, usava um paletó branco e ensebado, botinas que pareciam bem
maiores que os seus pés e carregava sempre uma garrafa térmica debaixo do
braço, tomava café a noite inteira, mas ficou somente três meses no serviço.
Veio reclamar que ia abandonar o emprego porque durante os três meses que
trabalhou, roubaram-lhe quatro garrafas. Bom vigia hem?
O segundo vigia se chamava Euzébio, que certa noite, quando fazia a ronda, fora chamado por um morador que lhe disse: “Vou sair, toma vinte mil reis e não deixa ninguém entrar na minha casa, somente eu que sou o marido, posso entrar”. E se foi. Um pouco mais tarde, o Euzébio, tendo que se ausentar, chamou um amigo que estava passando e lhe disse: “Fica no meu lugar, vou lhe dar dez mil reis e você não deixe ninguém entrar naquela casa, somente o marido”. De manhã, chegando o marido, e como o vigia não o conhecia, disse: “Não pode entrar, somente o marido”. E o outro retrucou: “Mas eu sou o marido”. E o vigia: “Com esse negócio de ‘eu sou o marido’, já são três que entraram aí esta noite”.
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