ARMANDO
NOGUEIRA nasceu no dia 14 de janeiro de 1927, em Xapuri, no Acre. Chegou ao Rio
de Janeiro em 1944, onde logo começou a trabalhar.
Iniciou
a carreira de jornalista no “Diário Carioca”, em 1950, no qual trabalhou como
repórter, redator e colunista. Em 1954, cobriu a sua primeira Copa do Mundo, na
Suíça. Lá, flagrou aquela confusão entre os jogadores em que o técnico da
Seleção, Zezé Moreira, arremessou uma chuteira que acertou o ministro de
Esportes da Hungria. Desde então, participou da cobertura dos 13 Mundiais
seguintes.
Após
passagem pela revista “Manchete”, trabalhou como repórter fotográfico na
revista “O Cruzeiro”. Por lá ficou dois anos, transferindo-se depois para o
“Jornal do Brasil”, onde foi relator e colunista, no período de 1961 a 1973,
responsável pela coluna “Na Grande Área.”
Foi
para a Rede Globo em 1966, tendo papel fundamental no desenvolvimento do
telejornalismo da emissora e do Brasil, atuando ativamente na criação do Jornal
Nacional.
Participou
pela primeira vez da cobertura de uma Olimpíada em 1980, em Moscou. Acompanhou os
Jogos Olímpicos em mais seis edições. Sua única ausência aconteceu em 2008, em
Pequim, por problemas de saúde.
Em
1990 deixou a Rede Globo e passou a se dedicar exclusivamente ao esporte. Escreveu
para diversos jornais, foi comentarista da TV Cultura e da TV Bandeirantes,
onde participou do programa Apito Final. No SporTV,
participou dos programas Papo com Armando Nogueira, Esporte Real e Redação SportTV, entre 1995 e 2007. Foi comentarista
também da Rádio CBN.
Em agosto
de 2007, afastou-se da televisão após o diagnóstico de um câncer no cérebro,
que o levou a óbito em 29 de março de 2010, aos 83 anos, na capital carioca.
Ao longo da
carreira, Armando Nogueira escreveu dez livros, todos eles sobre esporte. Ainda
em vida recebeu duas homenagens: a Suderj (Superintendência de Desportos da
Cidade do Rio de Janeiro) inaugurou o Espaço Armando Nogueira, em 30 de março de 2008, no acesso à
tribuna de imprensa do Maracanã (não sei informar se após a “demolição”
do velho Maracanã a homenagem continua de pé); o Botafogo homenageou Armando
Nogueira, em 2009, nomeando a sala de imprensa do Centro de Treinamento de
General Severiano com o nome dele.
Ao ser homenageado na Suderj, e já apresentando lentidão para falar, ele assim descreveu o caminho que viveu as maiores emoções em 58 anos de vida no futebol: “Meu maior prazer no Maracanã não vem de nenhum jogo, mas de subir até a tribuna de imprensa e ver o estádio lotado”. Sobre essa homenagem de 2008, na reportagem do jornal Extra assim foi descrito o 1º parágrafo: "Com os pés que nunca foram os seus, como diz em sua poesia 'Maracanã', Armando Nogueira perdeu a conta dos gols que fez ali. Usando as mãos, devolveu, com a genialidade dos craques, a inspiração recebida para perpetuar a mística do estádio. Pelos seus incontáveis gols de letra, o cronista, poeta e testemunha das últimas 15 edições da Copa do Mundo ganhou lugar cativo e destacado no Mundial de 2014, no Brasil".
Considerado
um dos maiores jornalistas esportivos, o botafoguense apaixonado e com uma
escrita de fácil leitura e poética, apresentou novos significados à crônica
esportiva.
O QUE ELES DISSERAM...
"Imagine uma reportagem escrita pelo Machado de Assis. O Armando Nogueira era desse jeito. Sua principal herança é inspirar as pessoas a escrever bem."
(Sérgio Cabral)
"Ele fez uma crônica linda no dia da minha despedida. Já acordei chorando. Ele disse que 'A bola é uma flor que nasce nos pés de Zico, com cheiro de gol'."
(Zico)
"Armando Nogueira era um homem extremamente inteligente, de uma cultura fora do comum. Espero que agora ele esteja lá em cima vendo os jogos."
(Zagallo)
"Seu texto era realmente maravilhoso. Ele era um poeta. Acho que, se os acadêmicos a ABL tivessem pensado bem, deveriam tê-lo eleito para uma cadeira."
(Luiz Mendes)
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