segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

ENÉAS: A BREVE PASSAGEM NO FUTEBOL ITALIANO FOI O DIVISOR DE ÁGUAS NA CARREIRA DO ARTILHEIRO

 


ENÉAS de Camargo nasceu na capital paulista em 18 de março de 1954. Foi um atacante altamente técnico, de passadas largas e facilidade nas finalizações. Surgiu como uma grande promessa na Portuguesa de Desportos, marcando muitos gols e tornando-se um ídolo do clube e o seu principal jogador na década de 70. Conquistou o título paulista em 1973 e marcou 179 gols em 376 jogos. É o segundo maior artilheiro da história da Lusa, ficando atrás do artilheiro Pinga, que brilhou nos anos 50.


Depois da Portuguesa jogou por Bologna e Udinese (ambos da Itália), Palmeiras, XV de Piracicaba (SP), Juventude (RS), Desportiva (ES), Operário de Ponta Grossa (PR) e Central Brasileira de Cutia (SP), sua última equipe, da terceira divisão paulista, pela qual atuava quando sofreu o acidente. Em 1980, no auge da carreira, Enéas se transferiu para a Itália. Permaneceu por pouco mais de um ano. Esse período foi o divisor de águas em sua carreira, pois seu futebol caiu de produção e nunca mais foi o mesmo jogador.


Retornou ao Brasil como grande esperança alviverde e teve uma passagem aquém do esperado pela torcida do Palmeiras, entre 1981 e 1983, marcando 28 gols em 93 jogos. Chegou a ser apelidado de “dorminhoco”.


Na noite de 22 de agosto de 1988, Enéas dirigia o seu Monza e perdeu o controle do carro. Bateu na traseira de um caminhão e o veículo ficou totalmente destruído. Ele foi conduzido para o hospital e lá ficou em estado de coma por quatro meses, com o rosto desfigurado e uma grave luxação na coluna cervical.


Em 27 de dezembro do mesmo ano, então com apenas 34 anos, Enéas faleceu vítima de uma broncopneumonia, em São Paulo. 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

MIRACEMA E SEUS PERSONAGENS INESQUECÍVEIS...

 


O que seria de uma cidade, principalmente do interior, sem os seus personagens que, ao longo de décadas, fizeram-se presentes marcando o seu território e sendo lembrados, com alegria e saudade, por aqueles bons momentos da nossa infância e adolescência. São nomes que o tempo não consegue apagar da memória. Miracema tem ilustres cidadãos representativos em diferentes segmentos. Os homenageados da vez representaram – o Sr. Tarcísio ainda representa – na mais pura simplicidade, o brasileiro honesto e trabalhador que nunca desiste dos seus ideais. São pessoas que deixam marcas positivas no coração de todos nós. 

 

TARCÍSIO

Um dos homenageados é o Sr. Tarcísio, carinhosamente chamado de Tarcísio Pipoqueiro, que, com o seu tradicional carrinho de pipoca, desde 1974 é presença marcante em nosso jardim, para a alegria das crianças e também dos adultos.

Esse é referência pra todos nós, sempre com um sorriso no rosto, carismático e que marcou a infância e adolescência de muitos miracemenses. Pessoa extremamente do bem, amável e educado. Um exemplo de caráter e dignidade. Merece nota 10 em simpatia e bom humor! Estamos sentindo a sua falta naquele cantinho especial da pracinha...

Porque não dizer que o Sr. Tarcísio é um patrimônio incorporado à nossa Praça.

Não posso deixar de mencionar a sua esposa, D. Maria, sempre sorridente e presente quando necessário. D. Maria, que é minha mãe de leite, e Sr. Tarcísio, que já se encaminham para os sessenta e cinco anos de casados, recebam o meu afetuoso abraço e respeito.

A mesma praça, o mesmo jardim e o mesmo e simpático pipoqueiro...

O amigo e conterrâneo Adilson Dutra, em uma crônica de sua autoria, publicada no seu blog em 22 de novembro de 2017, definiu com muita propriedade a trajetória do Sr. Tarcísio:

“Tarcísio pode não ganhar um busto no jardim, mas aquele lugar, onde ele faz a alegria das crianças da cidade, jamais será esquecido e sempre que um homem ou uma mulher passar por ali se lembrará do grande personagem do lugar. Mas eu queria ouvir dele a resposta que sempre dá quando falo em sua alegria: “Devo tudo isto a minha Maria.”

 

SABINO

Falar do Sabino – que também se chamava Tarcísio – é lembrar com saudade de um amigo do peito, um cidadão do bem e de uma simplicidade fora do comum. Um profissional de excelência na atividade que exerceu – pedreiro.

Não consigo descrever em palavras a sua paixão pelo Vasquinho, time amador que fundou e ao lado de amigos como Joci, Justo e Juca – os três “Jotas” –, nunca mediu esforços e nem o que tirava do bolso (R$) para colocar o time em campo.

Quem teve o privilégio de conhecê-lo mais de perto, através da profissão que exercia ou do esporte, sabe o quanto ele era querido por todos. O Sabino também pode ser lembrado pelo seu “carrinho de pipoca” e a sua participação efetiva nos festejos de emancipação de Miracema, com a tradicional barraca do Sabino, junto com seus familiares. 

Essa é uma homenagem que faço ao Sabino, que já não está mais entre nós. Ele faleceu em 2 de julho de 1998. E o futebol amador de Miracema ficou órfão de mais um baluarte...

Nota: foi do Vasquinho, à época eu fazia parte do time, que o ex-zagueiro Célio Silva saiu para o Americano, de Campos (encaminhado pelo Alcyr Fernandes de Oliveira, o Maninho). De lá também saiu o ex-goleiro Arilson, irmão de Célio, para o Botafogo (encaminhado pelo Dr. José Carlos Corrêa).  

 

DELIETE

Quantas crianças, hoje adultos, não comeram a tradicional pipoca do carrinho do Deliete?

Esse paduano de nascimento, mas miracemense de coração, por aqui chegou no final dos anos 70 e logo se fez conhecido em toda Miracema. No bairro Hospital foi a sua primeira moradia e com aquele seu jeito simples e educado de tratar desde a criança até o mais velho, plantou as amizades e colheu o carinho dos amigos da terra que o adotou.

Em 2015, já com a saúde debilitada, sua irmã o levou para Marangatu, distrito de Santo Antônio Pádua, de onde veio e logo depois acabou falecendo, em 3 de dezembro do mesmo ano. Quis o destino que ele passasse seus últimos dias de vida e fosse sepultado em sua terra natal.

São personagens que ficam marcados para sempre em nossa memória. O cantinho da praça em frente ao Colégio Cenecista nunca mais foi o mesmo após a partida do Deliete. Mais uma personalidade que marcou gerações.

Com ou sem dinheiro nenhuma criança ficava sem comer pipoca. Um cidadão de caráter, humilde e de bom coração. Melhor dizendo: UM CORAÇÃO DE OURO

Com a sua morte eu posso afirmar que perdi um amigo fiel e de longa data. E o Fluminense, um torcedor apaixonado.

 

Não posso terminar essa crônica sem deixar de mencionar mais um personagem que está marcando o seu território na esquina da Rua Marechal Floriano com a Francisco Procópio. É o amigo de todos, José Carlos da Silva, mais conhecido e carinhosamente chamado de ZÉ DO DOCE. Pode ser também o Zé do sorriso, da simpatia, do forte trabalhador. O Zé é um exemplo de luta e perseverança para todos nós. É o típico brasileiro que não desiste dos seus ideais. O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em chegar a um objetivo, não importa o quão difícil o caminho pareça.  

Já me falaram que nesse point do Zé tem o bate-papo mais doce e gostoso de Miracema. Virou um ponto de encontro dos amigos, e que nos faz lembrar um passado não tão distante do Bar Pracinha e do Zé Careca, inesquecíveis para quem teve o privilégio de vivenciar aquela época. Falando em Zé Careca, o Zé do doce fez parte do time de secretários, entre outros, que tão bem nos atendia atrás do balcão.