NOTA: ESSA CRÔNICA FOI PUBLICADA NO BLOG PAPO DE BOTEQUIM EM 27 DE DEZEMBRO DE 2009.
A turma lá de cima parece que está com saudades da bola e com inveja daqueles que por aqui ficaram e fazem a festa neste final de ano. Sentado em sua nuvem particular, com mulatas, samba e um campinho particular, Jair Polaca mandou uma mensagem para Milton Cabeludo e o convidou para um papo cabeça no seu cantinho.
Cabeludo foi e levou com ele o Juarez Beiçola e outros contemporâneos e no caminho
pegaram o Pernoca e o Lauro, que estavam no entorno da nuvem do Silvinho, que
tinha saído para visitar o pai, Maninho, que em outra parte observava os
craques que chegavam para conversar com São Pedro.
Maninho foi localizado e levado para a nuvem do Polaca, que neste momento fazia
uma ligação para o Gérson Coimbra já que a coisa fugiu do controle e precisava
de uma organização no reduto. Seu Gerson chegou, botou a casa em ordem e
começou a delegar poderes, mas para isto precisava da ajuda do Clarindo, que
não fora localizado até aquele momento.
E a noticia do encontro se espalhou rapidamente e foram chegando os craques
para uma pelada triunfal. Pintinho, com seu passo lento e tranquilo, chamou o
Nenenzinho, que bateu uma mensagem para o Edil e todos seguiram rumo à nuvem do
Polaca na maior prosa. O Nenenzinho queria saber se depois poderia colocar a
fantasia de “mulinha” e sair pelas nuvens dançando e chamando a velha turma do
“Fogaréu”. Nada disto, gritou o Cosme, se quiser samba terá que convidar o Zé
do Carmo também e ele está preocupado é com o futebol de hoje. Samba é para o
carnaval e é, comigo mesmo. O Mocinho e o Fota já estão de sobreaviso, disse o
garoto que na terra ajudava o pai no comando da Unidos no Samba e Na Cor.
E os peladeiros foram chegando pouco a pouco, sem chuteiras, sem lenço ou
documentos e o anfitrião já estava com seu livro de ouro rodando pelas nuvens e
já tinha apanhado uns trocados com o Jamil Cardoso, Zé Carvalho e Nilo Lomba,
seus amigos da prefeitura. E na passagem pela ala dos prefeitos o Maninho
chamou o Olavo Monteiro para dar uma forcinha no meio campo de seu time, que
teria, segundo ele, alguns craques da capital, levados pelo Caixa D’água e com
o aval do Luiz Linhares, que a esta altura já fazia movimentação política no
local.
O trio do Rink, Silvinho Moreno, Valcir Leite e Marcone Daibes, se animou e
também armou uma lista de convidados, João Moreno e seu sobrinho Joltran, dois
craques das peladas do Ginásio, se apresentaram imediatamente. A pelada
prometia e ao que parece já tinha gente demais e faltava um homem para apitar.
Pensaram em trazer um árbitro de outra nuvem, bem neutro, mas não tinham grana
para levar um destes famosos e o jeito foi entregar o comando para o Rosário
Mercante, que pelo menos tem crédito e sempre foi daqueles caras sérios quando
apitava nos campos de grama aqui na terra.
Dirigentes demais reunidos e Caixa D’água queria fundar uma liga das nuvens,
mas foi rechaçado pelo Luis Delco, mais novo no pedaço, que não queria um
estranho no ninho e por isto foi chamar o Salim Bou-Issa para organizar a
coisa, mas Altair Tostes passou rápido no espaço destinado as autoridades,
bateu o martelo e decretou que a reunião seria entre colunas e o Farid Salim e
seus manos José, Nacif e Jofre, cuidariam da alimentação enquanto o jovem
Gustavo Rabelo cuidaria das camisas e das súmulas.
A turma se espalhava pela nuvem do Polaca, onze para cada lado e um punhado de
reservas esperando vez no entorno do pedaço e aos poucos os dois treinadores
foram chegando ao time correto e a festa estava pronta para ter o seu começo.
Faltou espaço aqui e na nuvem do Polaca. Muitos queriam entrar em ação e o jeito foi fazer um torneio, tipo aqueles antigos Torneio Início, e a bola rolou macia durante todo o dia de Natal.
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