quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

ROMÁRIO: O BAIXINHO INFERNAL

 




ROMÁRIO de Souza Faria nasceu no Rio de Janeiro em 29 de janeiro de 1966. Atacante rápido, facilidade para o drible, toques sutis, frieza e eficiência dentro da área. Gostava de fingir-se de morto e, quando nem parecia que estava em campo, dava o bote fatal. Era um gênio dentro da grande área: num curto espaço, era capaz de despachar o zagueiro e finalizar com um toque sutil e, quase sempre, inesperado. Um dos maiores atacantes de todos os tempos. Deixou o seu nome marcado na história do futebol mundial. Foi um dos jogadores mais importante na conquista do mundial de 1994, pela seleção.


O gol passou a ser coisa séria na vida de Romário já no Estrelinha, time fundado pelo seu pai, Edevair. Aos 13 anos, aquele baixinho abusado já fazia testes no infanto-juvenil do Olaria. Mas dali para a categoria de base do Vasco foi um pulo.

 

Em 1985, começou a sua trajetória no time profissional – lançado pelo técnico Antônio Lopes – e em idas e vindas conquistou títulos importantes em São Januário (bicampeão carioca em 1987/88, campeão brasileiro e da Copa Mercosul em 2000). Ainda em 1985, uma experiência para se orgulhar: Romário formou dupla de ataque com o maior ídolo da história do Vasco, Roberto Dinamite.


O exterior logo foi seu destino e a Holanda a porta de entrada no futebol europeu. Jogou no PSV Eindhoven (campeão holandês em 1989, 1991/92, e da Copa da Holanda em 1989/90), Barcelona (campeão espanhol em 1994), Flamengo (campeão carioca em 1996 e 1999, e da Copa Mercosul em 1999), Valência/Espanha, Fluminense, Al-Saad/Catar, Miami FC/Estados Unidos, e Adelaide United/Austrália, onde encerrou a carreira em 2006. 


No entanto, em 12 de agosto de 2009, Romário surpreendeu o Brasil ao anunciar sua volta aos gramados para defender o América, na Segunda Divisão do Campeonato Carioca. Segundo o Baixinho, era para realizar um sonho de seu pai Edevair, notório torcedor  americano, falecido em 2008. Romário já havia prometido ao pai, anos antes, que encerraria a carreira no clube. Já sua estreia profissional pelo clube carioca ocorreu em 25 de novembro de 2009, na vitória sobre o Artsul, que deu ao América o título do Campeonato Carioca da Segunda Divisão e marcou o retorno à elite em 2010. Mas esse retorno acabou sendo breve. Após a primeira e única partida oficial com a camisa do América, o Baixinho acabou assumindo a função de dirigente do clube e encerrou sua vitoriosa carreira de jogador.


Participou das Copas do Mundo de 1990 e 94, sendo campeão em 1994. Conquistou ainda os títulos da Copa América de 1989 e 1997, e Copa das Confederações de 1997. Foi o “salvador da pátria” na Copa América de 1989, e o “comandante do Tetra” em 1994. Ainda com a Amarelinha, ganhou a medalha de prata na Olimpíada de Seul, em 1988. Sem contar os dois gols marcados contra o Uruguai nas Eliminatórias, no Maracanã, que valeu a classificação do Brasil para a Copa de 1994, nos Estados Unidos. 

 

Em 1994, quando jogava no Barcelona, Romário se tornou o primeiro brasileiro eleito o melhor do mundo pela FIFA.

 

Nas últimas temporadas, conseguiu algumas façanhas. No Campeonato Brasileiro de 2005, com 39 anos, foi o artilheiro isolado da competição e conquistou a chuteira de ouro, prêmio concedido pela CBF.

 

Números da carreira:

Vasco – 406 jogos e 326 gols (1985 a 1988; 1999 a 2002; 2005 a 2006; 2007 a 2008)

PSV Eindhoven – 167 jogos e 165 gols (1988 a 1993)

Barcelona – 84 jogos e 53 gols (1993 a 1995)

Flamengo – 240 jogos e 204 gols (1995 a 1996; 1996 a 1997; 1997 a 1999)

Valência – 21 jogos e 14 gols (1996 e 1997)

Fluminense – 77 jogos e 48 gols (2002 a 2003; 2003 a 2004)

Al Saad – 3 jogos e nenhum gol (2003)

Adelaide – 4 jogos e 1 gol (2006)

Miami FC – 29 jogos e 22 gols (2006)

Brasil – 74 jogos e 57 gols, sendo 71 oficiais e 57 gols (1987 a 2001 e 2005*)

 

Nota: em 1988, atuou em 11 jogos e marcou 15 gols pela Seleção Olímpica (não conta para efeito de jogos oficiais, apenas os disputados contra Seleções Nacionais e na categoria de profissional). A despedida de Romário da Seleção aconteceu em 27 de abril de 2005*, num jogo amistoso contra a Guatemala, em São Paulo. O Baixinho marcou dois gols na vitória por 3 a 0, em apenas 38 minutos que ficou em campo no primeiro tempo. Essa partida consta para efeito de jogos oficiais.

 

domingo, 23 de fevereiro de 2025

VALIDO: O HERÓI DO TRICAMPEONATO CARIOCA DE 1944




Agustín Valido nasceu na capital argentina em 31 de janeiro de 1914. Defendeu o Flamengo por 143 jogos, de 1937 a 1944, e marcou 45 gols, sendo o mais importante aquele na final do Campeonato Carioca de 1944 que garantiu o primeiro tricampeonato ao Flamengo.

 

Mas sua história é bastante curiosa. Em 1944, já aposentado, ele foi à Gávea para disputar uma pelada com operários da sua gráfica. Ao vê-lo atuar, o técnico Flávio Costa o convidou para voltar ao time para a reta final do Campeonato Carioca daquele ano. Relutante, Valido aceitou convite e voltou aos gramados marcando presença na goleada de 6x1 contra o Fluminense. No jogo seguinte, a decisão contra o Vasco da Gama, Valido, apesar de atuar com 39 graus de febre, marcou o gol da vitória rubro-negra por 1x0 aos 41 minutos do segundo tempo, garantindo para o Flamengo o tricampeonato carioca de 1942/43/44. Também foi campeão carioca de 1939.



                                                                                       Rondinelli e Valido em 1978   

 

Valido começou sua carreira no Boca Juniors, onde foi campeão nacional em 1934. Posteriormente jogou pelo Lanús até 1937, ano em que atuou pelo Combinado Becar-Varella em excursão pelo Rio de Janeiro, jogando inclusive contra o Flamengo. Nessa excursão Valido chamou a atenção dos dirigentes do rubro-negro que acabaram por trazê-lo para a Gávea, onde permaneceu até o encerramento de sua carreira em 1943.

 

Valido faleceu na capital carioca em 23 de fevereiro de 1998, aos 84 anos.

 

Fonte: Wikipédia


sábado, 1 de fevereiro de 2025

ZÉ MÁRIO: BAIXINHO E ARRUMADOR DE TIMES

 


Poucos jogadores tinham a facilidade de arrumar times como esse volante baixinho que brilhou em três grandes do Rio: Flamengo, Fluminense e Vasco, representando como poucos cada um dos times com a mesma determinação e fibra.


Longe de ser um fora de série, sem possuir um repertório de jogadas brilhantes ou mesmo um porte que o destacasse em campo, ele possuía essa incrível capacidade de arrumar times e torná-los, em decorrência, competitivos. A sua noção de espaço era espantosa. José Mário de Almeida Barros nasceu na capital carioca em 1º de fevereiro de 1949. 

 

Ele jogava para o time, sem a preocupação de aparecer para torcida. Posicionava-se com maestria e sempre teve forte poder de liderança, dentro e fora de campo. Teve uma passagem de destaque pelo futebol carioca.

 

Começou no Bonsucesso, Flamengo – 127 jogos e 5 gols (campeão carioca em 1972 e 1974), Fluminense – 67 jogos e 1 gol (campeão carioca em 1975), Vasco – 216 jogos e 1 gol (campeão carioca em 1977), São José (SP) e Portuguesa de Desportos, onde encerrou a carreira em 1982. Trabalhou como técnico durante muitos anos, principalmente no mundo árabe. 

 

Outro detalhe a ser mencionado é o fino trato com todos ao seu redor. Quem teve o privilégio de jogar ao seu lado ou foi treinado por ele, as referências são mais do que positivas. Desde quando jogava sempre lutou na defesa da classe do jogador profissional. No melhor sentido da palavra, era um “chato” nas incessantes reivindicações em prol de melhorias nas condições de trabalho dos atletas.

 

domingo, 26 de janeiro de 2025

MEUS AMIGOS, FUTEBOL NÃO É GUERRA!

 






A temporada mal começou e as cenas lamentáveis, dentro e fora de campo, em Curitiba, e entre torcedores do Fortaleza, nos assustam ainda mais.

 

A diversão deveria ser o prato principal. Ganhar ou perder faz parte do esporte; matar ou morrer é coisa de bandido, não de torcedor. Algumas pessoas extrapolam em seus sentimentos e perdem a razão. Esses confrontos entre “marginais travestidos de torcedores” afugentam cada vez mais o cidadão de bem que sai com sua família para se divertir, e corre o sério risco de perder um ente querido.

 

Dentro de campo está muito próximo de ocorrer uma tragédia entre os atletas. Eles não têm noção – ou têm? – que atitudes desse tipo inflamam ainda mais aquele torcedor que já vai para o estádio com segundas intenções.

 

Os mesmos torcedores que brigam entre si são aqueles que invadem os centros de treinamentos para cobrar resultado do elenco. E lá, em seu local de trabalho, os “atletas brigões” ficam acuados e depois reclamam da atitude violenta de sua torcida. Já não se faz mais ídolos como antigamente... Muito longe disso.

 

O nosso futebol, dentro e fora de campo, já não anda bem das pernas faz algum tempo, mas a violência inserida em parte da torcida é um fator cada vez mais recorrente e cresce em escala e proporções inimagináveis.

 

Não é de hoje que o país passa por uma profunda crise moral e ética, em meio à falência das instituições. E o resultado de tudo isso está em nosso dia a dia, em que a sociedade é o reflexo de tudo. Quase que diariamente somos “surpreendidos” com o noticiário de acontecimentos trágicos, principalmente de balas perdidas, que de perdidas não têm nada.

 

A impunidade é a mãe da reincidência. Na medida em que não se pune, não se apura os fatos com o devido rigor, isso gera um estímulo para as pessoas acharem que está tudo solto, à vontade. Tudo isso é manifestado no deboche dos criminosos.

 

O futebol é mais um segmento na triste estatística de crimes que ficam impunes e retrata com muita propriedade o momento sombrio que vivenciamos, num todo, sem exceções. O que nos resta é uma profunda reflexão: a mudança está em cada um de nós.

 

Os "digníssimos dirigentes” têm uma parcela de culpa muito grande nessa questão, pois diversos deles, até para se perpetuarem no poder, subsidiam grande parte das torcidas organizadas. Aí você, meu amigo leitor, pergunta: organizadas? Sim, respondo: organizadas para grupos de facções criminosas.

 





sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

VACARIA: MAIS UM DESTAQUE DO COLORADO DOS ANOS 1970

 


Olávio Dorico Vieira, conhecido como Vacaria, ex-lateral do Internacional no vitorioso time dos anos 70, morreu em 30 de julho de 2016, aos 67 anos, de falência múltipla de órgãos, devido a complicações de saúde decorrentes de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), sofrido em 2013. Em 2015, ele foi diagnosticado como portador de hepatite.


Natural de Urussanga-SC, onde nasceu em 26 de janeiro de 1949, ele começou a jogar futebol aos 16 anos, no Glória de Vacaria. Dois anos depois, tornou-se profissional e começou a atuar pelo 14 de Julho de Passo Fundo. O apelido “Vacaria” veio em função do nome da cidade onde iniciou sua carreira.


Foi em 1970, após uma grande temporada no14 de Julho, que Vacaria foi, então, para o Internacional. Apesar de ter feito parte do grupo campeão gaúcho nos anos de 70 e 71, o lateral não se firmou como titular e foi emprestado ao Figueirense em 1972. Era um excelente marcador e tinha um potente chute de canhota.


No ano seguinte, retornou ao Inter e foi peça importante nas equipes comandadas por Dino Sani e Rubens Minelli. Ao lado de craques como Carpegiani, Falcão e Figueroa, Vacaria participou do time que conquistou o bicampeonato brasileiro em 1975/76. Foi campeão gaúcho em 1970/71, 1973/74/75/76. Pelo Figueirense conquistou o catarinense de 1972. Teve uma breve passagem pelo Palmeiras, onde encerrou a carreira em 1978, marcando 1 gol em 29 jogos.


Posteriormente trabalhou como técnico entre os anos de 1981 e 2008, dirigindo inúmeras equipes do interior gaúcho e mais algumas da região sul do país. Seu último trabalho foi no Sinop, de Mato Grosso.

 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

AMARAL: UM ZAGUEIRO DE CLASSE

 


João Justino AMARAL dos Santos nasceu em Campinas–SP, em 25 de dezembro de 1954. Zagueiro de futebol clássico que dominava as jogadas à base da técnica e tranqüilidade. Sabia sair jogando com muita categoria. Amaral era o tipo de jogador que o torcedor admira e vislumbra o mesmo atuando com a camisa de seu time de coração. Finalizando: foi um baita zagueiro!


No Guarani, de Campinas, mostrou suas credenciais e o Brasil passou a respeitar o zagueiro de estilo sóbrio que tomava conta do setor defensivo. Foi titular do Brasil na Copa do Mundo de 1978, na Argentina, a única que disputou. Vestiu a camisa da Seleção em 56 jogos, sendo 40 oficiais.


O Corinthians foi seu próximo destino e fez parte do time campeão paulista em 1979. Jogou entre 1978 e 1981, vestindo a camisa alvinegra em 133 jogos e marcando um gol. Quando disputou a Copa, já era jogador corintiano, mas ainda não havia estreado.


Depois do Corinthians jogou no Santos, América (campeão mexicano em 1984), Leones Negros, também do México, e Blumenau, de Santa Catarina, onde encerrou a carreira em 1987.


Amaral, carinhosamente chamado por “Feijão”, vinha sofrendo com problemas de saúde e lutou enquanto teve forças contra um tumor que gerou metástase e se espalhou pelo corpo. Em 31 de maio de 2024, aos 69 anos, na capital paulista, veio a óbito.