Francisco Assis da Silva Júnior, o Chiquinho, nascido em 6 de maio de 1952, como toda a sua família, residia no distrito de Paraíso do Tobias. Filho de descendente de italiano tinha o sonho de ser veterinário, mas o futebol também era sua outra paixão. Ainda garoto chamou a atenção jogando pelo time de Paraíso, que sempre foi um celeiro de bons jogadores.
Saiu do Esportivo, de
Miracema, para o juvenil do Flamengo. Não ficou por muito tempo, mas um
dirigente do Olaria o descobriu numa pelada e o levou pra Rua Bariri. Marcou
nove gols pelo novo time juvenil e teve o gostinho pessoal de tirar a
invencibilidade do Flamengo – na vitória de 2 a 1 – numa preliminar no Maracanã.
Em seguida, transferiu-se
para o Botafogo, de Salvador. Era o caminho aberto para o tão sonhado curso de
veterinária. Estudou e formou na Universidade da Bahia, em 1978. Unindo o útil
ao agradável, mesmo com toda a dificuldade de conciliar os estudos e a
profissão de jogador, o meio de campo habilidoso, de raciocínio rápido e que
lançava com os dois pés com a mesma facilidade, ainda aparecia na área para
marcar os seus gols. Teve uma passagem – por empréstimo – pelo Fluminense de
Feira de Santana (BA).
Já defendendo o Leônico –
também por empréstimo – foi vice-campeão baiano de 1978, perdendo o título para
o Bahia, e o segundo maior artilheiro do certame com 12 gols marcados. Recebeu
uma medalha de ouro da TV Itapoã e Rádio Excelsior como grande destaque,
jogando pelo Leônico.
Retornou
ao futebol baiano e jogou por Catuense, Bahia e Vitória. Após encerrar a
carreira como jogador, tornou-se técnico das divisões de base do futebol baiano
e um grande revelador de talentos do Brasil, tendo o seu trabalho reconhecido
por todos que militam no meio. Além de formar atletas, sempre teve a
preocupação de também formar cidadãos. Dezenas de jogadores que já brilharam e
outros que ainda brilham pelos campos do futebol mundial, passaram por suas
mãos no Bahia ou no Vitória, tais como: Uéslei, Marcelo Ramos, Clébson, Fabão,
Robson Luís, Fábio Bilica, Jorge Wagner, Fábio Costa, Dudu Cearense, Leandro
Bonfim, Zé Roberto, Obina, David Luiz e Hulk, entre outros. Chiquinho sempre
teve o cuidado para o atleta aperfeiçoar sua qualidade, orientando e mostrando
o melhor caminho de acordo com as condições técnicas de cada um deles. Citando
apenas dois jogadores de renome internacional, David Luiz, por exemplo, era
volante na base do Vitória e ele o fixou como zagueiro. O Hulk chegou ao
Vitória como lateral-esquerdo e Chiquinho logo percebeu sua aptidão para jogar
no ataque.
David Luiz, o presidente da Federação Baiana e Chiquinho, nos Estados Unidos. |
Aprofundou-se ainda mais nos estudos e formou em Educação Física
pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), e fez pós-graduação em Ciência do
Futebol, pela UNEB. Chiquinho também
trabalhou como técnico das equipes profissionais da Catuense, Camaçari, entre
outras. Inclusive, sob o seu comando técnico a Catuense conquistou o
vice-campeonato baiano de 2003. Comandando as divisões de base do Vitória
conquistou títulos internacionais importantes, como Dallas Cup, nos Estados
Unidos, e o Phillips Cup, na Holanda.
Entre os anos de 2006 e 2010 foi técnico do Miami, dos Estados
Unidos, e coordenador de futebol de uma equipe parceira deste mesmo clube. Nesse
período, teve a oportunidade de comandar Zinho e Romário, que jogaram juntos
pelo time americano. A última passagem
dele pelo Bahia foi entre 2011 e 2013, quando comandou o time sub-23, foi
auxiliar técnico e chegou a dirigir o time profissional. Ainda em 2013 comandou o Olaria no Campeonato Estadual do Rio de Janeiro,
em um convênio do time carioca com o Bahia. Nesse mesmo ano retornou aos
Estados Unidos para dar continuidade ao seu trabalho na formação de jogadores.
Após travar uma luta contra o câncer, Chiquinho faleceu em 24 de
agosto de 2017, aos 65 anos, nos Estados Unidos, onde residia. O futebol ficou
órfão de um descobridor de talentos que revelou muitos jogadores para o Brasil.
O corpo de Chiquinho foi cremado nos Estados Unidos e as cinzas posteriormente
trazidas para Salvador.
Quando eu falei no "pergunte ao João" sabia o que dizia.
ResponderExcluirKkkkkkkkk
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