Momento que entreguei, em São Paulo, as mensagens de seus amigos |
Apesar
de ausente fisicamente de sua querida Miracema, nunca deixou de mencionar a
“Santa Terrinha” – como ele gosta de dizer – que sempre faz parte de suas
crônicas, com personagens e causos de sua infância aqui vivida. Em uma edição
de novembro de 1978 da revista Placar, no início de sua matéria sobre a Taça
Cidade de São Paulo ele escreveu: é hora de lembrar o velho Jair Polaca,
sentado num caixote do botequim do Farid e falando do alto de sua
sabedoria cabocla, “quem cabras não tem e cabritos vende...” Ou seja. É hora de
se ver quem tem time para chegar e merecer o título, e quem está apenas
enrolando.
A
Copa do Mundo de 1982, na Espanha, foi especial para todos os miracemenses,
pois o senhor José Maria foi um dos comentaristas da Rede Globo nas
transmissões do mundial. O colorido das cores do Brasil se misturou com as
faixas em homenagem ao conterrâneo que nos representava naquela Copa.
Através
de contatos por e-mail e facebook, solicitei de alguns de seus inúmeros amigos e
jornalistas, um breve depoimento para homenageá-lo quando do recebimento da
Comenda Dirceu Cardoso, durante as festividades de aniversário de emancipação
de Miracema, em maio de 2015. Foi muito gratificante saber o quanto ele é respeitado e querido por todos nas conversas que mantive para finalizar os depoimentos.
Citando
apenas um exemplo, o jornalista Mauro Naves, da Rede Globo, em contato comigo
quando da solicitação – que prontamente aceitou e elogiou a iniciativa – perguntou-me
se haveria telão na solenidade. Respondi que não e questionei por quê? Ele disse que gravaria, com muito prazer, uma mensagem em vídeo para
homenagear esse ícone do jornalismo esportivo brasileiro.
"Zé
Maria, meu irmão de profissão e de alma: fora o Gigio, meu irmão de sangue,
você foi o primeiro cara com quem eu dividi um quarto na minha vida. Lembra-se
do brado de "Arauta, araruta, eh eh, filho da... no México-70? Um grande
abraço a você. Pudesse, estaria aí!"
"Quando
comecei a trabalhar no SPORTV e como comentarista fui ao José Maria de Aquino,
que era consultor do canal, pedir uma opinião. Conhecia o Zé desde moleque, ele
era amigo do meu pai e estudei com o filho dele. Sem nenhum ar de arrogância,
mas com a sinceridade necessária, ele me deu dicas preciosas que procuro
utilizar até hoje!"
"Falar do Zé Maria é muito fácil. Ele foi o cara que me
recebeu de braços abertos quando cheguei a São Paulo vindo de Porto Alegre há
mais de 30 anos. Além de chefe de reportagem, foi o mestre com quem aprendi
grandes segredos da profissão e o amigo de todas as horas. Um cara inteligente,
sensível. Zé Maria, com certeza, está na lista dos maiores jornalistas deste país."
"José
Maria Aquino foi uma referência para mim nos quase três anos em que dividimos a
bancada do Camarote, do canal Premiere, da Globosat. Suas histórias, a tranquilidade,
a vivência e o respeito sempre marcaram a condução serena do Zé, sem deixar de
ser contundente nos momentos em que se fazia necessário. Passei a admirá-lo
também como pessoa, daquelas que temos prazer em encontrar e reencontrar."
"O nome
José Maria de Aquino fazia tremer os joelhos dos estudantes de Jornalismo que
queriam ser do esporte. Quando chegou a minha vez, na TV Globo, fiquei sem
fala. Ele era dos grandes e é ainda hoje. Eu continuo seu fã, mas
hoje sou um cara agradecido por ele ter me orientado, durão, mas generoso em
dividir sabedoria. José Maria de Aquino é meu querido chefe e sempre será, e
mais que isso, hoje é meu amigo, coisa de família. Vocês
estão diante de um grande homem. Um beijo,
chefe."
"O bom filho
da Santa Terrinha José
Maria de Aquino é o jornalista de quem mais ouvi falarem bem nas redações do
Rio e São Paulo. Elogiam o repórter preciso. O editor ponderado. O chefe
humano. E o homem de caráter admirável. Os mais próximos o chamam de
"seo Dotô". Uma brincadeira com o fato de ele ser também advogado.
José Maria engrandece Miracema. A sua "Santa Terrinha", como ele diz
- sempre com saudade."
"José
Maria de Aquino, um dos mais importantes companheiros que tive em minha vida
profissional. Aprendi muito com ele,
sempre tranquilo, calmo, com aquela fala mansa, mas cheia de experiência.
Parabéns e um grande abraço Zé. Deus lhe abençoe."
"José Maria de Aquino é daquelas raras almas do jornalismo
esportivo que vê o passe, não só o gol. Vê o grito do torcedor, não só o murro
no alambrado. Vê o suor e a lágrima misturados ao que o esporte tem de melhor.
A sintonia do esforço e da vitória. Relata um time olhando além do que só o que
pode produzir dentro de campo. Relata o time pela alma provocativa da paixão. E
na paixão ele se formou um dos grandes nomes do jornalismo esportivo
brasileiro. Referência como poucos são. Para que nós, pobres aspirantes a
jornalistas, possamos apenas reverenciar, aplaudir e tentar sermos um pouquinho
dele."
"Na minha formação profissional aprendi com muitos
professores. Mas mestre, na essência da palavra, apenas um: José Maria de
Aquino! Dele carrego, ao longo desses anos, muitos ensinamentos. Entre eles, um
que nunca me esqueci e também não abro mão: “Jornalista vive de credibilidade!” E o coração dele é tão grande que tenho certeza que se um
dia, parodiando Carlos Drummond de Andrade, eu disser que a festa acabou, a luz
apagou, e perguntar:
- E agora José? Vou receber dele um afetuoso e protetor
abraço!
José Maria de Aquino: um ídolo, um guru, um mito do
jornalismo!"
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