O Buru (Sílvio Félix)
foi uma pessoa muito conhecida e estimada em Miracema. Pintor de letras
(faixas, cartazes) e bilheteiro do Cinema Sete. Participava de todas as
conversas, principalmente quando estava nos tradicionais recintos de bar e café
da “terrinha”.
Tornou-se famoso, ainda,
por suas tiradas e por criar bordões que se tornaram indeléveis.
Quem não se lembra:
“Tomar um banho, hem!
Trocar essa farda!”
Ou:
“Você mora longe,
carrega embrulho e anda a pé. Você é feio, hem!”
Teria muito mais. Mas um
foi criado por acaso e por protagonistas diferentes.
A família do “Machado”
era legal. Quatro mulheres bonitas e três homens. Um deles, o Arani foi meu
colega de bancos escolares (contabilidade no Colégio Miracemense). Antes,
cheguei a convidá-lo para ser o baterista do meu conjunto musical. Acompanhando a moda
emergente da década de sessenta (Elvis, The Beatles, movimento hippie), ele
deixa o cabelo crescer (assim como eu e outros), que cobre suas orelhas.
Certa noite, quando
caminhava pela Rua Direita, ao passar em frente ao Bar Leader, eis que ouve uma
voz cansada a ele dirigida:
—Arani, conheço o seu
pai há anos. O que você está a fazer com o seu cabelo?
-- Como assim, Seu
Chicralla?
-- Ora! Comprido e sobre
as orelhas. Homem não usa isso!
-- É o “‘PROGRESSO”, Seu
Chicralla!
-- “PROMESSA?” (trocou o
substantivo) Você é... é...
v...!”
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