sábado, 21 de maio de 2016

PROGRESSO OU PROMESSA - POR BEBETO ALVIM


O Buru (Sílvio Félix) foi uma pessoa muito conhecida e estimada em Miracema. Pintor de letras (faixas, cartazes) e bilheteiro do Cinema Sete. Participava de todas as conversas, principalmente quando estava nos tradicionais recintos de bar e café da “terrinha”.

Tornou-se famoso, ainda, por suas tiradas e por criar bordões que se tornaram indeléveis.

Quem não se lembra:
“Tomar um banho, hem! Trocar essa farda!”
Ou:
“Você mora longe, carrega embrulho e anda a pé. Você é feio, hem!”

Teria muito mais. Mas um foi criado por acaso e por protagonistas diferentes.

A família do “Machado” era legal. Quatro mulheres bonitas e três homens. Um deles, o Arani foi meu colega de bancos escolares (contabilidade no Colégio Miracemense). Antes, cheguei a convidá-lo para ser o baterista do meu conjunto musical. Acompanhando a moda emergente da década de sessenta (Elvis, The Beatles, movimento hippie), ele deixa o cabelo crescer (assim como eu e outros), que cobre suas orelhas.

Certa noite, quando caminhava pela Rua Direita, ao passar em frente ao Bar Leader, eis que ouve uma voz cansada a ele dirigida:
—Arani, conheço o seu pai há anos. O que você está a fazer com o seu cabelo?
-- Como assim, Seu Chicralla?
-- Ora! Comprido e sobre as orelhas. Homem não usa isso!
-- É o “‘PROGRESSO”, Seu Chicralla!

-- “PROMESSA?” (trocou o substantivo) Você é... é... v...!” 


Nenhum comentário:

Postar um comentário