Neste ano de 2022, mais precisamente
no dia 1º de agosto, o Colégio Cenecista Nossa Senhora das Graças completa 70
anos de histórias com Miracema. Ele aqui chegou 16 anos após a emancipação de nossa cidade. Sendo assim, cresceram juntos e buscam o desenvolvimento
político-social e educacional, respectivamente.
Não tive o privilégio de estudar
nesse educandário, que sempre admirei e tinha as melhores informações sobre a
qualidade de seu ensino, o que já era de se esperar, pois seus mestres,
reconhecidamente, fazem parte de um seleto grupo. Hoje, minha esposa é
professora de Geografia e Educação Infantil da rede e, minha filha, faz parte
do grupo de alunos. Posso dizer, então, que faço parte da família Cenecista.
Meu tio, Jair Gonçalves, também teve a honra de ser professor de língua
estrangeira nessa escola.
Assim tudo começou em
Miracema...
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Foto da década de 50. Vemos ao fundo o Colégio Miracemense |
O Colégio funcionou no Grupo Escolar Dr. Ferreira da
Luz até 1965, quando se deu a inauguração de sua sede própria, no dia 13 de
junho de 1965, à Avenida Nilo Peçanha, 191, Centro, Miracema-RJ, com a presença
honrosa do fundador da Campanha, Dr. Felipe Tiago Gomes e o Sr. Altivo Mendes
Linhares.
Em 27 de novembro de 1983, o estabelecimento passou a
chamar-se Colégio Cenecista Nossa Senhora das Graças.
HISTÓRIA DA REDE CNEC
Fundada em 1943, na cidade de Recife/PE, como Campanha
do Ginasiano Pobre, a CNEC nasceu do ideal de um grupo de estudantes
universitários que, liderados pelo professor Felipe Tiago Gomes, resolveu
contrariar a situação instalada – a escola como privilégio de poucos –
oferecendo ensino gratuito a jovens carentes. Nasceu desse ideal a primeira
unidade da CNEC – o Ginásio Castro Alves.
O trabalho voluntário de seus idealizadores se
propagou pelo Brasil, comemorando adesões e compromissos e transformando
a Campanha do Ginasiano Pobre, que inicialmente abrigava pedidos de ajuda
e orientações para a criação de unidades escolares, na Campanha Nacional de
Escolas da Comunidade (CNEC), reconhecida como o mais expressivo movimento de
educação comunitária existente na América Latina.
A concepção de educação comunitária, já àquela época,
atendia não só aos anseios dos excluídos, mas também aos de toda a comunidade,
pois o projeto cenecista fundou seus alicerces no fazer educação com qualidade,
uma vez que não bastava proporcionar o acesso ao conhecimento; a motivação era,
sobretudo, promover a transformação.
Destaca-se, no arrojado projeto desse ideal, a escolha
de um modelo de gestão com bases na democracia, o que garantiu a livre
manifestação das aspirações envolvidas, por meio da participação efetiva
da comunidade em todas as instâncias de direção, desde o Conselho Comunitário,
passando pelas Diretorias Estaduais, até a Diretoria Nacional.
O modelo de gestão se fortaleceu ao longo desses anos
de plena e profícua atividade e se revela em perfeita harmonia ao fundir o
idealismo do jovem Felipe Tiago Gomes – o visionário – ao profissionalismo de
seus atuais gestores.
Atualmente, acompanhando o novo marco regulatório da
beneficência social, a CNEC mantém três unidades inteiramente gratuitas (duas
unidades em Teresina/PI e uma unidade em Porangatu/GO), atendendo mais de 3000
crianças em condições de vulnerabilidade social
HISTÓRIA DO FUNDADOR
Felipe Tiago Gomes nasceu no dia 1º de maio de 1921,
no Sítio Barra do Pedro, município de Picuí, na Paraíba. Foi o filho
caçula de Elias Gomes Correia e de Dona Ana Maria Gomes.
Em 1928 foi alfabetizado por sua irmã Francisca. De
1933 a 1935, estudou na Escola Pública de Picuí. Em 1936, ingressou no Colégio
Pio XI, em Campina Grande/PB. Fundou e presidiu o Grêmio Lítero Cultural
Humberto de Campos em Picuí, no ano de 1938. Concluiu o Curso Ginasial no
Colégio Pio XI, em 1940.
Em 1941 foi para o Ginásio Pernambucano, em Recife e,
no ano seguinte, foi nomeado secretário de assistência da Casa do Estudante. Em
1943, fundou a Campanha do Ginasiano Pobre, célula embrionária da Campanha
Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC).
Ingressou na Faculdade de Direito do Recife em 1944.
No ano seguinte, foi eleito representante da turma junto ao Diretório da
Faculdade. Em 1946, foi nomeado prefeito de Picuí. Foi presidente do Diretório
Central dos Estudantes da Universidade de Pernambuco, em 1947, e fundou o
Teatro Universitário de Pernambuco.
Formou-se bacharel em Direito em 1948. Dois anos
depois, tornou-se integrante da Campanha de Erradicação do Analfabetismo no
Estado do Rio de Janeiro e organizou o Movimento Popular de Alfabetização, em
1951.
Foi colaborador do movimento cívico contra o
analfabetismo no Estado do Espírito Santo em 1954. Em 1958, foi nomeado diretor
do Departamento de Ensino Médio da Secretaria de Educação do Estado do Rio de
Janeiro e, em 1960, tornou-se membro diretor da Associação Brasileira de
Educação. A partir desse momento, passou a dedicar-se exclusivamente às ações
da CNEC.
No dia 21 de setembro de 1996, Felipe Tiago Gomes
faleceu em Brasília, vítima de complicações cardíacas. Deixou milhares de
órfãos, cenecistas e estudantes, que tiveram na Campanha Nacional das Escolas
da Comunidade um meio de integrarem-se à educação comunitária e de
qualidade – um meio de tornarem-se cidadãos.
Por esse infindo legado, todo o Brasil é grato a
Felipe Tiago Gomes, um homem comum que se tornou ídolo para milhares de pessoas
e jamais será esquecido das mentes daqueles que conhecem o verdadeiro sentido
de educar.
Assim estão
distribuídas as 153 unidades do CNEC por todas as regiões do Brasil:
NORTE, CNEC presente em
02 unidades no estado do Amazonas.
NORDESTE, CNEC presente
em 36 unidades divididas por Alagoas (6), Bahia (3), Ceará 15), Maranhão (1),
Paraíba (4), Pernambuco (4), Piauí (2) e Sergipe (1).
CENTRO-OESTE, CNEC
presente em 06 unidades dividas pelo Distrito Federal (1), Goiás (1) e Mato
Grosso (4).
SUL, CNEC presente em
42 unidades divididas pelo Paraná (3), Rio Grande do Sul (29) e Santa Catarina
(10).
SUDESTE, CNEC presente
em 67 unidades dividas pelo Espírito Santo (2), Minas Gerais (23), São Paulo
(3) e Rio de Janeiro (39).
Nota: agradecemos o convite feito pela direção para acompanhar o lançamento do projeto.