domingo, 24 de fevereiro de 2019

VOCÊ CONHECE A LINDA HISTÓRIA DO MIRACEMENSE GILBERTO BARROSO DE CARVALHO?

BUSTO DE BARROSO DE CARVALHO NO JARDIM DE MIRACEMA


Gilberto Barroso de Carvalho viveu quase sempre em Miracema, onde nasceu em 23 de abril de 1892, tendo sido seus pais os professores Antônio Firmino de Carvalho e Rosa Barroso de Carvalho. Foi casado com Otília Lisboa de Carvalho,  destacada filha de Pádua. Teve dois filhos: Lenine e Antônio. Faleceu em 24 de fevereiro de 1926. 

De sua curta existência, apenas três ou quatro anos foram passados fora de sua terra natal, isso quando residiu no sul de Minas e no sul do Espírito Santo, desempenhando funções oficiais como o de professor e Diretor Técnico do Ginásio de Alegre (ES) e de elevado funcionário público, em Passos (MG). Barroso de Carvalho foi um eterno e romântico boêmio, que improvisava adoráveis versos satíricos e jocosos os quais, por muito tempo, permaneceram na memória dos seus contemporâneos.

De índole versátil como poeta, como orador, como jornalista e, especialmente, como pensador despretensioso, deixou Barroso de Carvalho renome famoso de versejador perfeito, de tribuno impressionante, de polemista destemido e de filósofo eclético. Era um estilista por natureza, daí o primor corrente de toda a sua produção literária, quer no verso, quer na tribuna, quer nas colunas da imprensa; como orador em todos os acontecimentos cívicos, sociais e políticos nunca foi, em seu tempo, igualado. Era um virtuose da palavra que arrebatava os auditórios. Por falar quase sempre de improviso, seus discursos infelizmente se perderam no tempo e no espaço.

Ficou famosa, no entanto, a frase da oração, por ele proferida em saudação ao então Governador Feliciano Sodré, no auge da campanha separatista: "Miracema! Águia cativa que sofre o martírio dos que vivem sentindo asas nos ombros e grilhões nos pés".

A obra literária de Gilberto é algo que deve ser divulgada com justa ufania pelos miracemenses, não somente pelo encantamento lógico respectivo, como pela conceituação comunicante de sua amargurada filosofia em que flutua sempre um pensamento ilustre invocando o céu, a terra e o destino. Escreveu em jornais dos Estados do Rio, Minas e Espírito Santo, principalmente nos semanários de sua cidade "O Município" e "Nova Fase".

Publicou em 1925 o seu admirável livro de versos "Pontas de Fogo", todo ele escrito em Miracema, e que foi o repositório de sonhos e realidades, aprimorados no crisol ideal de seu engenho. Sobre sua obra, na ocasião, escreveu o político e literato Nogueira da Gama: "Dentre os que modernamente perpetram o chamado modernismo, nenhum excedeu ainda e, muito poucos, poderão ombrear-se com o bardo miracemense".

Na mesma época, o tradicional jornal "O Friburguense", em especializada seção de crítica literária, a seu respeito, publicou os seguintes conceitos: "A originalidade de Gilberto Barroso de Carvalho, não vai encontrar no Parnaso nacional senão louvores, muitos louvores. O seu livro é encantador... As suas rimas e seus alexandrinos são incomparáveis...".

A intelectualidade brasileira, pelas vozes de Ozório Duque Estrada, Agripino Grieco, Joio Ribeiro, Leôncio Correia e Povina Cavalcanti, não lhe regateou elogios.

Por ocasião de seu falecimento, com apenas 34 anos, Francisco Perlingeiro escreveu no jornal "O Agrário", então existente: "O Município perdeu com Gilberto uma das mais belas esperanças de nossa mocidade", e o Dr. Vicente Moliterno, acatado escritor gaúcho, então residente na cidade, assim se manifestou: "Gilberto era para esse povo como um sol que apagasse de repente e do qual todos sentiam os reflexos de seu talento e dos seus versos, que corriam, transpondo as fronteiras de Miracema...".

Grande batalhador da causa separatista, Gilberto Barroso de Carvalho não assistiu à realização de seu sonho, falecendo antes que Miracema fosse libertada.

FONTE: DOS ESCRITOS DE MELCHIADES CARDOSO ADAPTADOS POR MARCUS FAVER.


terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

POBRE E TRISTE FUTEBOL CARIOCA...



Um dos campeonatos regionais mais charmosos do Brasil está no fundo do poço, agonizando e sem forças para reagir, pois aqueles que deveriam socorrê-lo, são os primeiros a denegrir a própria competição. Refiro-me aos dirigentes que não estão nem aí para campeonato, só pensam em tirar proveito e vantagens pessoais, deixando os torcedores, que também são parte do espetáculo, à mercê de suas decisões sem o mínimo de bom senso. O Maracanã e a Federação com arrecadações absurdas e os clubes – exceto o Flamengo, que passa por um melhor momento financeiro – envoltos em dívidas astronômicas causadas por anos e mais anos de administrações amadoras e brigas políticas internas que aniquilam a saúde financeira da instituição.

Esse esporte que aprendi a gostar é o de estádios cheios, com as lindas bandeiras tremulando, os gritos de incentivo ao seu time, craques aos montes dentro de campo, ídolos que se respeitavam e jogos e decisões de se tirar o fôlego. Eu reconheço que nem tudo era perfeito, cometiam-se erros, mas era muito mais gostoso em todos os sentidos de curtir e torcer pelo seu time. O futebol era tão mais bonito e saudável, que reverenciávamos até o ídolo adversário, não importando a camisa que vestia. A rivalidade é sadia e importante para qualquer esporte, pois sem ela tudo seria muito sem graça, mas falo da rivalidade dentro de campo, não essa impregnada por esses marginais que se dizem torcedores.

Se já não bastasse tantos problemas, acontece essa tragédia no Ninho do Urubu, ceifando 10 vidas de jovens ávidos por vencer no futebol que tiveram seus sonhos interrompidos de forma abrupta. O clube tem a sua parcela de culpa e pagará por isso. Assim como os órgãos públicos fiscalizadores devem ser responsabilizados por tamanha inércia. O “jeitinho” brasileiro de empurrar os problemas com a “barriga” tem causado danos irreversíveis: Amanhã eu faço! Mais tarde vejo isso! De segunda, não passa! Assim que possível, vou dar uma olhada! Hoje não é um bom dia para isso! Semana que vem eu resolvo!

Para encerrar, o futebol perdeu todo o seu romantismo e o torcedor, no cenário nacional, chegou ao ponto de não mais se interessar até pela nossa seleção. Os motivos são diversos e sabidos por todos. A participação do Brasil no recente Campeonato Sul-Americano Sub-20, não alcançando a classificação para o próximo Mundial da categoria, retrata a nossa triste realidade. Corremos um sério risco de passar mais uma vergonha na disputa da Copa América de 2019, que será realizada em solo brasileiro.




segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

MAGALY SIQUEIRA: UMA GUERREIRA DO INÍCIO AO FIM DA VIDA



Maria Magaly Siqueira de Oliveira, nascida em 24 de junho de 1932, na cidade de Miracema, filha de João Padilha de Siqueira e Maria das Dores Resende de Siqueira. Ela era a filha mais velha entre mais cinco irmãs: Tereza, Lia, Léa, Helenice e Celinha. Todas nascidas e criadas na Praça Dona Ermelinda, nº 75.

Formou-se no Colégio Miracemense como professora e tinha como sonho ser comerciante. Foi Rainha quatro vezes: Rainha dos Estudantes, da Primavera, do Arroz e seu maior título - Rainha do Tiro de Guerra, coroada no dia 7 de setembro de 1953. Em 9 de outubro de 1954, casou-se com Cláudio Gomes de Oliveira, com quem teve cinco filhos: Marcos, Marcelo, Cláudio, Margareth e Flávio Siqueira.

Com a ajuda de seus pais abriu um comércio situado na Praça Dona Ermelinda, e chegou a ser considerada uma das maiores comerciantes da época. Com muita luta e dificuldade, mas vivendo intensamente a caridade, abrigou várias meninas abandonadas que eram amparadas com casa, comida e educação. Seu lema era: onde come um, come dois ou mais. E para isso o trabalho virou meta e sua loja passou a ser sua sala de visitas.

Era a única comerciante que vendia de tudo e abria a loja aos domingos para a sobrevivência e a educação de todos que dela dependiam. Era desprovida de preconceito e atendia a todos, tanto a classe popular com a sociedade miracemense e não existia um que não soubesse de sua luta, de sua história. Todos que ali passavam a respeitavam como uma mulher que servia de exemplo.

O tempo passou e as dificuldades aumentavam como se não bastasse a prática de lutar para sobreviver, veio a idade e com ela a doença – a diabetes – que deu o seu primeiro sinal, tirando-lhe a visão de uma das vistas. Logo em seguida, foi amputada a perna direita e mais tarde a esquerda. Só não conseguiu tirar o seu ânimo, sua força, sua alegria, seu prazer pelo trabalho. Mesmo debilitada, continuou durante anos sentada na porta de sua loja dando bom dia a todos que por ela passavam.

Foi condecorada pela Câmara duas vezes com Mãe e como Comerciante do Ano, momentos que reativaram a sua vaidade. O tempo passou e com ele sua história estava terminando. Sem forças, vivendo mais no hospital do que em casa, presenciou as portas de sua loja sendo fechadas.

Um ano depois, no dia 31 de março de 2006, faleceu deixando a saudade em todos aqueles que participaram de sua geração. Por tudo isso, após o seu falecimento, ela mais uma vez foi homenageada. O espaço existente na Praça Ary Parreiras em frente à Igreja Matriz, perto de onde viveu por toda a sua vida, recebeu o nome de “Largo Dona Magaly Siqueira”.

OBS: TRANSCRITO DO INFORMATIVO DE SAÚDE IMAS DE Nº 001.

Minhas considerações: sobre a pessoa em particular da dona Magaly, por ter trabalhado muitos anos naquela área e todos os dias transitar pela calçada de sua loja, o que foi descrito acima é um retrato fiel de como era seu jeito de ser. 




domingo, 3 de fevereiro de 2019

A MALDIÇÃO DA TINTA



Numa ocasião, um galista de Miracema que não era criador, mas comprava frangos ou galos e treinava os bichos pra briga, comprou numa roça, por um dinheiro razoável, um frango prata depois que o vendedor mostrou pra ele um treino rápido do bicho. Mais tarde, o galo revelou-se um exímio matador. Então, este galista começou a ter dificuldade de emparelhar o galo nas rinhas da região, pois a fama do prata espalhou rapidamente.

Quando conseguia emparelhar, as apostas só rolavam na base dos 10 x 1, por exemplo. Um belo dia, eis que o treinador teve a brilhante ideia de pintar com tinta de cabelo o dorso e pescoço pratas do prata, assim tornando-o um galo totalmente preto.

No primeiro fim de semana, foram todos os galistas de Miracema para um torneio na rinha de galos de Leopoldina. Chegando lá, o prata, que passou a estar preto, foi imediatamente emparelhado e com apostas de 1 x 1. A turma de Miracema, que sabia do “babado”, saiu jogando tudo no então falso preto. Para surpresa dos miracemenses, após o primeiro refresco o falso preto levou uma esporada de mau jeito do adversário e esboçou um princípio de reação de galo mutuca, afinal ninguém sabia a procedência do prata, pois simplesmente foi comprado numa roça. Não deu outra, logo em seguida o adversário deu-lhe outra cutucada de espora e o prata correu em disparada da briga, cacarejando esbaforidamente como galinha... rsrs

E nas rinhas, toda vez que este galista aparecia perguntavam pra ele pelo famoso prata, que andava sumido. A resposta que ele dava era a seguinte: foi vendido por um dinheiro absurdo de vultoso para um galista muito rico de São Paulo.

Obs: o galo da foto é meio suspeito, pois nunca vi galo mestiço de cauda branca, a não ser que ele seja todo branco.

Nota: após publicar a foto desse galo no face, recebi esse texto de um miracemense, que, ainda jovem, vivenciou essa época junto ao meu saudoso pai, Ademir, Dr. Bruno, Amaro Alves, Toninho Richard, professor Álvaro Lontra, Ariosto Poli, Cid Boiadeiro, Gerber Nogueira, Joel Peixoto, entre outros.


sábado, 2 de fevereiro de 2019

PROBLEMAS NA AUDIÇÃO? VEJA ALGUNS DOS SINAIS.

1 – Começam a falar muito baixo ou muito alto, porque não escutam a própria voz;

2 – Alheios ao convívio social: começam a evitar encontros sociais ou saídas de casa;

3 – São chamados e não respondem;

4 – Assistem à televisão sem prestar atenção, com um olhar alheiro, ou aumentam muito o volume do aparelho;

5 – Têm dificuldade em falar no telefone;

6 – Perdem-se nas conversas ou fazem perguntas repetidas.

Diagnóstico: quanto antes for diagnosticada a deficiência auditiva, menores serão as conseqüências do problema. O apoio de amigos e familiares é muito importante, já que motiva a procura por ajuda médica – e, quanto antes o tratamento começa, melhor.

Exame: pessoas acima de 60 anos devem fazer anualmente exame de audiometria.