segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

MAGALY SIQUEIRA: UMA GUERREIRA DO INÍCIO AO FIM DA VIDA



Maria Magaly Siqueira de Oliveira, nascida em 24 de junho de 1932, na cidade de Miracema, filha de João Padilha de Siqueira e Maria das Dores Resende de Siqueira. Ela era a filha mais velha entre mais cinco irmãs: Tereza, Lia, Léa, Helenice e Celinha. Todas nascidas e criadas na Praça Dona Ermelinda, nº 75.

Formou-se no Colégio Miracemense como professora e tinha como sonho ser comerciante. Foi Rainha quatro vezes: Rainha dos Estudantes, da Primavera, do Arroz e seu maior título - Rainha do Tiro de Guerra, coroada no dia 7 de setembro de 1953. Em 9 de outubro de 1954, casou-se com Cláudio Gomes de Oliveira, com quem teve cinco filhos: Marcos, Marcelo, Cláudio, Margareth e Flávio Siqueira.

Com a ajuda de seus pais abriu um comércio situado na Praça Dona Ermelinda, e chegou a ser considerada uma das maiores comerciantes da época. Com muita luta e dificuldade, mas vivendo intensamente a caridade, abrigou várias meninas abandonadas que eram amparadas com casa, comida e educação. Seu lema era: onde come um, come dois ou mais. E para isso o trabalho virou meta e sua loja passou a ser sua sala de visitas.

Era a única comerciante que vendia de tudo e abria a loja aos domingos para a sobrevivência e a educação de todos que dela dependiam. Era desprovida de preconceito e atendia a todos, tanto a classe popular com a sociedade miracemense e não existia um que não soubesse de sua luta, de sua história. Todos que ali passavam a respeitavam como uma mulher que servia de exemplo.

O tempo passou e as dificuldades aumentavam como se não bastasse a prática de lutar para sobreviver, veio a idade e com ela a doença – a diabetes – que deu o seu primeiro sinal, tirando-lhe a visão de uma das vistas. Logo em seguida, foi amputada a perna direita e mais tarde a esquerda. Só não conseguiu tirar o seu ânimo, sua força, sua alegria, seu prazer pelo trabalho. Mesmo debilitada, continuou durante anos sentada na porta de sua loja dando bom dia a todos que por ela passavam.

Foi condecorada pela Câmara duas vezes com Mãe e como Comerciante do Ano, momentos que reativaram a sua vaidade. O tempo passou e com ele sua história estava terminando. Sem forças, vivendo mais no hospital do que em casa, presenciou as portas de sua loja sendo fechadas.

Um ano depois, no dia 31 de março de 2006, faleceu deixando a saudade em todos aqueles que participaram de sua geração. Por tudo isso, após o seu falecimento, ela mais uma vez foi homenageada. O espaço existente na Praça Ary Parreiras em frente à Igreja Matriz, perto de onde viveu por toda a sua vida, recebeu o nome de “Largo Dona Magaly Siqueira”.

OBS: TRANSCRITO DO INFORMATIVO DE SAÚDE IMAS DE Nº 001.

Minhas considerações: sobre a pessoa em particular da dona Magaly, por ter trabalhado muitos anos naquela área e todos os dias transitar pela calçada de sua loja, o que foi descrito acima é um retrato fiel de como era seu jeito de ser. 




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