Maria Magaly Siqueira de Oliveira,
nascida em 24 de junho de 1932, na cidade de Miracema, filha de João Padilha de
Siqueira e Maria das Dores Resende de Siqueira. Ela era a filha mais velha
entre mais cinco irmãs: Tereza, Lia, Léa, Helenice e Celinha. Todas nascidas e
criadas na Praça Dona Ermelinda, nº 75.
Formou-se no Colégio Miracemense como
professora e tinha como sonho ser comerciante. Foi Rainha quatro vezes: Rainha
dos Estudantes, da Primavera, do Arroz e seu maior título - Rainha do Tiro de
Guerra, coroada no dia 7 de setembro de 1953. Em 9 de outubro de 1954, casou-se
com Cláudio Gomes de Oliveira, com quem teve cinco filhos: Marcos, Marcelo, Cláudio, Margareth e Flávio Siqueira.
Com a ajuda de seus pais abriu um
comércio situado na Praça Dona Ermelinda, e chegou a ser considerada uma das
maiores comerciantes da época. Com muita luta e dificuldade, mas vivendo
intensamente a caridade, abrigou várias meninas abandonadas que eram amparadas
com casa, comida e educação. Seu lema era: onde come um, come dois ou mais. E
para isso o trabalho virou meta e sua loja passou a ser sua sala de visitas.
Era a única comerciante que vendia de
tudo e abria a loja aos domingos para a sobrevivência e a educação de todos que
dela dependiam. Era desprovida de preconceito e atendia a todos, tanto a classe
popular com a sociedade miracemense e não existia um que não soubesse de sua
luta, de sua história. Todos que ali passavam a respeitavam como uma mulher que
servia de exemplo.
O tempo passou e as dificuldades
aumentavam como se não bastasse a prática de lutar para sobreviver, veio a
idade e com ela a doença – a diabetes – que deu o seu primeiro sinal,
tirando-lhe a visão de uma das vistas. Logo em seguida, foi amputada a perna
direita e mais tarde a esquerda. Só não conseguiu tirar o seu ânimo, sua força,
sua alegria, seu prazer pelo trabalho. Mesmo debilitada, continuou durante anos
sentada na porta de sua loja dando bom dia a todos que por ela passavam.
Foi condecorada pela Câmara duas vezes
com Mãe e como Comerciante do Ano, momentos que reativaram a sua vaidade. O
tempo passou e com ele sua história estava terminando. Sem forças, vivendo mais
no hospital do que em casa, presenciou as portas de sua loja sendo fechadas.
Um ano depois, no dia 31 de março de
2006, faleceu deixando a saudade em todos aqueles que participaram de sua
geração. Por tudo isso, após o seu falecimento, ela mais uma vez foi
homenageada. O espaço existente na Praça Ary Parreiras em frente à Igreja
Matriz, perto de onde viveu por toda a sua vida, recebeu o nome de “Largo Dona
Magaly Siqueira”.
OBS:
TRANSCRITO DO INFORMATIVO DE SAÚDE IMAS DE Nº 001.
Minhas considerações: sobre a pessoa em particular da dona Magaly, por ter trabalhado muitos anos
naquela área e todos os dias transitar pela calçada de sua loja, o
que foi descrito acima é um retrato fiel de como era seu jeito de ser.
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