Paulo
César Lima, o “Caju”, apelido que ganhou quando retornou de uma viagem aos Estados Unidos com o cabelo pintado, em 1968, foi um dos jogadores mais
irreverentes e debochados da história do futebol brasileiro. Afinal, ele
tinha uma técnica excelente, ótimo nível de habilidade, inteligência na armação
das jogadas e chute forte. Resumindo: um gênio com a bola nos pés! Ainda garoto, na primeira metade dos anos 60, no futebol de praia carioca era conhecido como Paulo Pelé.
Nascido
no Rio de Janeiro em 16 de junho de 1949, esse ponta-esquerda começou a sua
carreira no Botafogo e ainda jovem já demonstrava um talento incomum e um
potencial acima da média. Logo foi alçado ao time principal e antes de
completar os 18 anos já brilhava com atuações destacadas e fazendo gols, como
na final da Taça Guanabara de 1967, quando marcou os três gols do Fogão na
vitória por 3 x 2, contra o América, de virada. Pelo Botafogo foi bicampeão carioca em 1967/68, e campeão da Taça Brasil
em 1968. Foi, ainda, artilheiro do carioca de 1971, com 11 gols. Vestiu a camisa do Glorioso em 264 jogos e marcou 83 gols.
Um fato que é desconhecido por muitos foi a breve passagem de PC pelo juvenil do Flamengo no início dos anos 60. Outro detalhe a ser acrescentado é que Paulo César é irmão adotivo do ex-zagueiro Fred, e jogaram juntos no Flamengo e Botafogo.
Após
participar da Copa do Mundo de 1970, na reserva, quando o Brasil sagrou-se
Tricampeão Mundial, foi negociado com o Flamengo, em 1972. Após a passagem pelo rubro-negro, onde permaneceu até 1974, marcando 19 gols em 105 jogos e tendo sido campeão carioca
em 1972, foi negociado com o Olympique de Marselha, da França, após sua
participação na Copa do Mundo da Alemanha. A curta passagem pelo futebol
francês - 31 jogos e 17 gols assinalados - foi marcada mais pelas festas que participou do que por suas jogadas
dentro de campo. Ainda assim, foi Campeão da Copa da França de 1975.
Voltou
para o futebol brasileiro desacreditado. No entanto, a vinda pro Fluminense,
que iniciava a formação da “Máquina Tricolor”, caiu como uma luva para a
recuperação do seu futebol. Mostrou maturidade e conquistou o bicampeonato carioca em 1975/76. Foi um verdadeiro maestro do time, que defendeu em 85 jogos com 16 gols marcados. Retornou ao Botafogo em
1977, sem o mesmo brilho, e ficou até 1978. A sua carreira já demonstrava os primeiros sinais
de um declínio físico. Em 1978 foi negociado com o Grêmio e acabou sendo
Campeão Gaúcho no ano seguinte, em 1979. Voltou ao futebol carioca e atuou pelo
Vasco em 1980, numa passagem muito discreta, com 27 jogos e 7 gols.
Mais um time de massa estava em seu caminho e ele acabou no Corinthians em 1981. Um fracasso total e absoluto, e apenas 4 jogos disputados. Entre os anos de 1981 e 1983 rodou pelo futebol americano. Já no ocaso de sua carreira, depois de ter praticamente parado de jogar, recebeu um convite do Grêmio para jogar a final do Mundial Interclubes de Tóquio, em 1983. Convite aceito participou do jogo e encerrou definitivamente sua carreira com mais um título.
Mais um time de massa estava em seu caminho e ele acabou no Corinthians em 1981. Um fracasso total e absoluto, e apenas 4 jogos disputados. Entre os anos de 1981 e 1983 rodou pelo futebol americano. Já no ocaso de sua carreira, depois de ter praticamente parado de jogar, recebeu um convite do Grêmio para jogar a final do Mundial Interclubes de Tóquio, em 1983. Convite aceito participou do jogo e encerrou definitivamente sua carreira com mais um título.
PC Caju conheceu a glória e as noites cariocas e foi assim que a sua fama de boêmio começou. Seu jeito falastrão acabou despertando a ira de pessoas do futebol e de fora dele também. Taxado como um jogador polêmico, muitas vezes foi perseguido por ser negro
Após um
longo período envolvido com a bebida e as drogas, que o fez perder praticamente
tudo que havia conseguido com o futebol, até a medalha da Copa de 70 e a
réplica da taça, quem o tirou dessa vida foi o ex-jogador Cláudio Adão. Depois
de morar alguns meses na residência do amigo, foi internado em uma clínica para
se livrar definitivamente do vício. Paulo César não só se recuperou como teve a
coragem de se expor e mostrar como chegou ao fundo do poço. Pode-se dizer que
foi sua maior conquista!
Vestiu a camisa do Brasil em 76 jogos e marcou 16 gols, sendo 58 oficiais e 11 gols.
No dia 04 de agosto de 2016, no Rio de Janeiro, Paulo César Caju recebeu das mãos do presidente François Hollande, a medalha de cavaleiro da Ordem Nacional da Legião de Honra da França, uma das maiores distinções do país. E todo esse reconhecimento se deu em apenas uma temporada que o Caju atuou no futebol francês, 1974/75, defendendo o Olympique de Marseille, ao lado de outro brasileiro - Jairzinho - o "Furacão da Copa" de 1970.
PARABÉNS POR MAIS UMA GRANDE MATÉRIA.
ResponderExcluirEsta tranquilamente entre os 5 melhores brasileiros que vi jogar. Genial com a bola, artero e irreverente no microfone e no video, totalmente irresponsável na gestão financeira e em sua vida particular. Figura publica francesa adorada pelo jet pariense.
ResponderExcluirPaulo César Lima
ResponderExcluirgostaria de conhecer pessoalmente foi grande jogador e um homem com caráter incrível parabéns Caju
Gostaria de conhecer este que é um grande homem como jogador e fora do campo
ResponderExcluirGenial, inteligente não só dentro do campo. Culto, foi um ativista sem ser chato, só com os exemplos e as cutucadas q dava. Genial, dava gosto de vê-lo jogar. Reportagem deliciosa e muito bem feita.
ResponderExcluirPaulo César "Caju" em seu futebol nada pequeno, misturou-se aos talentos da década de 60 e 70, onde existiam verdadeiros craques e destacar-se era difícil. Mas, quando chegou ao Flamengo, sofrendo preconceito, calou a todos com um gol olímpico em pleno um FlaXFlu, movendo o Macaracanã do chão. Pelo comportamento de playboy, Neymar faz -me lembrar do "Caju".
ResponderExcluirJogador , inteligente, habilidoso .Deus o abençoe. Parabéns Cláudio adao, isso sim pode -se ser chamado de : Amigo. E FIM DE PAPO.
ResponderExcluirJogava muita bola . Jogava bonito , com classe e elegância .
ResponderExcluirPaulo Cesar marcou minha vida. Foi o único que cumpriu me emocionar quando o vi dia desses voltando de uma viagem. Ele era um dos que figuraban no meu time de botão quando eu tinha seis anos e qual não foi minha emoção ao encontra-li depois de mais de 50 anos
ResponderExcluirMalandro refinado,creme amor a camisa canarinho. Levou um pé na orelha do Luis Chevrolet quando ria.no vestiário após derrota do Brasil.Ademir da Guia jogava muito mais do que ele.
ResponderExcluirPara Paulo muita saúde e felicidades meu pai Alberi que ganhou a bola de prata com vc 1972 manda um abraço para vc
ResponderExcluirPC Caju recebeu a comenda de cavaleiro da Ordem Nacional da Legião de Honra, distinção instituída por Napoleão Bonaparte em 1802 e que representa a ordem máxima do país.
ResponderExcluirParabéns velho, saúde paz e muitos anos de vida, tive o prazer de conhecê-lo, pegou meu táxi na Av. Berrine e o levei para sua residência, no caminho a identidade foi recíproca, pois também joguei muita bola e aí da jogo, trocamos um bom papo , muita saúde e paz.
ResponderExcluirMe lembro do PC Caju quando era garoto de uns 10 ou 11 anos e eu tinha três anos a mais e jogavamos às vêzes contra na quadra da PM na rua São Clemente, êle no botafoguinho ou flamenguinho ou brasileirinho lá perto do cemiterio São João Batista e eu no OASIS da vila Montevideo na Rua Real Grandeza. Êle era conhecido como Pelezinho pois jogava muita bola e eu era apenas um jogador mediano. No OASIS o craque era o Robertinho Calvano que acho que não virou jogador profissional. Como jogador o que mais impressionou no PC Caju era sua inteligência e o fato de depois de encerrar a carreira ter sido agraciado com a Légion d'Honneur pelo presidente Xavier Hollande, não sei se por seus méritos como jogador de futebol mas o fato é que foi agraciado e esta condecoração não é para qualquer um. As suas crônicas são muito bem escritas e acho que êle tem uma capacidade como cronista que não têm a grande maioria dos demais ex-jogadores. Parabéns Paulo Cesar.
ResponderExcluirPara mim, um intelectual do mundo do esporte. Muito inteligente
ResponderExcluirJogou muito. Cracaço de bola.
ResponderExcluirTri- campeão do Mundo.
Foi campeão por todos os quatro grandes do RJ.
Sofreu muito com a imprensa, por ser negro. Foi o único do meio desportivo a comparecer na inauguração do restaurante Regines, na torre Rio Sul.
Grande Paulo Cesar.
Inverdade. Quem ajudou o Paulo César Caju a parar com as drogas foi também Roberto Rivelino. Basta pesquisar.
ResponderExcluirEle pode até ter ajudado, mas o que foi relatado no texto, com a aprovação do próprio PC, é o que se tem notícia. Sobre a "inverdade" citada, equívocos de algumas informações podem ser cometidos, pois a vida é um aprendizado diário. Sua opinião é importante e poderia ter sido emitida de uma forma mais construtiva.
ExcluirTadeu, sempre ouvi a história sobre a recuperação das drogas do Caju, que era devida ao Claudio Adão. Hoje, pela primeira vez, vi o nome do Rivelino, mas, de fato foi o Adão o responsável. Veja trecho da entrevista com o Caju, publicada na Isto É de 20/04/2005. Palavras do Paulo Cesar:
Excluir"Quase todos os amigos tinham se afastado. O ex-jogador Afonsinho (ex-presidente do Sindicato dos Jogadores do Rio de Janeiro e hoje médico) e o ex-atacante Cláudio Adão foram dos poucos que restaram. Devo parte considerável desta recuperação a Cláudio Adão e a sua mulher, Paula, filha de um amigo, o produtor Luis Carlos Barreto..."
PC não citou nunca o Rivelino.
Parabéns pela matéria. Abraço.
Edgar
PC Cajú fazia a alegria dos torcedores que frequentavam o Maracanã. Tremendamente craque. Vida longa pra vc Cajú.
ResponderExcluirEm 1979 jogando um Grenal pelo Grêmio, Paulo Cesar Caju foi considerado o melhor jogador em campo ,conquistcca.peonsyocampeonato campeonato campeonato
ResponderExcluirPaulo Cesar Caju: o maior craque de todos os tempos, Parabéns!
ResponderExcluirEncontrei o PC num voo, falei de minha admiração por ele e agradeci pelas alegrias que ele me proporcionou como jogador. Ele se emocionou e eu tbm. Jogadorzaço!
ResponderExcluirEu o vi jogar várias vezes.Um jogador fascinante.Era um fascínio vê lo jogar.Zagalo falava que era o último de uma geração de espetaculares jogadores.
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