terça-feira, 28 de maio de 2024

GILSON GÊNIO: UM BAIXINHO ARRETADO

 


Gilson Wilson Francisco nasceu em Itaguaí-RJ, em 20 de junho de 1957. O ex-atacante que ficou mais conhecido como Gilson Gênio, faleceu aos 59 anos, em 28 de maio de 2017, após travar uma árdua batalha contra um câncer de intestino desde 2014.


Gilson começou a sua carreira profissional no Fluminense em 1975. No clube das Laranjeiras ele atuou até 1979 e fez parte do grupo campeão carioca de 1976 – no time que ficou conhecido como a “Máquina Tricolor”. Marcou 6 gols em 75 jogos.




Além disso, o ponta, que era conhecido por ter muita qualidade e ter dribles desconcertantes, defendeu as camisas do Bahia (campeão baiano de 1981), América-RJ (campeão da Copa dos Campeões de 1982), Grêmio (campeão da Taça Libertadores de 1983), Bangu – 26 jogos e 6 gols (vice-campeão brasileiro em 1985), Inter de Limeira (campeão paulista de 1986), Santa Cruz e Cerro Porteño, do Paraguai. Algumas fontes informam a sua passagem pelo Gil Vicente/Portugal e Entrerriense, de Três Rios (RJ).


Posteriormente, Gilson se tornou treinador de futebol, trabalhando nas categorias de base do Botafogo, Fluminense, e como interino em duas oportunidades no time principal do Tricolor carioca. Ele também treinou o América-MG e outros clubes de menor expressão.

segunda-feira, 27 de maio de 2024

AFFONSO SOARES: O COMENTARISTA QUE NÃO PERDE A ESPORTIVA

 


O jornalista Affonso Gonçalves Soares teve como primeiro desafio cobrir a Copa do Mundo de 1950, no Brasil. Trabalhou em algumas emissoras do rádio carioca, mas foi na rádio Globo (durante 23 anos) e na rádio Tupi (durante 19 anos), que marcou o seu nome no meio esportivo radiofônico.


Criou e trabalhou em outros quadros que não eram ligados ao esporte. Produtor de mão cheia, Affonso era múltiplo, um baita profissional. Fez também alguns personagens em programas de rádioteatro. Na Tupi era dele um programa que abria as jornadas esportivas, às 13h, denominado “Vai dar zebra”. 


Nascido no Rio de Janeiro, em 11 de setembro de 1923, era um torcedor apaixonado do Fluminense e da Portela. Durante muitos anos fez parte dos debates do programa Haroldo de Andrade, na rádio Globo, e da equipe de esportes comandada pela dupla Waldir Amaral e Jorge Curi.


Além dos programas policiais, transmissões esportivas e carnavalescas, fez sucesso no rádio matutino apresentando o seu "Não Perca a Esportiva", primeiro na Rádio Globo, dentro do programa do Paulo Giovanni, e na Rádio Tupi, dentro do programa do Francisco Barbosa.

 

Vítima de um infarto enquanto dormia, morreu em 27 de maio de 2007, aos 83 anos. Ele já estava aposentado.

 

Transcrevo a seguir um relato do jornalista Luiz Cândido, de Campos dos Goytacazes, de um fato ocorrido com Afonso Soares:

“Affonso Soares certa vez foi convidado a comentar um jogo em Campos, à noite. Foi na antiga Rádio Continental, na briga pela audiência com a Difusora. Ele veio, porém, tinha que retornar logo ao Rio porque fazia programa na manhã seguinte. E assim foi feito. A Rádio tinha uma Kombi velha, e o motorista era um sujeito magricela que era conhecido por Tristeza. Durante a viagem Affonso foi dormindo no banco traseiro, e em certo ponto do percurso, o veículo pegou fogo. Tristeza estacionou no acostamento da BR e tratou de acordar o radialista, gritando: Olha o fogo, olha o fogo! Affonso saiu correndo, só de meias. A sorte é que os veículos paravam devido ao incêndio e ao saberem de quem se tratava, deram carona ao Affonso que chegou à Rádio Globo sem os sapatos. Foi nos anos 1970.”

 

domingo, 26 de maio de 2024

NOWAK: TRISTE FIM DE UM POLONÊS QUE JOGOU NO BRASIL

 


O volante polonês Krzysztof Damian NOWAK, nascido em 27 de setembro de 1975, que atuou no Atlético-PR entre 1996 e 1997, morreu em 26 de maio de 2005, aos 29 anos, em Wolfsburg, na Alemanha. Inclusive, é o clube alemão em que ele atuou até fevereiro de 2001, quando precisou encerrar sua carreira para tratar de um transtorno degenerativo incurável em seu cérebro. Essa doença é a mesma que levou a óbito o ex-atacante Washington, aquele que formou o “Casal 20” com o meia Assis.


Nowak atuou no Atlético-PR ao lado de seu compatriota Piekarski, que fez mais sucesso no país e chegou a defender também o Flamengo. O volante, que defendeu a seleção de seu país, começou a carreira no UrsusVarsovia. Depois, transferiu-se para o Patras, da primeira divisão da Grécia. Mais tarde, voltou à Polônia e jogou no LegiaVarsovia e no OpalLubosz. Então, atuou no Atlético-PR, de onde saiu para jogar no Wolfsburg, em 1998.




Nowak tinha a chamada "síndrome de Charcot", ou uma esclerose lateral amiotrófica, transtorno degenerativo incurável que atinge o sistema neurológico. A doença foi diagnosticada em 2001. Entretanto, sua carreira só foi encerrada oficialmente em 2002. 


O estado de saúde do polonês foi piorando progressivamente. Desde 2003, o jogador não podia deixar a cadeira de rodas e conseguia apenas fazer alguns movimentos com a cabeça.

quinta-feira, 16 de maio de 2024

PAULO EMÍLIO: MINEIRO DE FALA MANSA E PROFUNDO CONHECEDOR DE FUTEBOL

 


Mineiro de Espera Feliz, Paulo Emílio Frossard Jorge faleceu em 16 de maio de 2016, aos 80 anos, em São José dos Campos, interior de São Paulo, onde residia.


Paulo Emílio começou a jogar futebol nas divisões de base do Atlético Mineiro, e quando a sua família se mudou para o Rio de Janeiro, chegou a treinar no Flamengo e no Botafogo, acabando por fazer alguns jogos como zagueiro no Bonsucesso, apesar de sua baixa estatura, mas a asma não permitiu que fosse mais longe e, assim, dedicou-se aos estudos, formando-se em Educação Física e Direito.


Durante sua carreira, Paulo comandou diversos clubes de expressão no futebol brasileiro, como Vitória, America-RJ, Santa Cruz, Remo, Bahia, Vasco, Guarani, Goiás, Paysandu, Botafogo, Náutico, Santos, Fortaleza e Atlético (PR). Ficou marcado, porém, como o primeiro técnico da ''Máquina Tricolor'' do Fluminense, onde trabalhou com Rivellino. Conquistou diversos títulos estaduais, entre eles o carioca de 1975 pelo Fluminense.


Depois de se retirar dos gramados tornou-se um estudioso do futebol, proferindo diversas palestras e escrevendo o livro "Futebol dos Alicerces ao Telhado".


Paulo Emílio sempre teve um jeito muito especial e diferente de lidar com seus atletas – de fino trato – e com a imprensa, de um modo geral. Dificilmente alterava o tom de voz e transmitia uma tranqüilidade incomum para quem teve o privilégio de trabalhar sob seu comando. Resumindo: muito educado e um profundo conhecedor de futebol.  

NELSINHO ROSA: UM NOME QUE FEZ HISTÓRIA NO FUTEBOL CARIOCA

 


Nelson Rosa Martins foi um jogador de meio-campo de estilo clássico. Começou sua carreira jogando nos juniores do Madureira. Profissionalizou-se no Flamengo, em 1962, onde formou uma dupla com Carlinhos, que marcou época no futebol carioca. Atuou em 194 jogos e marcou 19 gols, entre março de 1962 e setembro de 1968, quando encerrou a carreira. Conquistou os títulos do carioca de 1963 e 1965.  


Como treinador, foi campeão capixaba de 1977, comandando a Desportiva Ferroviária. Outros títulos importantes: campeão carioca dirigindo o Fluminense em 1980 e 1985; campeão brasileiro pelo Vasco em 1989, quando formou um time muito competitivo. Comandou a Seleção da Arábia Saudita na Copa da Ásia de 1992. 


Nelsinho morreu em 16 de maio de 2023, aos 85 anos, no Rio de Janeiro. O ex-treinador estava internado há meses e teve piora em decorrência de problemas de infecção hospitalar. Era apaixonado pelo Madureira, no qual foi técnico em 2002 e depois assumiu a função de coordenador. Com freqüência era visto nas tribunas do Estádio Aniceto Moscoso, da Conselheiro Galvão.


Esse é mais um ex-atleta que deixa um legado de competência e honestidade nas funções que exerceu, além de ter sido um gentleman no tratamento com jogadores e imprensa. De fala mansa e pausada, nos transmitia uma calma incomum para a profissão que exercia.  

quarta-feira, 8 de maio de 2024

LUIZINHO: O DAS "ARÁBIAS"...

 


O ex-atacante Luiz Alberto Duarte dos Santos (Luizinho das Arábias) sofreu um infarto fulminante em seu apartamento, em Belém, na capital paraense, em 08 de maio de 1989, aos 31 anos, quando atuava pelo Clube do Remo. Após ficar dois dias sem aparecer no clube, a porta de sua residência foi arrombada e constatou-se o óbito.  


Com passagens por vários clubes no futebol brasileiro, começou na Portuguesa (RJ) e também jogou por Juventude (RS), Flamengo – 33 jogos e 9 gols (campeão carioca em 1979), Bangu – 37 jogos e 10 gols, Campo Grande, Fortaleza (campeão cearense em 1983), Botafogo (RJ), Desportiva Ferroviária (ES), Ferroviário (CE), XV de Jaú (SP),  Paysandu (campeão paraense em 1987), Porto Alegre/Itaperuna e Remo. Em algumas equipes atuou em mais de uma oportunidade.




Foi um dos grandes destaques do bom time montado pelo Campo Grande no início dos anos 80, campeão da Taça de Prata de 1982 e artilheiro da competição com 10 gols. Também se destacou no futebol cearense, conseguindo a artilharia do estadual em duas oportunidades: 1983 (33 gols) e 1985 (24 gols).


Luizinho recebeu o apelido do repórter Washington Rodrigues, o Apolinho, que, ao recepcioná-lo, ao vivo para a rádio, identificou o atacante como "Luizinho, o da Arábia". Luizinho jogou seis meses no Al Nasser, clube da Arábia Saudita, pelo qual foi campeão saudita em 1980. Inclusive, foi o autor do gol que deu o título contra o maior rival.


Luizinho das Arábias foi sepultado em Petrópolis, cidade onde nasceu em 13 de novembro de 1957.

 

sexta-feira, 3 de maio de 2024

DJALMA DIAS: MAIS UM CRAQUE DA ACADEMIA DO PALMEIRAS

 


DJALMA Pereira DIAS nasceu na capital carioca em 21 de agosto de 1939. Zagueiro esguio, técnico, raramente apelava para as faltas. Não precisava dar pontapés para roubar a bola e sair jogando. Foi um jogador muito clássico, que marcou época no Brasil. Está entre os grandes zagueiros do nosso futebol.


Djalma Dias é o pai de Djalminha, revelado pelo Flamengo e com passagem de destaque no Palmeiras. Curiosamente, não teve chance de ver seu filho com a camisa da Seleção Brasileira, pois quando faleceu, o garoto estava galgando seu espaço no time rubro-negro.


Foi titular incontestável da Academia do Palmeiras dos anos 60. Atuou no América (campeão carioca em 1960), Palmeiras – 239 jogos e 2 gols (campeão paulista em 1963 e 66, e do Rio-São Paulo em 1965), Atlético Mineiro, Santos (campeão paulista em 1969) e Botafogo (RJ). A sua passagem pela Seleção foi marcada por 21 jogos, sendo 17 oficiais. Não disputou nenhuma Copa do Mundo, e isso reforça a grande concorrência de jogadores de alto nível nos anos 60.


Morreu ainda novo, de forma repentina, em 1º de maio de 1990, aos 50 anos, no Rio de Janeiro, vítima de um aneurisma cerebral.

 

quarta-feira, 1 de maio de 2024

PAULO AMARAL: AQUELE QUE REVOLUCIONOU A PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL BRASILEIRO

 


Paulo Amaral nasceu no Rio de Janeiro em 18 de outubro de 1923. Começou no futebol como zagueiro reserva do Flamengo, entre 1943 e março de 1946, após chegar em 1939 para o juvenil. Foi reserva de Biguá e Bria, atuando em 18 jogos e marcando um gol. De acordo com suas próprias palavras em uma reportagem da Revista do Esporte, de 1962, foi “um jogador medíocre”. Depois foi para o Botafogo, onde ficou de 1946 a março de 1948, quando pendurou as chuteiras. Formou-se em Educação Física e também tirou o diploma para Técnico de Futebol.

 

Foi o primeiro preparador físico específico da seleção brasileira e bicampeão do mundo em 1958 e 1962. Além da seleção, passou a maior parte da sua vida profissional no Botafogo, tanto como preparador físico quanto como técnico. É considerado por muitos o responsável pela revolução em termos de preparação física no Brasil. Foi a partir do destaque de Amaral que os times brasileiros começaram a ter profissionais específicos para a função de preparador físico, que, antes dele, era sempre improvisada.

 

Além de ser técnico do Botafogo em sua fase áurea, dirigiu times de ponta do futebol europeu, como Juventus e Genoa, ambos da Itália, além do Porto, de Portugal. No Brasil, além do Botafogo, comandou também o Vasco, Corinthians, Atlético Mineiro, Bahia (campeão baiano em 1967), Fluminense (campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, em 1970), América (RJ), Remo e Guarani. Em 1978, ainda teve uma rápida passagem por um time árabe, o Al-Hilal. Ficou marcado pela rígida disciplina que exigia de seus jogadores: “Sou exigente com os jogodores, porque eu e eles somos empregados do clube. Temos uma missão a cumprir: aquela que nos é confiada pela direção do clube e pela sua torcida e que nada tem a ver com nossos problemas pessoais”.

 

Com a cabeça sempre raspada à navalha, quase dois metros de altura e pesando próximo de cem quilos, Paulo Amaral tinha um gênio complicado e vivia às turras com os jornalistas que cobriam as equipes que treinava.

 

Morreu aos 84 anos, vítima de um câncer, na capital carioca, em 1º de maio de 2008.