Antônio José RONDINELLI Tobias é paulista de São José
do Rio Pardo, onde nasceu em 26 de abril de 1955. Rondinelli foi um zagueiro de
boa colocação, aplicado, forte liderança e muito vibrante em campo. Exemplos de valentia não faltaram na carreira deste zagueiro viril, corajoso e feroz. Possuía uma
raça acima da média, tanto que foi apelidado pela torcida do Flamengo de “Deus
da Raça”. Teve uma passagem de destaque pelo rubro-negro (chegou para as
categorias de base em 1971), e do qual se tornaria ídolo anos depois, precisamente
em 1978, quando marcou – de cabeça e no final do jogo – o gol do título carioca
sobre o Vasco.
Essa conquista abriu as portas do sucesso para a
chamada “geração Zico”, que brilhou até a primeira metade dos anos 80. Talvez
se tivesse perdido novamente o título para o Vasco, como já havia ocorrido em
1977, o grupo fosse desfeito e a história seguinte seria diferente.
Jogou no Flamengo – 407 jogos e 12 gols (campeão carioca em 1974/78/79/79-especial e 81, do brasileiro em 1980, e da Taça Libertadores em 1981), Corinthians – 12 jogos, Vasco – 40 jogos e 3 gols (campeão carioca em 1982), Atlético Paranaense, Goiás e Goiânia.
Encerrou a carreira novo, aos 33 anos, devido a
problemas crônicos em seu joelho. Esse foi um dos motivos do baixo rendimento de
sua passagem por Corinthians e Vasco. Pela Seleção, apenas 3 jogos, nenhum
oficial.
Apesar de toda a rivalidade entre os clubes, vestiu a camisa do Vasco mostrando a mesma determinação dentro de campo. A passagem foi rápida, mas deixou marcas positivas fazendo parte do grupo campeão carioca de 1982.
Em 1979 foi lançado o livro "Rondinelli, o Deus da Raça", autoria de Luiz Allan de Almeida, fanático torcedor do Flamengo, através da Editora Fusão. Isso apenas reforça o quanto o ex-zagueiro se tornou um ídolo rubro-negro. O jornalista Nelson Rodrigues assim o descreveu em um dos textos do livro: "Ele é o jogador que tem alma. Isso é o que eu queria dizer: sem alma não há um grande jogador... Na decisão de 1978 contra o Vasco da Gama... ele tinha aquele impulso profético do gol... Rondinelli é um jogador de grande emoção, de grande coragem, de grande vontade de vencer, que crava no peito a estrela do rubro-negro".
E o que pensa Rondinelli disso tudo? A resposta está no livro, num depoimento do próprio jogador: "Ser considerado um símbolo para a torcida é uma coisa inimaginavelmente bela. Minha responsabilidade se agiganta para com essa imensa torcida, essa massa contagiante. E eu procuro retribuir dentro de campo a confiança que ela deposita em mim, suando a camisa, lutando, não deixando o adversário fazer gols, nem que para isso eu morra".