DULCE ROSALINA Ponce Leon nasceu na capital carioca em
07 de março de 1934. Começou a frequentar os estádios desde nova, e por sua
assiduidade, foi convidada, em 1956, para comandar a Torcida Organizada do
Vasco (TOV), na época um fato inédito, tornando-se a primeira mulher a chefiar
uma torcida. As histórias mostram que Dulce, realmente, cumpriu bem a sua
missão no comando de uma organizada. Apesar do preconceito, aceitou o desafio e
caracterizou sua participação pela presença nos estádios, independentemente do
lugar, e pelas brincadeiras sadias que a faziam sempre respeitada pelos
torcedores de outros clubes.
Em 1976, deixou a Torcida Organizada do Vasco, já que
o grupo apoiava, na eleição presidencial do clube, o candidato Agathyrno da
Silva Gomes, enquanto ela apoiava Medrado Dias, o candidato da oposição. Ao
deixar a TOV criou a Renovascão, outra torcida organizada.
Folclórica, uma de suas mais saborosas histórias dava
conta de que, seu marido, o ex-jogador Ponce Leon, na época de jogador de
Bonsucesso, Botafogo e São Paulo, não poderia vencer o Vasco, sob pena de
apanhar quando chegasse em casa.
A mais antiga chefe de torcida do país, conhecida como
a “primeira-dama das arquibancadas”, morreu aos 69 anos, de insuficiência
cardíaca, em 19 de janeiro de 2004, no Rio de Janeiro. O Vasco perdeu a sua
torcedora símbolo.
A prefeitura do Rio de Janeiro decidiu homenageá-la ao
dar seu nome a uma rua próxima ao Estádio de São Januário. Ela foi um exemplo
de pioneirismo na luta das mulheres por espaço e voz dentro do futebol.