Sou daquele tempo e coleciono Tipos & Fatos
inesquecíveis, personagens que ficaram em minha memória e que me ajudam a
contar histórias de minha cidade. Sou daquele tempo em que existia a Fábrica de
Tecidos, a Usina de açúcar Santa Rosa, a Estrada de Ferro Leopoldina, a
Cerâmica, o Departamento Nacional do Café, o Colégio Miracemense. Agência Ford,
Agência Chevrolet, Agência da Wolksvagem. Dos hotéis Braga, Assis, Hotel do
José João e da Pensão Corrêa em frente à estação.
Os Bancos, Fluminense, da Produção, Crédito Real,
Ribeiro Junqueira, Barra do Piraí e Banerj. O Café Moka, Café Katiá, Oliveira
& Mendonça, Casa Cacheado, Casa Pernambucana, Casa Alemã, Casa Brasil, Casa
Azul, Casa Dover, Casa Magacho, Casa Aguiar, Loja do Demetrio, Casa do Nacib
Gandour, Casa do João Siqueira, do Chicrala Amim, Chicrala Salim, moinhos de
fubá do Jenico, do Olimpio Magacho.
Fabrica de Tamancos, de botinas, de Sabão, de
Ladrilhos Hidráulicos, de Bebidas do Lucas Damasceno; e as Fabricas de Cachaça
Maravilha, Santa Justa, Carlos Pereira, Marselhesa, e distribuidores Saiba
Felix, Guaribinha e outros. Os Times de futebol de Miracema, Esportivo e Tupã.
Os atacadistas Marcelino P. Tostes, João Siqueira,
Bazileu Meneses, Chico Cacheado; mais de 20 Maquinas de Arroz em Miracema,
Paraíso, e Flores. Barbearia do Gerson, do Netinho, do Jeová, do Severo e Zé
Lucas. Cinemas, Sete e 15 de Novembro. As alfaiatarias do Amaro Leitão, dos
Irmãos Mercantes, do Dante Barbi, Pepito e outros. Do tempo das cuecas samba
canção, das ceroulas, dos tênis chamados come quieto, das alpargatas- roda.
Os políticos Altivo Linhares, Ventura Lopes, Bruno de
Martino, José Neagle, Dirceu Cardoso, Melchíades Cardoso, Adumont Monteiro e
muitos outros. Os Oradores cômicos como Briguelo, que dizia “lá em Volta Redonda”,
Rolando que dizia “perdi a linha”, Orestina mulher do Gamelão dizia “não tem
uma mulher atoa para me dar um copo d’água?”.
Os médicos Sebastião Bruno, Campanário, Moacyr Junqueira,
Silvio Freire, Leandro e a Parteira do Hospital D. Nair.
Os dentistas Marciano Souto, Demerval Moreira, Luiz
Paulo Moreira, Josias Lima, Osvaldo Botelho, Juscelino Couto, Frederico
Barroso, Dermeval Delfim, Abelardo Freire. Os farmacêuticos Scilio Faver,
Azarias Gutterres, Chico Queiroz, Astinfaro Barbosa, Oswaldo, Alfredo Moreira,
Geraldo da farmácia. Os taxistas Belo, Nilo Boca Larga, Teodoreto, Tereco, José
Barros, Buca, Boboca e Carlos Onofre.
Os Ônibus do Otílio Átila, do Sr Pedrinho para Palma,
Osmar Rezende para Cataguases, David Português, um ônibus aberto chamado
Jardineira e as Limusines que faziam a rota para o Rio de Janeiro.
Os Bares do Pinheiro, do Neffá, do Vavate, do Vicente
Dutra, Zé Careca e o salão de sinuca. O Bar Pracinha, o Faride com sua sopa, o
Giludo com seus bifes, o Santinho com seu café, o pastel do Vicente, o Abdo com
sorvete e o Chico munheca e Amaral com Jornal.
Os bailes no Aero clube com as orquestra Tabajara de
Severino Araújo, Cassino de Sevilla.
Os que viviam na rua como Paraoquena, Mãe do Rundunga,
Izabel dos cachorros, Neca Solão, Lanceiro da Índia e Raul cantor.
Os maestros José Garcia e Sr Ernestino Faria, Maria
Batuquinha no Caxambu, Sebastião Salu, Iberalina, Claudino, Congo e o Chico
Violeiro que os comandava e outros. Os trançadores de couro para montaria, Bié,
Lulu trançador e a mãe do Moises, Pedro Fernandes que distribuía convite para
enterro. Sou daquele tempo que não volta mais...