VAI COMEÇAR O BRASILEIRÃO!

Depois de muitos anos iniciamos o Campeonato Brasileiro da temporada de 2016 sem nenhum favorito. Todos os clubes necessitam de alguns reforços pontuais e ainda correm o risco de perder jogadores no meio da temporada.

As rodadas iniciais serão uma amostra – não sei se “grátis” – para determinar quem está na competição para brigar pelo título ou apenas ficar no meio da tabela – para baixo – lutando desesperadamente contra o rebaixamento.

A Copa América e os Jogos Olímpicos são fatores que certamente influenciarão no desempenho das equipes que vão perder jogadores por mais de dez rodadas. Se já está difícil com o que tem, imagine perdendo as suas principais peças. Não deveremos ter surpresas como o ocorrido na Inglaterra, como também não teremos times disparando na tabela.

Qualquer previsão que se faça para buscar um leve favoritismo de “A” ou de “B” é como jogar na loteria, pois, o que os principais times vêm jogando é algo preocupante e desanimador. Ainda estamos atordoados com aquela goleada histórica sofrida pela Seleção Brasileira na Copa do Mundo, um vexame que ainda está muito vivo em nossa memória.

Pouca coisa mudou, taticamente falando, e os técnicos continuam privilegiando a força – até por falta de material humano – e não conseguem dar um padrão de jogo aos seus times. Temos algumas exceções, digo de treinadores, que buscam implantar um sistema de jogo um pouco diferente, mais parecido com o que se pratica nos principais times europeus, mas esbarram na deficiência técnica e na pressa por resultados imediatos.

O Tite é o melhor técnico em atividade no Brasil, seguido de perto pelo Levir Culpi. Dorival Júnior é outro que demonstra muita capacidade e sobre o Cuca, a sua temporada de 2016 no Palmeiras será crucial para a sua afirmação definitiva de ser um treinador de ponta. A grande revelação podemos dizer que é o Fernando Diniz, que precisa de mais tempo e oportunidade em um time de ponta – rejeitou recentemente uma proposta do Cruzeiro – para dizer realmente a que veio. Seus conceitos são interessantes e foge um pouco da mesmice por aqui praticada.

Os times do Rio também são incógnitas e se levarmos em conta os últimos resultados, o Levir, com menos tempo de casa que o Muricy, já conseguiu impor na equipe alguns de seus métodos de trabalho.

Sobre o Flamengo de Muricy, a dispensa na véspera da estréia do campeonato do zagueiro Walace, que fez todo o treinamento com a equipe nos últimos dez dias, demonstra certo desencontro entre a comissão técnica e a direção responsável pelo futebol. Por alguns fatos ocorridos recentemente ele deveria ter sido afastado desde aquele fatídico jogo conta o Vasco, que foi a gota d’água que faltava para aumentar a revolta dos torcedores que já pediam seu afastamento do time.

Se o Botafogo conseguir reforçar a sua equipe, tem chances de fazer uma campanha que o afaste da zona da degola. O seu técnico é capacitado e com um elenco mais encorpado e experiente, não deverá fazer feio na competição. É o que espera o torcedor botafoguense em sua volta à divisão principal.  

Deixei o Vasco pro final e por estar na Segunda Divisão tinha que falar por último. Tenho lido alguns comentários de especialistas afirmando que o time é disparado o favorito absoluto para conquistar com sobras o título. Não vejo dessa forma - com sobras -, e só com nome não se ganha jogo. O futebol pragmático que o time vem apresentando não encanta o seu torcedor mais exigente. Reconheço o bom trabalho do técnico e a obediência tática dos jogadores que compraram a ideia do futebol de resultado, mas em uma competição longa – e de pontos corridos –, de muito desgaste e diversos jogadores com idade avançada, são fatores que pesam contra. Além do mais, um time que não tem ataque e faz poucos gols. Os pontos positivos da equipe são a defesa e o entrosamento que já vêm desde o final do ano passado. Com tudo isso, a “obrigação” pelo título é do Vasco.