terça-feira, 24 de maio de 2016

TROMBA D'ÁGUA DE 1971 - POR BEBETO ALVIM


24 de dezembro de 1971 (véspera de natal).

Trinta anos após, a tragédia se repetia. Em 1941, desabava o prédio da Prefeitura (documentado pelo jornal da época), onde é hoje o prédio do Capitão Altivo, pela força da tromba d’água.

Desta vez, a tragédia só não foi maior porque todos estavam acordados para a “Missa do Galo” e para a “Ceia de Natal”.

Às 23h: os “arautos” anunciavam: “Caiu um tromba d’água em Flores”. Às 23h30min.: as águas cobriam os paralelepípedos da Rua Direita com um metro de altura. Todos corriam a ajudar. Tanto casas quanto lojas comerciais. 06h.: as águas ainda estavam altas e o povo cansado. Sorte que as ruas eram de paralelepípedos, cuja estrutura permitia maior facilidade de percolação em seu rejuntamento.

Nos dias que se seguiram era comum a desolação: objetos, roupas, máquinas e até os livros dos cartórios expostos ao sol.

Em 1975, já funcionário do BANERJ, tive uma triste missão: reconferir todo o FGTS da agência, desde 1967. Um grande “cabeça-de-camarão” havia utilizado carbono copiativo intercalado nas fichas gráficas, para obtenção do extrato (de amarelo, o papel passou a roxo).

Poderia ter sido pior. Poderia não ter sobrado nem papel. Sorte que as ruas não eram asfaltadas.

É por essas e outras que eu adoro os paralelepípedos. (Ainda vou ter um). 

Nota: a foto que ilustra o texto é da Praça do Marcelino. 



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