Um esquema criminoso que pode ultrapassar R$ 22 milhões em
equipamentos que deveriam ir para atletas brasileiros. Às vésperas dos Jogos
Olímpicos do Rio 2016, a Polícia Federal investiga uma quadrilha formada por
empresas e pelo menos cinco confederações esportivas. Entre os crimes, fraude
de licitação, superfaturamento e falsidade ideológica.
As fraudes investigadas ocorreram na compra de itens como
coletes para prática de lutas, tatames, equipamentos eletrônicos e programas de
computador para análise de desempenho. Itens que foram licitados e comprados
com dinheiro federal, oriundo de convênios com o Ministério do Esporte. De
acordo com as investigações, as fraudes foram detectadas, até agora, nas
confederações de Esgrima, Tiro com Arco, Taekwondo, Tiro Esportivo, além de
associações como a Brasileira de Voleibol Paralímpico e clubes que patrocinam
atletas olímpicos. O inquérito está sendo tocado pela Delegacia de Repressão a
Corrupção e Crimes Financeiros (DELECOR), no Rio de Janeiro.
Em uma das compras, uma empresa localizada em Saquarema, na
região dos Lagos, no Rio, recebeu R$ 3 milhões pela compra de filmadoras,
computadores, entre outros produtos de informática e entregou itens de menor
valor. Segundo as investigações, neste caso, a Confederação Brasileira de
Taekwondo (CBTKD) informou ao Ministério do Esporte ter comprado 60 filmadoras de
mão, ao custo de R$ 2,4 mil cada, mas a empresa forneceu câmeras avaliadas em
R$ 200.
Já em outra licitação, para compra de tatames para o
taekwondo, as investigações mostraram que a empresa vencedora é uma
distribuidora de bebidas. Em depoimento, a dona negou que tenha participado da
concorrência que custou aos cofres públicos R$ 432 mil. À PF, a responsável
teria confessado que recebeu parte da verba apenas para participar do processo.
Pelo
menos 14 convênios com o Ministério do Esporte, firmados desde 2011, estão
sendo investigados no esquema que envolve mais de sete empresas. Entre elas,
uma foi identificada como a cabeça da fraude. Localizada na Barra da Tijuca, na
zona oeste do Rio, ela fica a 230 metros da sede do Comitê Olímpico Brasileiro
(COB). Criada para serviços de propaganda e marketing, a empresa se
especializou em abrir sub-companhias de fachada com as quais combinava preços
nas licitações para vencer o certame.
Antes de
montar a empresa, em 2006, o sócio da companhia trabalhou como diretor de
relações institucionais da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). A entidade,
no entanto, não está entre as investigadas.
OUTRO LADO:
Procurado,
o COB avisou que desconhece o assunto e aguarda mais informações para saber do
que se trata. O Comitê ressalta que as confederações não vivem sob sua tutela,
pois são autônomas.
A
Confederação Brasileira de Tiro com Arco, por sua vez,
respondeu: "Todas as nossas licitações seguiram estritamente o que
dispõe a Lei nº 8.666/93, Lei de Licitações, com a devida publicidade e
vinculação do Siconv, sistema público informatizado de convênios mantido pelo
Governo Federal. Assim, se houve alguma irregularidade, a CBTarco é a maior
interessada em averiguar eventual fraude e desconhece qualquer investigação
nesse sentido. A Cbtarco ainda avisa que não tem qualquer relacionamento com os
sócios da empresa SB Promoções, apesar de manter relação institucional com a
citada empresa".
Texto ESPN
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