domingo, 3 de julho de 2016

PREOCUPAÇÃO COM A MENINGITE EM CAMPOS

A secretaria de Saúde de Campos informou que acompanha dois casos suspeitos de meningite, em um jovem de 18 anos, com suspeita de meningococcemia, e uma criança de sete anos com suspeita de meningite pneumocócica, ambos internados no Hospital Ferreira Machado (HFM). Ainda segundo a secretaria, somente este ano, contando com esses dois, foram 22 casos notificados da doença, com seis mortes confirmadas, incluindo o caso das irmãs Ana Vitória e Joyci mortas em maio na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) depois de serem liberadas no Hospital Geral de Guarus (HGG). Os números põem o município a apenas oito casos da média histórica anual que, segundo a secretaria, é de cerca de 30 casos.

O infectologista Nélio Artiles explicou que 15% da população podem hospedar algum meningococo sem manifestar a doença. Isso não impede, no entanto, que a bactéria neisseria meningitidis seja transmitida para outro indivíduo que esteja com o organismo suscetível ou tenha uma pré-disposição genética a desenvolver a doença.

A meningite é uma inflamação da membrana que envolve o cérebro, a meninge, causada por várias bactérias, uma delas o meningococo. Essas bactérias podem, antes de desencadear a meningite, causar uma infecção em diversos órgãos pelo meningococo.

— As duas formas são extremamente graves. Qualquer meningite é grave e a meningococcemia é muito grave. Geralmente a mortalidade é muito alta, mas se for diagnosticada a tempo, a pessoa consegue se salvar sem sequelas — explicou o médico, explicando que as duas doenças avançam rápido. Já a meningite pneumocócica é mais lenta e ocorre geralmente após gripe, otite ou sinusites.

Segundo a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), são 13 sorogrupos de meningococos que causam a meningite, dentre eles os mais severos são o A, o B, o C, o Y e o W135. O diretor em Vigilância Sanitária de Campos, Charbell Cury e o diretor de infectologia do HFM, Telmo Garcia, foram procurados para explicar sobre quais sorogrupos estão em circulação no município, mas não obteve retorno.

O secretário Geraldo Venâncio explicou que as vacinas são liberadas pelo Ministério da Saúde em caso de surto ou epidemia, o que segundo ele não é o caso de Campos, mas também não informou sobre os sorogrupos.


Texto Folha Online 

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