A secretaria de Saúde
de Campos informou que acompanha dois casos suspeitos de meningite, em um jovem
de 18 anos, com suspeita de meningococcemia, e uma criança de sete anos com
suspeita de meningite pneumocócica, ambos internados no Hospital Ferreira
Machado (HFM). Ainda segundo a secretaria, somente este ano, contando com esses
dois, foram 22 casos notificados da doença, com seis mortes confirmadas,
incluindo o caso das irmãs Ana Vitória e Joyci mortas em maio na Unidade de
Pronto Atendimento (UPA) depois de serem liberadas no Hospital Geral de Guarus
(HGG). Os números põem o município a apenas oito casos da média histórica anual
que, segundo a secretaria, é de cerca de 30 casos.
O infectologista Nélio
Artiles explicou que 15% da população podem hospedar algum meningococo sem
manifestar a doença. Isso não impede, no entanto, que a bactéria neisseria
meningitidis seja transmitida para outro indivíduo que esteja com o organismo
suscetível ou tenha uma pré-disposição genética a desenvolver a doença.
A meningite é uma
inflamação da membrana que envolve o cérebro, a meninge, causada por várias
bactérias, uma delas o meningococo. Essas bactérias podem, antes de desencadear
a meningite, causar uma infecção em diversos órgãos pelo meningococo.
— As duas formas são
extremamente graves. Qualquer meningite é grave e a meningococcemia é muito
grave. Geralmente a mortalidade é muito alta, mas se for diagnosticada a tempo,
a pessoa consegue se salvar sem sequelas — explicou o médico, explicando que as
duas doenças avançam rápido. Já a meningite pneumocócica é mais lenta e ocorre
geralmente após gripe, otite ou sinusites.
Segundo a Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), são 13 sorogrupos de meningococos que causam
a meningite, dentre eles os mais severos são o A, o B, o C, o Y e o W135. O
diretor em Vigilância Sanitária de Campos, Charbell Cury e o diretor de
infectologia do HFM, Telmo Garcia, foram procurados para explicar sobre quais
sorogrupos estão em circulação no município, mas não obteve retorno.
O secretário Geraldo
Venâncio explicou que as vacinas são liberadas pelo Ministério da Saúde em caso
de surto ou epidemia, o que segundo ele não é o caso de Campos, mas também não
informou sobre os sorogrupos.
Texto Folha Online
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