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Foto internet |
Nascido em São João da
Barra, em 25 de abril de 1953, Sena saiu do interior fluminense para vencer no
futebol. Em 1972 partiu em direção ao Rio de Janeiro para tentar a sorte no
Vasco, indicado que foi por um jogador do próprio clube, o lateral Paulo César.
Logo de cara já teve a primeira decepção, pois o técnico do juvenil, Célio de
Souza, sequer deu condições ao jovem de realizar um treino, alegando que o
mesmo era muito franzino. Sem desistir do sonho, voltou para São João da Barra
com a promessa do próprio Paulo César de entrar em contato com o Zico, que já
despontava na Gávea, para que ele fizesse um teste no Flamengo, agora no seu
time de coração, para onde ele gostaria de ter ido direto.
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Reportagem do jornal O Dia, de 1995. Acervo particular |
Ainda no ano de 1972,
voltou e foi direto para o time juvenil, que tinha como responsável os
treinadores Miraglia e Modesto Bria. Permaneceu no clube por oito meses, onde
teve poucas oportunidades e ficou mais na reserva, mas jogou na posição que
mais gostava, de ponta de lança. No final do mesmo ano diversos jogadores foram
dispensados, entre eles, estava na relação o garoto Sena.
Ao sair da Gávea, um
funcionário do clube o encaminhou ao vice-presidente do São Cristóvão e já no
dia seguinte estava em Figueira de Melo. Depois de uns meses em experiência, o
técnico Pavão o avisou que ele estava aprovado para defender o time juvenil.
Corria o ano de 1973 e Sena acabou como principal artilheiro do campeonato da
divisão, colocando o São Cristóvão na quarta colocação do certame. Foi logo
promovido para o time principal e no ano de 1974, assinou o seu primeiro
contrato como profissional. Não demorou
muito e logo conseguiu uma vaga no time titular e os gols foram saindo
naturalmente, e sua fama de artilheiro despontava no futebol carioca. Um jogo
em especial, contra o Flamengo, pelo Campeonato Carioca, mais precisamente em
29 de março de 1975, foi inesquecível para o atacante. Depois de estar perdendo
por 2 x 0, com dois gols de Zico, o São Cristóvão virou o placar para 3 x 2,
com Sena marcando dois gols, aos 44 minutos do 1º tempo e aos 36 da etapa
final. O terceiro gol foi marcado por Santos, completando a virada aos 42
minutos.
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Acervo particular |
Foi inevitável o
interesse de outros clubes, mas um empresário fez o inesperado e incrível
convite: jogar no Atlético de Madrid, da Espanha. A negociação foi concretizada
e seu passe foi vendido por 120.000 dólares. Em 23 de julho de 1975, Sena
partiu pra Europa sonhando em conquistar a Espanha. Foram quatro meses como
titular, mas com poucos gols. Com a chegada dos brasileiros Luís Pereira e Leivinha
– naquela época uma equipe não podia escalar mais do que dois estrangeiros – foi
emprestado ao Rayo Vallecano, da segunda divisão espanhola, que não deixava de
ser uma espécie de filial do Atlético. O time era treinado pelo lendário Di
Stéfano e, na segunda divisão, ficou meio esquecido e alguns problemas internos
e a saudade da mulher, que havia voltado ao Brasil para ganhar o primeiro filho
do casal – o Leandro – foram minando a sua trajetória na Espanha.
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Acervo particular |
Uma proposta do
América, do Rio, foi a senha para que o atleta, depois de um ano e três meses,
retornasse ao futebol brasileiro. Sua passagem pelo América não foi feliz, pois
uma contusão na clavícula o afastou dos gramados por um bom tempo. Quando
retornou, não recuperou a posição e acabou na reserva.
No início de 1977 foi
emprestado ao Vitória, da Bahia, o que foi para ele um ótimo negócio, pois os
gols voltaram e acabou artilheiro do campeonato baiano com 18 gols. Foi a senha
para que o clube baiano adquirisse em definitivo o passe do atacante junto ao
time carioca. O ano de 1978 tinha tudo para ser de confirmação do artilheiro,
mas uma fatalidade, a perda de seu filho ainda pequeno, em sua casa, na cidade
de Salvador, foi um baque muito grande e desestruturou por completo a sua vida.
Com o passar do tempo as coisas foram voltando ao seu devido lugar e os gols
marcados em 1979 colocaram Sena novamente no caminho da artilharia. O Vitória conquistou o 1º turno do baiano, em 1979, e o seu
técnico, Aymoré Moreira, chegou a compará-lo ao atacante Palhinha, ex-Cruzeiro.
Mesmo perdendo o título regional para o rival Bahia, a artilharia ficou com o
atacante, que fez 25 gols.
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Acervo particular |
Em 1980, Sena disputou o Campeonato Brasileiro e atuou nos dois primeiros jogos do certame estadual, em que o Vitória conquistou o título. No segundo semestre foi
defender o Santa Cruz e conquistou o título do 1º turno pernambucano. Na
decisão do campeonato estadual acabou vice-campeão, mas foi o
artilheiro do certame com 23 gols marcados. Nesse mesmo ano foi o terceiro maior artilheiro do futebol nacional, só perdendo para Zico (segundo) e Baltazar (primeiro). Essa colocação lhe rendeu uma chuteira de bronze.
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Acervo particular |
A passagem pelo Palmeiras, em 1981,
foi rápida, mas o suficiente para deixar a sua marca de artilheiro na campanha
do Torneio Seletivo da Taça de Prata, onde o Palmeiras foi o campeão e acabou
classificado à 2ª fase da Taça de Ouro do mesmo ano. No jogo decisivo contra o
Guarani, na vitória por 2 x 1, marcou os dois gols. Pelo time paulista fez
apenas 22 jogos e marcou 8 gols.
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Acervo particular |
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Foto internet |
Ainda em 1981 retornou
ao futebol baiano, agora para defender o Bahia, seu algoz dos tempos de
Vitória. Permaneceu até 1983 e nesse período conquistou o tricampeonato baiano.
Formou com o atacante Dario uma dupla infernal de artilheiros. Em 1982 sofreu
uma grave contusão no joelho – ruptura dos ligamentos – que o afastou dos
gramados por um bom tempo. Retornou em
1983, no próprio Bahia, para posteriormente comprar o seu passe e seguir a sua
carreira em outras equipes.
A partir de 1984 passou
por diversos times, entre os quais: Taquaritinga (SP), Leônico (BA), Flamengo
(PI), Uberlândia (MG), Taguatinga (DF), Americano e Goytacaz, de Campos, e
finalmente no Guarapari, onde encerrou a sua carreira conquistando o título de
campeão capixaba de 1987.
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Sena campeão capixaba pelo Guarapari, em 1987. Acervo particular |
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Leandro Sena. Foto internet |
Logo depois iniciou a sua nova etapa como técnico e trabalhou em algumas equipes de pequeno porte, inclusive, o Esporte Clube São João da Barra, onde conquistou o título da Terceira Divisão de Profissionais do Estado do Rio, em 2010. Leandro Sena, seu filho, depois de jogar profissionalmente em vários times, atualmente trabalha como técnico de futebol.
No carnaval de 2004, em São João da Barra, tive a oportunidade de me encontrar com Sena - que foi muito atencioso - trocamos algumas palavras e aproveitei a oportunidade para fazer um registro e guardar como lembrança.
Muito boa reportagem
ResponderExcluirAssisti o Sena jogando no Parque Antarctica pelo Palmeiras . Reportagem , com histórico completo.
ResponderExcluirAcompanho sempre seu blog, rapaz eu gostaria de levantar publicações de atletas, técnicos, enfim pessoas ligadas ao esporte aqui da minha cidade de São Gonçalo/RJ, para enriquecer meu acervo cultural sobre a cidade, se você tiver algo e puder contribuir agradeço - zecapinheiro14@outlook.com
ResponderExcluirGostaria muito de atender sua solicitação, mas não tenho o material solicitado. O Kléber, já falecido e ex-jogador do Fluminense, já fiz postagem no face sobre ele.
ExcluirObrigado sena por ter jogado no São Cristóvão futebol e regatas..
ResponderExcluirParabéns pela reportagem. Todas elas que vc posta eu leio sou fã
ResponderExcluirGosto muito das suas reportagem. Todas elas que vc pública eu leio sou fã
ResponderExcluirParabéns saúde e felicidades sempre bjs
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