segunda-feira, 15 de agosto de 2016

ALTAMIRO CARRILHO: UM FILHO ILUSTRE DE SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA


Nascido na cidade vizinha de Santo Antônio de Pádua, em 21 de dezembro de 1924, filho de Lyra de Aquino Carrilho e Octacilio Gonçalves Carrilho, cirurgião dentista que gostava de ajudar as pessoas menos favorecidas, Altamiro era membro de uma família de oito irmãos, entre eles, o também flautista Álvaro Carrilho. Seu avô materno, Carlos Manso de Aquino, era tão apaixonado por música que ao nascer sua primeira filha lhe deu o nome de Lyra. Nome também de sua banda: Lyra de Arion - que tocava no coreto da praça onde as famílias da cidade do interior se reuniam para ouvir e aplaudir.

Carrilho ganhou sua primeira flauta aos cinco anos. Ainda criança, começou a fabricar os próprios instrumentos, serrando bambus e descobrindo diferentes timbres e afinações para as suas flautas. Ele teve uma infância pobre e a vocação para a música despertou cedo. Aos 15 anos mudou-se com a família para São Gonçalo, no Rio de Janeiro. Logo depois, a família transferiu-se para o bairro de Bonsucesso, subúrbio do Rio de Janeiro. Trabalhou como farmacêutico e continuou seus estudos de música à noite, até conseguir comprar uma flauta de segunda mão.

Após vencer o concurso de “Calouros em Desfile”, de Ary Barroso, o músico ganhou projeção nacional e passou a participar de inúmeras gravações. Em 1955, o músico gravou seu maior sucesso: o maxixe “Rio Antigo”, que em poucos meses, atingiu a marca de um milhão de cópias vendidas. Prestigiado, o flautista participou de discos com grandes artistas da MPB como Elis Regina, Roberto Carlos, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Nara Leão, Jair Rodrigues, Beth Carvalho, João Bosco, Francis Hime, Luiz Melodia, Nelson Cavaquinho, Moraes Moreira, entre outros.

Consagrado no Brasil inteiro e considerado um dos maiores instrumentistas da música popular, Carrilho se tornou uma lenda do choro com mais de 200 composições registradas em mais de 100 discos, tendo se apresentado em mais de 48 países, sempre com absoluto sucesso.  

Faleceu aos 87 anos de idade, em 15 de agosto de 2012, em uma clínica no Rio de Janeiro, por complicações pulmonares decorrentes de um câncer. Como era de seu desejo, foi sepultado na sua querida Pádua. Foi velado na Câmara Municipal e depois levado em carro aberto pelas ruas da cidade, acompanhado da Banda Musical Lyra de Arion e por um grande número de pessoas. Por coincidência, estava em Pádua no dia de seu sepultamento, e a cidade parou para homenagear e despedir de seu filho ilustre. 

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