Nascido na cidade vizinha de Santo Antônio de Pádua, em 21 de dezembro de 1924, filho de Lyra de Aquino Carrilho e Octacilio Gonçalves Carrilho, cirurgião dentista que gostava de ajudar as pessoas menos favorecidas, Altamiro era membro de uma família de oito irmãos, entre eles, o também flautista Álvaro Carrilho. Seu avô materno, Carlos Manso de Aquino, era tão apaixonado por música que ao nascer sua primeira filha lhe deu o nome de Lyra. Nome também de sua banda: Lyra de Arion - que tocava no coreto da praça onde as famílias da cidade do interior se reuniam para ouvir e aplaudir.
Carrilho ganhou sua
primeira flauta aos cinco anos. Ainda criança, começou a fabricar os próprios
instrumentos, serrando bambus e descobrindo diferentes timbres e afinações para
as suas flautas. Ele teve uma infância pobre e a vocação para a música
despertou cedo. Aos 15 anos mudou-se
com a família para São Gonçalo, no Rio de Janeiro. Logo depois, a família
transferiu-se para o bairro de Bonsucesso, subúrbio do Rio de Janeiro.
Trabalhou como farmacêutico e continuou seus estudos de música à noite, até
conseguir comprar uma flauta de segunda mão.
Após vencer o concurso
de “Calouros em Desfile”, de Ary Barroso, o músico ganhou projeção nacional e
passou a participar de inúmeras gravações. Em 1955, o músico gravou seu maior
sucesso: o maxixe “Rio Antigo”, que em poucos meses, atingiu a marca de um
milhão de cópias vendidas. Prestigiado, o flautista participou de discos com
grandes artistas da MPB como Elis Regina, Roberto Carlos, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Nara
Leão, Jair Rodrigues, Beth Carvalho, João Bosco, Francis Hime, Luiz Melodia,
Nelson Cavaquinho, Moraes Moreira, entre outros.
Consagrado no Brasil
inteiro e considerado um dos maiores instrumentistas da música popular, Carrilho
se tornou uma lenda do choro com mais de 200 composições registradas em mais de
100 discos, tendo se apresentado em mais de 48 países, sempre com absoluto
sucesso.
Faleceu aos 87 anos de
idade, em 15 de agosto de 2012, em uma clínica no Rio de Janeiro, por
complicações pulmonares decorrentes de um câncer. Como era de seu desejo, foi
sepultado na sua querida Pádua. Foi velado na Câmara Municipal e depois levado
em carro aberto pelas ruas da cidade, acompanhado da Banda Musical Lyra de Arion
e por um grande número de pessoas. Por coincidência, estava em Pádua no dia de seu sepultamento, e a cidade parou para homenagear e despedir de seu filho ilustre.
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