A
falta de chuvas e uma queda menor no consumo de energia devem fazer com que as
contas de luz do país voltem a ter bandeira amarela a partir de setembro, com a
cobrança extra de R$ 1,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Desde
abril, a bandeira está no nível verde, em que não há taxa extra nas contas. O
sistema existe desde o início de 2015 para indicar aos consumidores que as
condições de geração, por falta de chuvas ou outros motivos, está mais
restrita. A intenção é que o apontamento leva os clientes a reduzirem o
consumo, colaborando para o retorno da geração de energia aos custos mais
baixos.
Segundo uma autoridade
ligada ao tema, há três elementos principais que apontam para a retomada da
bandeira amarela em setembro. O primeiro é que os meses de setembro e outubro
são mais secos. O nível menor dos reservatórios das hidrelétricas exige mais
das térmicas, o que leva o custo médio da geração da energia a subir. Quando
são acionadas térmicas com custo superior a R$ 211 por Megawatt-hora (MWh), há
uma indicação clara de acionamento da bandeira amarela, o que já vem ocorrendo.
Para o acionamento das vermelhas, esse teto é de R$ 422 por MWh.
Outro argumento para se
revisar a bandeira é o aumento do consumo projetado para o ano. Desde maio, o
consumo de energia no país — apesar de ainda recuar em relação a 2015 — vem
superando as projeções anteriores. Assim, uma necessidade de consumo maior do
que a previsão anterior colabora com a indicação de possível escassez de
energia.
O último elemento a
apontar a mudança da bandeira é a situação dos reservatórios nos sistemas Norte
e Nordeste, as condições do rio São Francisco e do Tucuruí estão críticas. Na
sua última reunião, o Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico (CMSE)
indicou que “ainda poderá ser necessário manter o despacho térmico por garantia
de suprimento energético nos subsistemas Nordeste e Norte de forma a preservar
os estoques das UHEs (hidrelétricas) Tucuruí e Sobradinho e operar as
interligações com critérios de segurança adequados”.
— A bandeira amarela
agora faz sentido. É normal que se tenha bandeiras amarelas todos os anos nos
meses mais secos — disse a fonte, que prevê a manutenção da sobretaxa na conta
até novembro, quando as chuvas voltam a ser mais intensas.
Procurada, a Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que determina a indicação mensalmente,
informou que só se manifestará sobre a bandeira tarifária de setembro na data
oficial para deliberação, 26 de agosto.
Campos 24Horas
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