terça-feira, 18 de outubro de 2016

O CINEMINHA DO ZÉ DE ASSIS – POR BEBETO ALVIM


O Zé de Assis, um dos maiores empreendedores da “terrinha”, por trazer novidades dos grandes centros à custa de dias de viagens por estradas não pavimentadas, sempre se contentava ao chegar à Rua Direita de Miracema, que ostentava os seus belos e confortáveis paralelepípedos. Talvez, como gratidão, brindava o povo da cidade com “cineminhas” exibidos da sua loja para a rua, onde uma multidão se declinava com tal oferenda.

Também o Banco de Crédito Real (3º maior banco do País, à época) dava a sua contribuição para deleite da população miracemense. Ao cair da noite, exiba os seriados da TV em aparelho colocado sobre o balcão, já que as portas eram enormes e de vidro. Existiam poucos carros e esses não perturbavam a plateia que lotava a rua.

Para um ou para outro, lá íamos nós (papai, na bicicleta Philips, a levar eu, na cadeirinha, e o Paulo César, na garupeira).

Eu era feliz e sabia. E o povo também. 

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