De uma
família tradicional de pugilistas, por muito pouco o menino Éder Jofre não
nasceu num ringue de boxe. Mas logo o pequeno Éder estava engatinhando ao redor
do ringue e dando os primeiros passos em cima da lona na qual tios e irmãos
treinavam. Apesar de mostrar rapidamente um talento natural, ninguém ainda
poderia imaginar que ele se transformaria simplesmente no maior de todos, no
mais representativo da família Jofre e até hoje considerado o maior pugilista
brasileiro de todos os tempos. Nascido na capital paulista em 26 de março de 1936, Éder foi e continua sendo um exemplo para os desportistas do país.
E a
trajetória para chegar ao topo começou de forma meteórica. Em 1943, com apenas 7 anos de idade, Éder
Jofre já subiria num ringue. Foi no
Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, numa exibição entre mirins. No
entanto, as lutas para valer logo viriam. A estreia no boxe amador se deu em
1953, como peso-mosca, e, três anos depois, representava o Brasil na Olimpíada
de Melbourne, na Austrália, chegando até as quartas de final.
Embora
não tenha conquistado qualquer medalha, Éder prosseguiu na carreira de forma
vitoriosa. Em 1958, foi campeão brasileiro e um ano depois, sul-americano. Em
1960, precisamente no dia 18 de novembro, veio a glória maior. Ao vencer o mexicano campeão mundial Elói Sanchez, conquistou o cinturão da
categoria peso-galo. Virou um verdadeiro herói nacional.
Em 1961,
essa condição de ídolo foi reforçada. Nos Estados Unidos, conseguiu o título
dos pesos-galos também pela National Boxing Association, unificando os títulos.
Depois dessa unificação, o “Galo de Ouro” defendeu o título em sete
oportunidades até 1965, ano em que perde por pontos para o Japonês Harada. Em
1966, amarga a perda da revanche para o mesmo Harada, responsável pelas suas
duas únicas derrotas em sua brilhante e inesquecível carreira.
Abandona
o boxe para voltar em 1969, agora como peso-pena. Venceu até 1976, todas as 25
lutas que disputou pela categoria. Como campeão mundial dos pesos-pena – título
conquistado em 1973 – Éder encerra sua carreira
em 1976, aos 40 anos, com um invejável cartel: 81 lutas, 75 vitórias – 50 por
nocautes, 4 empates e 2 derrotas (em dois contestados combates contra Harada). Os seus feitos no ringue são reconhecidos até hoje no mundo do boxe.
Entre as
diversas homenagens que recebeu ao longo de sua carreira, em 1992 ganhou o
título de “Maior Peso-Galo” de todos os tempos, e passou a ocupar um lugar no
“Hall of Fame”, de Nova Iorque. Assim
como o Rei Pelé, Éder Jofre deveria ser mais reverenciado em seu país, pois não
se pode contar a história do boxe mundial sem ter um capítulo especial dedicado
a esse ETERNO CAMPEÃO.
Morreu aos 86 anos, em 02 de outubro de 2022, em decorrência de complicações de uma pneumonia. Ele estava internado desde março numa clínica em Embu das Artes, na Grande São Paulo.
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