Artigos e revisões
que contestam o argumento de que a gordura é o grande vilão das doenças
coronárias têm ganhado força. Em vez dela, a culpa seria do açúcar. A revista JAMA Internal Medicine publicou um estudo que sugere que a
indústria do açúcar pagou o equivalente a US$ 48 mil para uma pesquisa
relacionar doença do coração à gordura saturada e tirar o foco do risco causado
pelo açúcar.
Na pesquisa, Keys ignorou países
que consomem muita gordura, mas pouco açúcar, como a França, e tem taxas baixas
de doenças coronárias. Além disso, o artigo diz que "a taxa de doenças
coronárias é correlata à média de calorias derivadas da sacarose (o açúcar
comum) na dieta explicada pela inter-relação da sacarose com a gordura
saturada". Ou seja, Keys não fez um teste controle para separar o
resultado da gordura e do açúcar, apenas considerou os dois juntos.
Um dos maiores acusadores do
açúcar, o endocrinopedriatra e pesquisador Robert Lustig, da Universidade
da Califórnia, defende que ele causa diretamente doenças cardiovasculares,
gordura no fígado, diabetes tipo 2 e cárie.
Ele publicou neste ano na revista
Obesity, da Sociedade Americana de Obesidade, o resultado da troca do açúcar
por carboidratos na dieta de crianças obesas nos Estados Unidos por nove dias,
sem alterar a quantidade ingerida. Observou uma redução de 10 pontos do
colesterol LDL, implicado em doenças do coração, além de reduzir os
triglicérides (gordura armazenada no corpo) em 33 pontos e a pressão
arterial em 5 pontos. Mesmo sem alteração significativa do peso, o metabolismo
melhorou consideravelmente. Para Lustig, a obesidade não é a causa, mas
um dos sintomas dos problemas causados no corpo pelo açúcar.
“O conceito de que você precisa de açúcar para
viver é propaganda que a indústria do açúcar usou para as pessoas não acharem
que poderia ser perigoso consumi-lo. O açúcar não é perigoso por causa das suas
calorias, mas porque a bioquímica da molécula é perigosa".
Lustig
argumenta que as orientações para reduzir o consumo de gordura saturada que
vigoraram por 50 anos provocaram um aumento no açúcar adicionado à grande parte
dos produtos industrializados: pães, ketcup, e principalmente refrigerantes e
sucos. As orientações também fizeram médicos recomendarem a troca de manteiga
por margarina e banha por óleos vegetais, entre outros. E o colesterol ruim não
diminuiu.
UOL
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