sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

ZICO: O GALINHO DE QUINTINO E MAIOR ÍDOLO DO FLAMENGO




Arthur Antunes Coimbra nasceu no Rio de Janeiro em 03 de março de 1953. Quem viu aquele menino chegando para treinar na Gávea pela primeira vez – por intermédio do jornalista Celso Garcia – não poderia imaginar que ele se transformaria num jogador modelo, uma referência de atleta que aliaria talento e profissionalismo. Ainda adolescente Zico já chamava atenção pela sua habilidade, mas o seu físico em nada o credenciava. Era baixo, magro e tinha sérios problemas nutricionais. Parecia, enfim, ter muito menos do que os seus 14 anos. Diante dessa primeira dificuldade, começou a ser forjada uma carreira emblemática. O Flamengo ofereceu todo o apoio e Zico, desde o primeiro instante, não decepcionou.

Em 1º de outubro de 1967, no seu primeiro jogo pela escolinha do clube, ele marcaria dois gols na vitória de 4 a 3 sobre o Everest. Além do empenho em campo, o menino mostrava uma incrível determinação fora dele. Dedicava-se de corpo e alma aos exercícios que lhe dariam a estrutura física necessária para enfrentar o tranco dos seus marcadores. Era como um diamante bruto que progressivamente era lapidado, para, no futuro, encantar os torcedores e amantes do futebol. 

Com o passar dos anos, tornou-se um craque completo. Um camisa 10 habilidoso, artilheiro, perfeito em todos os fundamentos do futebol. E o mais importante: um exemplo para todas as gerações. Suas atitudes coerentes, seu respeito pelos torcedores e adversários, seu amor ao futebol, seu espírito de superação diante dos obstáculos são características que o elevam à condição de um dos maiores ídolos do esporte. Com a camisa do Flamengo, da Udinese, da Seleção Brasileira e do Kashima Antlers, Zico encarnou como poucos a essência do verdadeiro atleta. Ele deu à profissão de jogador de futebol uma nova dimensão.  

Da minha geração – acompanho futebol desde os anos 70 – foi o maior jogador brasileiro que vi em ação. Apesar de torcer por um time rival, nunca tive problemas em declarar a minha admiração pelo atleta Zico e pelo ser humano Arthur. Aprecio o bom futebol e sei reconhecer e dar o merecido valor a quem de direito. E o Zico é merecedor desse reconhecimento. Um ídolo do futebol não pode ser apenas de uma torcida, qualquer que seja a camisa que tenha vestido. Lembro-me de uma frase que meu saudoso pai dizia: “Quando se veste a camisa da seleção, o jogador defende o Brasil, e não o seu clube".  Sei que nem todos pensam e veem futebol da mesma maneira, o que devemos respeitar.

No dia 02 de dezembro de 1989, na vitória de 5 a 0 sobre o Fluminense, na cidade mineira de Juiz de Fora, Zico marcou um belo gol de falta em sua última partida oficial defendendo o Flamengo. Conquistou todos os títulos possíveis com a camisa rubro-negra. Foram 732 jogos e 508 gols marcados, com 434 vitórias, 180 empates e 118 derrotas. O fatídico lance contra o Bangu, em 1985, após ser atingido no joelho de forma desleal pelo lateral Márcio Nunes - foi fator decisivo para abreviar sua carreira. 

Pela Seleção Brasileira seus números são os seguintes: 88 jogos e 66 gols, sendo 72 oficiais e 52 gols. Do mesmo modo que, muitos outros craques do futebol mundial, Zico não conseguiu o título máximo defendendo a seleção nacional, mas esse único "asterisco" não é motivo para o atleta perder a condição de ser um ídolo nacional. Apesar de não ter vencido um mundial pela seleção, foi a estrela maior de uma geração brilhante. O azar foi da Copa do Mundo de não ter o Galinho no grupo de jogadores campeões. Coisas do futebol... 


   

5 comentários:

  1. Nada a acrescentar, apenas que em meu tempo o "mundo rubro negro" se divide em antes e depois dele.

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  2. Jogou muito no Flamengo, o Mundial de 1981, deve se muito aos seus passes para os gols de Nunes, e o rebote da falta batida por ele no gol de Adílio

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  3. Jogador completo, atleta exemplar e grande ser humano!!!

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