Arthur Antunes Coimbra nasceu no Rio de Janeiro em 03 de março de 1953. Quem viu
aquele menino chegando para treinar na Gávea pela primeira vez – por intermédio do jornalista Celso Garcia – não poderia imaginar que ele se transformaria num
jogador modelo, uma referência de atleta que aliaria talento e
profissionalismo. Ainda adolescente Zico já chamava atenção pela sua
habilidade, mas o seu físico em nada o credenciava. Era baixo, magro e tinha
sérios problemas nutricionais. Parecia, enfim, ter muito menos do que os seus
14 anos. Diante dessa primeira dificuldade, começou a ser forjada uma carreira
emblemática. O Flamengo ofereceu todo o apoio e Zico, desde o primeiro
instante, não decepcionou.
Em 1º de
outubro de 1967, no seu primeiro jogo pela escolinha do clube, ele marcaria
dois gols na vitória de 4 a 3 sobre o Everest. Além do empenho em campo, o
menino mostrava uma incrível determinação fora dele. Dedicava-se de corpo e
alma aos exercícios que lhe dariam a estrutura física necessária para enfrentar
o tranco dos seus marcadores. Era como um diamante bruto que progressivamente era lapidado, para, no futuro, encantar os torcedores e amantes do futebol.
Com o
passar dos anos, tornou-se um craque completo. Um camisa 10 habilidoso,
artilheiro, perfeito em todos os fundamentos do futebol. E o mais importante:
um exemplo para todas as gerações. Suas atitudes coerentes, seu respeito pelos
torcedores e adversários, seu amor ao futebol, seu espírito de superação diante
dos obstáculos são características que o elevam à condição de um dos maiores
ídolos do esporte. Com a camisa do Flamengo, da Udinese, da Seleção Brasileira
e do Kashima Antlers, Zico encarnou como poucos a essência do verdadeiro
atleta. Ele deu à profissão de jogador de futebol uma nova dimensão.
Da minha
geração – acompanho futebol desde os anos 70 – foi o maior jogador brasileiro
que vi em ação. Apesar de torcer por um time rival, nunca tive problemas em
declarar a minha admiração pelo atleta Zico e pelo ser humano Arthur. Aprecio
o bom futebol e sei reconhecer e dar o merecido valor a quem de direito. E o Zico é
merecedor desse reconhecimento. Um ídolo do futebol não
pode ser apenas de uma torcida, qualquer que seja a camisa que tenha vestido. Lembro-me
de uma frase que meu saudoso pai dizia: “Quando se veste a camisa
da seleção, o jogador defende o Brasil, e não o seu clube". Sei que nem todos pensam e veem futebol da
mesma maneira, o que devemos respeitar.
No dia 02
de dezembro de 1989, na vitória de 5 a 0 sobre o Fluminense, na cidade mineira
de Juiz de Fora, Zico marcou um belo gol de falta em sua última partida oficial
defendendo o Flamengo. Conquistou todos os títulos possíveis com a camisa rubro-negra. Foram 732 jogos e 508 gols marcados, com 434 vitórias,
180 empates e 118 derrotas. O fatídico lance contra o Bangu, em 1985, após ser atingido no joelho de forma desleal pelo lateral Márcio Nunes - foi fator decisivo para abreviar sua carreira.
Pela Seleção Brasileira seus números são os seguintes: 88 jogos e 66 gols, sendo 72 oficiais e 52 gols. Do mesmo modo que, muitos outros craques do futebol mundial, Zico não conseguiu o título máximo defendendo a seleção nacional, mas esse único "asterisco" não é motivo para o atleta perder a condição de ser um ídolo nacional. Apesar de não ter vencido um mundial pela seleção, foi a estrela maior de uma geração brilhante. O azar foi da Copa do Mundo de não ter o Galinho no grupo de jogadores campeões. Coisas do futebol...
Pela Seleção Brasileira seus números são os seguintes: 88 jogos e 66 gols, sendo 72 oficiais e 52 gols. Do mesmo modo que, muitos outros craques do futebol mundial, Zico não conseguiu o título máximo defendendo a seleção nacional, mas esse único "asterisco" não é motivo para o atleta perder a condição de ser um ídolo nacional. Apesar de não ter vencido um mundial pela seleção, foi a estrela maior de uma geração brilhante. O azar foi da Copa do Mundo de não ter o Galinho no grupo de jogadores campeões. Coisas do futebol...
Nada a acrescentar, apenas que em meu tempo o "mundo rubro negro" se divide em antes e depois dele.
ResponderExcluirBelíssimo texto. Parabéns!!!
ResponderExcluirJogou muito no Flamengo, o Mundial de 1981, deve se muito aos seus passes para os gols de Nunes, e o rebote da falta batida por ele no gol de Adílio
ResponderExcluirJogador completo, atleta exemplar e grande ser humano!!!
ResponderExcluirZico , sem palavras .....
ResponderExcluir