No
início da violenta década de 70, 13 rapazes subiram ao palco munidos de ideias
revolucionárias e um lema: “Só o amor constrói”. Eram os Dzi Croquettes, grupo
musical que, apesar de ter influenciado o cenário artístico nacional e
internacional, entre os anos de 1972 e 1976, ficou inexplicavelmente esquecido
por muitos anos. A atração era formada com números de canto e dança. Os
artistas se destacavam pelo visual extravagante, com maquiagens fortes e trajes
femininos. O grupo saiu dos padrões da época para contestar a sociedade e
marcou a cultura brasileira com muita irreverência.
Durante
esses anos de plena atividade aqui no Brasil, o grupo fez muito sucesso.
Não demorou muito para que as autoridades do regime militar censurassem o
espetáculo. Assim, os rapazes foram obrigados a se retirar do Brasil para o
exílio. Passaram primeiro por Portugal e depois foram pra França. O sucesso em
solo francês, com o apoio de Liza Minelli, levou a uma participação no filme Le
Chat et La Souris. Fizeram turnê pela Itália e, depois, em Londres. No auge do sucesso, o grupo recebeu um convite para uma turnê em Londres e Nova York. Porem, um brasileiro rico os seduziu para retornarem ao Brasil e criar um novo trabalho. Eles abandonaram a proposta da turnê e fizeram o caminho de volta. Era o início do fim e, após um desentendimento entre membros da família Dzi, ocorreu o rompimento definitivo ainda no ano de 1976.
Com o
final do grupo, Rogério viveu cerca de 30 anos em Paris.
Lá, entre outras coisas, trabalhou com decoração. Durante esse período, Rogério
perdeu o seu irmão, Reginaldo de Poly, que também fez parte do grupo e morava
na França. Em 2008, retornou ao Brasil e a sua Miracema, para morar com os
pais. Tive a oportunidade de conversar com ele uma vez, que, com muito prazer e emoção, contou um pouco de sua história e da trajetória do grupo. Rogério nos deixou em 15 de março de 2014.
Rogério de Poly é o que está agachado |
O
grupo voltou a ser lembrado em 2009 com o documentário “Dzi Croquettes”,
realizado por Rapahel Alvarez e Tatiana Issa. Com depoimentos de artistas
brasileiros influentes, o filme mostra a importância que os Dzi tiveram num
período tão dramático. E foi o documentário que levou o ator Ciro Barcelos, que
fez parte do grupo original, a preparar uma nova montagem com um novo grupo.
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