Especialmente no
interior, as homenagens a Santo Antônio, São João Batista e São Pedro mobilizam
a população e levam visitantes às pequenas e grandes cidades, nos dias 13, 24 e
29 de junho. Que tal conhecer o que diz a tradição católica sobre esses santos?
Santo Antônio
Para seguir a ordem
cronológica das festas, pode-se começar por Santo Antônio. Ele nasceu em
Lisboa, em data incerta, entre 1190 e 1195. Seu nome de batismo era Fernando.
Pertencia a uma família de posses, chamada Bulhão ou Bulhões. No entanto,
abdicou da riqueza por volta de 1210, ingressando na ordem dos franciscanos.
Seguiu para o atual
Marrocos para desenvolver trabalho missionário, mas sua saúde não se adaptou ao
clima africano. Adoeceu e regressou à Europa, fixando-se na Itália. Lá,
demonstrou grande talento para a oratória, o qual desenvolveu praticando ao
máximo durante nove anos.
Possuía grande
conhecimento da Bíblia e seus sermões impressionavam tanto os intelectuais
quanto as pessoas simples. Alguns de seus escritos foram conservados e são
conhecidos ainda hoje. Seu carisma conquistava multidões. A saúde, porém,
continuava frágil e ele morreu com cerca de 35 anos, em 13 de junho de 1231,
sendo canonizado no ano seguinte. Está enterrado em Pádua (Itália) e sobre seu
túmulo ergueu-se uma basílica, que é lugar de grande peregrinação.
São João Batista
Em geral, os dias
consagrados aos santos são aqueles em que eles morreram. No caso de São João
Batista, acontece o contrário: comemora-se o seu nascimento, que teria sido em
24 de junho de ano desconhecido. João Batista foi profeta e precursor de Jesus
Cristo. Era filho de Zacarias, um sacerdote de Jerusalém, e de Israel, parente da
mãe de Jesus.
João apareceu como
pregador itinerante em 27 d.C. Aqueles que confessavam seus pecados eram por
ele lavados no rio Jordão, na cerimônia do batismo. Atualmente, Israel e a
Jordânia disputam a
posse do local exato do rio onde São João batizava, já que isso atrai uma imensa
quantidade de peregrinos e turistas.
João teve muitos
discípulos e batizou o próprio Jesus. Porém, logo depois, foi atirado na prisão
por haver censurado o rei Herodes Antipas, quando este se casou com Herodíades,
a mulher de seu meio-irmão.
De acordo com a Bíblia,
Herodes prometeu à jovem Salomé, filha de Herodíades e excelente dançarina, o
que ela lhe pedisse, depois de tê-la visto dançar. Instigada pela mãe, Salomé
pediu a cabeça de João Batista, que lhe foi entregue numa bandeja. O episódio
teria ocorrido em 29 d.C.
São Pedro
São Pedro também tem
parte de sua vida registrada pelo Novo Testamento. Era um pescador no mar da
Galiléia, casado, irmão de Santo André. Juntamente com este, foi chamado por
Cristo para tornar-se "pescador de homens". Seu nome original era
Simão, mas Jesus deu-lhe o título de Khepas, que, em língua aramaica, significa
"pedra", e cujo equivalente grego tornou-se Pedro.
O nome se origina
quando Simão declarou "Tu és Cristo, o filho de Deus vivo", ao que
Jesus respondeu "Tu és Pedro e sobre essa Pedra edificarei minha
Igreja", entregando-lhe as "chaves do reino do Céu" e o poder de
"ligar e desligar". Os evangelhos dão testemunho da posição de
destaque ocupada por Pedro entre os discípulos de Jesus. No entanto, mesmo
assegurando que jamais trairia Cristo, negou conhecê-lo por três vezes, quando
seu mestre foi preso. Após a ressurreição, Pedro foi o primeiro apóstolo a quem
Cristo apareceu e, depois disso, ele se tornou chefe da comunidade cristã.
A tradição, que não está relatada explicitamente
no Novo Testamento, conta que Pedro teria sido crucificado em Roma. O fato tem
sido muito questionado, mas as pesquisas arqueológicas têm contribuído para
confirmar a tradição, deixando claro que Pedro foi martirizado a mando de Nero.
Conta-se que ele pediu
para ser crucificado de cabeça para baixo, para não igualar-se a Jesus. No
local onde foi sepultado, segundo a tradição, ergueu-se a basílica do Vaticano,
mas as escavações feitas no local não são conclusivas quanto ao fato de ali ser
ou não o túmulo do santo.
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