terça-feira, 4 de julho de 2017

A TRAJETÓRIA DO MIRACEMA NA 3ª DIVISÃO DO FUTEBOL PROFISSIONAL



Nota: a foto acima, do meu acervo, é de um jogo do Miracema (de branco) contra o Olympico, de Bom Jesus do Itabapoana, no estádio Dep. Luiz Fernando Linhares (Ferradurão), pela 3ª Divisão. 

 

O Miracema Futebol Clube estreou no futebol profissional do Rio de Janeiro, em 1988, ao participar do Campeonato Estadual da Terceira Divisão. No Grupo "D" terminou em último, em sua chave, atrás do União Nacional e do Olympico, sendo eliminado da fase seguinte da competição.


Em 1989, participa da chave "A", ficando na quarta colocação, atrás dos três primeiros classificados: Saquarema, Rio das Ostras e Campos Atlético. Cruzeiro, Esporte Clube São João, Cantagalo, Canto do Rio e Teresópolis, formaram a lista dos eliminados.

 

Em 1990, o Miracema disputou o certame novamente pelo grupo "A", ficando em quinto na primeira fase, atrás dos classificados Carapebus, Colégio, Canto do Rio e Esporte Clube Maricá. Confiança, Saquarema, Bela Vista e Esporte Clube São João, completam a lista de desclassificados.

 

Em 1991, a Federação transformou a antiga Terceira Divisão em Segunda, por conta da criação do Grupo "B" da Primeira Divisão. O Miracema passou a integrar, como as demais equipes, o novo módulo que continuou sendo o terceiro na prática. O time integrou o Grupo "C", ficando na terceira colocação, atrás de Saquarema e Olympico. O Canto do Rio também se habilitou à segunda fase. Nesta fase a equipe foi a última colocada, atrás de Saquarema, classificado à final, Olympico, Canto do Rio, Pavunense e Ceres.

 

Em 1992, a equipe alvinegra disputou pela última vez um certame profissional. Por falta de condições financeiras seus pontos foram anulados e o time foi eliminado da competição.

 

Nota: texto acima com informação e pesquisa do jornalista André Luiz Pereira Nunes.

 

Minhas considerações: um triste fim para um sonho que, quando se tornou realidade, já estava fadado ao fracasso por diversos fatores, sendo o principal deles, a parte financeira, pois sem dinheiro, não se faz mais nem futebol amador, o que dizer profissional.

 

A 3ª Divisão do Campeonato Carioca de 1988 foi tema de uma reportagem com quatro páginas da Revista Placar (Edição nº 947, de 29 de julho), com excelente matéria de Jorge Luiz Rodrigues e do fotógrafo Fernando Pimentel.

 


Em 1988, o time do Miracema Futebol Clube disputou pela primeira vez a 3ª Divisão do Campeonato Carioca. No entanto, não teve vida longa na competição e a mesma só serviu para abrir uma ferida no futebol amador de nossa cidade, até hoje não cicatrizada. 

 

Lembro-me de ter assistido ao jogo contra o Campos, no campo do adversário. Estava por lá e fui acompanhar a partida no acanhado estádio do Parque Leopoldina. Saiu um ônibus lotado de torcedores para prestigiar o jogo, em que o Miracema acabou derrotado. 

 

A matéria da revista Placar contou com detalhes minuciosos todas as dificuldades e a dura realidade dos times e jogadores em disputar uma competição totalmente deficitária. E já se passaram tantos anos e praticamente nada mudou na péssima organização e desleixo com essa competição. O futebol do interior do estado Rio AGONIZA.

 

Ao final do certame, sagraram-se campeões o América de Três Rios e o União Nacional, ambos promovidos para a Segunda Divisão de 1989. Não houve jogo final e ambos foram declarados vencedores.

 

Alguns tópicos da reportagem:

Na verdade, os estádios da Terceirona são tão exóticos como seus astros. Em Mendes, o pequenino Vila Wesley fica nos fundos de uma vila de casas. No Ferradurão, de Miracema, uma casa invade parte das arquibancadas e o dono, Altamiro, assiste da janela de um dos quartos aos jogos do time de seu coração. “Isso é que é torcer de camarote”, brinca.

 

Peso também é o que não falta ao centroavante Edmar, do Miracema. Com 84 kg distribuídos por 1,72m de altura, seus músculos não só amedrontam os zagueiros adversários como também os ladrões que viviam invadindo o estádio do time à noite. Assim, além de receber os salários por seus gols, ganha um reforço financeiro como vigia noturno do Ferradurão.

 

- O lateral Pedrinho, do Miracema, que está há dois meses sem ver a cor do dinheiro, diz: “Daqui não saio”, garante. “Tenho meu emprego na Prefeitura”. Pedrinho é zelador da praça do centro da cidade – e nenhuma folha seca consegue driblar sua vassoura.

 

 

Um comentário:

  1. Uma pena. A Ferj só suga dos clubes, se fosse como a Federação Paulista que apoia os clubes do interior nosso futebol seria outro.

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