O número de pacientes
com doença renal crônica que precisaram de diálise cresceu de 42 mil, em 2000,
para 122 mil no ano passado, de acordo com a Sociedade Brasileira de
Nefrologia. No ano passado, 5,7 mil pessoas fizeram transplante de rim no país,
quantidade que vem aumentando, em média, 10% de um ano para o outro. Segundo o
estudo, a prevalência no Brasil é de 595 pessoas por milhão, inferior ao Japão,
por exemplo, onde a população é mais envelhecida e registra prevalência de
2.535 pessoas por milhão. O Sistema Único de Saúde (SUS) foi responsável por 83%
das diálises feitas em 2016.
A presidente da
Sociedade Brasileira de Nefrologia, Carmen Tzanno, disse que muitos dos
pacientes de convênios de saúde desconhecem a cobertura de seu plano, ou sentem
dificuldade para encontrar o serviço de diálise em sua cidade, e acabam
procurando o SUS. “A maioria dos pacientes faz uso do sistema público, e isso
impacta a rede.”
O total de clínicas
voltadas ao atendimento dos pacientes com lesão renal aguda, em todo o país,
também cresceu de 510, em 2000, para 747 em 2016. Porém, a distribuição de
unidades ativas é desigual por regiões do Brasil, já que 49% delas estão no
Sudeste. O Sul concentra 22% das unidades, o Nordeste tem 18%, o Centro-Oeste
tem 7% e o Norte tem 4%.
“Toda a infraestrutura
de saúde no país está mais concentrada no Sudeste. Por isso, o tratamento
domiciliar é interessante que seja estimulado nessas localidades”, disse a
médica.
Prevenção
Carmen disse acreditar
que a prevenção é o melhor caminho para a doença renal crônica. Além do
histórico familiar, os pacientes devem observar os hábitos alimentares, o
sedentarismo, o envelhecimento, a obesidade, a diabetes e a hipertensão, que
são os principais fatores de risco. De acordo com a médica, a hipertensão
arterial, que atinge 30% da população, é a primeira causa de doença renal
crônica. A diabetes mellitus é segunda causa da patologia,
afetando 50% dos pacientes que entram em diálise. Além disso, o envelhecimento
contribui para a redução da filtração dos rins, que diminui, em média, um
mililitro por minuto ao ano depois que a pessoa completa 40 anos.
Os sintomas mais
importantes são anemia, pressão alta, inchaço, cansaço, inapetência e
emagrecimento, sinais que podem passar desapercebidos. Carmen explicou que a
diálise e o transplante renal, necessários quando a doença avança ao ponto em
que o rim perde função, têm alto custo. Apenas a medicação custa em torno de
600 reais por doente.
“Isso representa um
impacto no sistema, sem contar a elevada mortalidade. A prevenção pode retardar
as fases finais da doença ou fazer com que o paciente não necessite desses
tratamentos.”
Fonte: Agência Brasil
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