Nascido em Pilar de Goiás-GO, em 17 de outubro de 1926, entrou
para a história como um dos precursores da narração esportiva mais artística,
na qual os bordões desfilam constantemente. Saiu de sua cidade natal aos dois
anos de idade, indo para Jaraguá, depois Anápolis, a seguir Goiânia e,
finalmente o Rio de Janeiro. Inicialmente, sem dinheiro para a passagem, teve
que recorrer a uma carona no avião do Correio Aéreo Nacional. Não foi uma
viagem confortável, mas Waldir chegou ao Rio.
Veio para estudar Direito (formou na mesma turma do jornalista
Armando Nogueira), mas logo descobriu que o rádio era sua paixão e acabou sendo
considerado um dos maiores locutores de futebol do Brasil. Consagrou-se
como o mais categorizado narrador esportivo. Sua trajetória foi praticamente construída no Rio de
Janeiro, embora tenha iniciado a carreira na Rádio Clube de Goiânia. A sua
influência no rádio foi Ari Barroso, Oduvaldo Cozzi e Gagliano Neto, o trio de
ouro.
Procurar trabalho foi outra árdua tarefa. Depois de um ano como
funcionário do Hospital do Ipase, Waldir Amaral conseguiu uma vaga de locutor
comercial da Rádio Tupi. Pouco depois, atuou como assistente da equipe de
esportes da Rádio Mauá. Transferiu-se
para a Rádio Continental, como segundo locutor da equipe, que contava com
Oduvaldo Cozzi, um de seus ídolos. Ficou na emissora até 1960, quando mudou
para a Rádio Globo. O casamento com a Globo foi longo e Waldir ficou até
dezembro de 1983. Jorge Curi e Waldir Amaral formaram uma dupla que fizeram história
no rádio esportivo brasileiro. Ainda com muita disposição e fôlego, Waldir
continuou no rádio esportivo até 1992, quando se aposentou definitivamente.
Nesse período trabalhou nas rádios Nacional, Jornal do Brasil, Tropical FM, Capital e Record Rio, onde encerrou a carreira. Nas duas últimas emissoras deixou de narrar se tornando comentarista. Cobriu as Copas
do Mundo de 1950 a 1986 (exceto a de 1954, na Suíça).
Assim descreveu Waldir sobre a grande aceitação pública: “O público me aceita porque sempre procurei
inovar tudo no esporte, aproveitando as novidades do palavreado da moda,
adaptando-o ao dia a dia esportivo. Criei slogans, frases de efeito e, acima de
tudo, sempre respeitei as torcidas, sem vestir nenhuma camisa de clube. A única
que me sensibiliza é a da Seleção. E não acredito que minha voz ou minha dicção
sejam os aspectos básicos do meu sucesso.”
Waldir Amaral faleceu em 6 de outubro de 1997, onze dias antes
de completar 71 anos, vitimado por uma insuficiência coronariana, no Rio de
Janeiro.
Um criador de bordões:
A marca registrada de Waldir Amaral era a
criação de bordões, em sua grande maioria colhidos no calor das ruas. Um
comentário aqui, um cumprimento ali, e lá vinha inspiração para uma nova frase
que seria jogada no ar. As boas permaneciam. As outras eram descartadas. Certa
vez num cinema, o espectador da frente estava embevecido com a cena romântica
entre o mocinho atirado e a mocinha relutante. Quando o galã pegou a jovem pela
cintura e tascou-lhe um beijo, o espectador se manifestou: “indivíduo competente, esse”. Na fila de trás, Waldir memorizou
aquela que se tornaria uma de suas mais famosas tiradas no rádio.
São de sua autoria, tais como:
- WALDIIIR AMARAL!
- DEIXA COMIGO! VOCÊ, OUVINTE, É A NOSSA META. PENSANDO EM
VOCÊ É QUE PROCURAMOS FAZER O MELHOR (FRASE OBRIGATÓRIA NA ABERTURA DE TODAS AS
TRANSMISSÕES)
- O RELÓÓÓGIO MAAARCA
- MEUS AMIGOS DO ESPORTE
- TEM FUMAÇA DE GOL (PERIGO DE GOL)
- INDIVÍDUO COMPETENTE (O QUE FAZIA O GOL)
- 10 É A CAMISA DELE
- TEM PEIXE NA REDE... CHOVEU NA HORTA (ANUNCIAR O GOL
FEITO)
- ESTÃO DESFRALDADAS AS BANDEIRAS
- CALDEIRÃO DO DIABO (GRANDE ÁREA)
- JOGADA EMBRASADA (JOGADA PERIGOSA)
- AVANÇA A PATOTA (COM A PARTICIPAÇÃO DE VÁRIOS JOGADORES)
- VASCÃO DA COLINA
- ESTÁ DESERTO E ADORMECIDO O GIGANTE DO MARACANÃ (FINAL DA
TRANSMISSÃO)
- PELÉ, O DEUS DE TODOS OS ESTÁDIOS
- GARRINCHA, O DEMÔNIO DAS PERNAS TORTAS
- NÍLTON SANTOS, A ENCICLOPÉDIA
- ANDRADA, O ARQUEIRO DO REI
- GERSON, O CANHOTINHA DE OURO
- JAIRZINHO, O FURACÃO DA COPA
- ALTAIR, O FINO DA BOLA
- PAULO BORGES, A GAZELA
- SILVA, O BATUTA
- DENILSON, O REI ZULU
- CARLINHOS, O VIOLINO
- AMARILDO, O POSSESSO
- ROGÉRIO, O BAILARINO
- ROBERTO MIRANDA, O CABRA MACHO
- TOSTÃO, O MINEIRINHO DE OURO
- RIVELINO, A PATADA ATÔMICA
- VALFRIDO, O ESPANADOR DA LUA
- EDU ANTUNES, O PEQUENO GIGANTE
- SAMARONE, O DIABO LOURO
- LIMINHA, O CARREGADOR DE PIANO
- MERICA, O CARA DE LAMPIÃO
- TITA, O CORINGA
- JUNIOR, O CAPACETE
- ROBERTO DINAMITE, A VOCAÇÃO DO GOL E A CAMISA QUE TEM
CHEIRO DE GOL
- RONDINELLI, O DEUS DA RAÇA
- NUNES, O FURACÃO DO MENGÃO
- MENDONÇA, O MENINO DO RIO
- O CASAL 20 (A DUPLA ASSIS E WASHINGTON)
- DUPLA RO-RO (ROBERTO E ROMÁRIO)
Também criou um dos mais famosos apelidos que algum jogador de
futebol teve em todos os tempos: "GALINHO
DE QUINTINO", direcionado ao eterno ídolo flamenguista Arthur Antunes
Coimbra, mais conhecido como ZICO.
Choveu na horta do Mengão Campeão
ResponderExcluirAdorava ele dizer:vc ouvinte é a nossa meta,pensando em vc aqui procuramos fazer o melhor.
ResponderExcluirSempre o cito em todas as transmissões esportivas que realizo. "Tem peixe na rede" e por aí vai. E falo,assim diria o saudoso Waldir Amaral.
ResponderExcluirO início das transmissões completa era a seguinte ---> Vinheta: Waldir Amaral!!! Deixa Comigo!!! Você, ouvinte, é a nossa meta. Pensando em você é que procuramos fazer o melhor. Meus amigos do esporta boa tarde (normalmente domingo às 5 da tarde). São dezessete horas na mais linda cidade do mundo. Rio, Capital mundial do futebol.
ResponderExcluirÉpoca boa vc ouvia no rádio e passava na tv, hoje em dia o gol sai no rádio e na tv só sai dois minutos depois
ResponderExcluirFui repórter de campo por quase 20 anos, na Rádio Espírito Santo 1160, e Waldyr era minha inspiração, pois ouvia a Rádio Globo nos anos 60 e 70.
ResponderExcluirIndivíduo competente o Waldir!
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