quarta-feira, 20 de setembro de 2017

WILSON MOREIRA: MAIS UM DA FAMÍLIA MOREIRA QUE SE AVENTUROU NO MUNDO DA BOLA


Wilson Faria Moreira nasceu no Rio de Janeiro, em 06 de março de 1935.  Por ser filho de um treinador famoso – o saudoso Zezé Moreira – seu início no Botafogo foi bem complicado. Muitos diziam que só jogava porque seu pai era técnico. Ele sentiu na pele essa pressão que é muito comum no meio esportivo.

Foi assim que começou a história do atacante Wilson Moreira no futebol. Aos 18 anos de idade, ainda juvenil do Botafogo, ele treinava com a Seleção Brasileira – Zezé era o técnico e o levou para assistir à Copa do Mundo de 1954, na Suíça.

Botafogo 1956: Wilson Moreira é o 4º agachado, a partir da
esquerda, ao lado de Didi. 
Chegou ao time principal do Botafogo e depois de um período no alvinegro, Vasco e Fluminense demonstraram interesse em contar com seu futebol. O Vasco venceu a parada e Wilson partiu pra São Januário. Teve que deixar o Botafogo para mostrar que a sua presença no time não era à custa de seu sobrenome.


Vasco 1958: Wilson Moreira é o 3º agachado, a partir da
esquerda, entre Vavá e Rubens. 
Wilson chegou ao Vasco para ser reserva de Vavá e participou da conquista do Campeonato Carioca de 1958, contribuindo com cinco gols, em sete jogos, todos do primeiro turno. Uma proposta da Espanha, do Real Bétis, de Sevilha, seduziu Wilson Moreira e ele partiu para o futebol europeu. Retornou ao Brasil, em 1960, e jogou por empréstimo no Fluminense. O Vasco demonstrou novamente interesse em contar com o jogador e comprou seu passe junto ao time espanhol, no final de 1960.  

Fluminense 1960: Wilson Moreira é o 3º agachado, a partir da
esquerda, ao lado de Telê Santana. 
Depois de altos e baixos no time cruzmaltino, Wilson resolveu dar um tempo com o futebol e se dedicou aos estudos, fazendo faculdade de direito. No entanto, depois de quase dois anos afastado dos gramados, estava treinando no Fluminense, sob o comando de seu pai, e acabou acertando com o Botafogo, retornando ao clube onde começou.

Numa reportagem da Revista do Esporte, de 1962, o título da matéria era o seguinte: “Botafogo contratou atacante pelo telefone”.  O primeiro parágrafo resume bem o motivo dele não ter ficado no tricolor. “O drama sentimental de um pai escrupuloso e honesto impediu o ingresso de Wilson Moreira no Fluminense. Com efeito, Zezé Moreira, seu genitor, preferiu sofrer agruras com o problema da armação do seu ataque a ter que pedir ao seu clube para contratar o seu filho, que vinha treinando com agrado nas Laranjeiras. O Botafogo, diante da decisão do Fluminense, não hesitou em contratar Wilson Moreira, por nele reconhecer inegáveis méritos de atacante.”

Wilson Moreira em 1957 
Os estudos falaram mais alto e logo depois Wilson Moreira decidiu encerrar definitivamente a carreira, antes mesmo de completar seus 30 anos. Atendeu também a um desejo de sua mãe, pois era filho único e ela queria que o mesmo retornasse aos estudos – havia trancado a faculdade de direito. Assim foi feito e pouco tempo depois Dr. Wilson Moreira já era advogado e foi seguir sua vida fora dos gramados. Em uma entrevista concedida por Zezé Moreira, em 1993, ele disse que jamais insistiu para ele ser jogador e afirmou que o filho “nunca foi entusiasmado com o futebol”. Isso explica muita coisa.

Exerceu a profissão e depois assumiu o posto de Inspetor em uma companhia francesa. Inclusive, reside há muitos anos em Paris.  

Resumindo: ele pagou caro por ser filho de um treinador famoso. Teve o privilégio de jogar em uma época que o Brasil produzia craques aos montes, e conviveu com muitos deles no Botafogo, Vasco e Fluminense, tais como: Garrincha, Nilton Santos, Didi, Paulinho Valentim, Almir, Bellini, Vavá, Castilho, Pinheiro, entre outros. 

Um comentário:

  1. Excente matéria.Sou colecionador das coisas do futebol e tirou várias dúvidas que eu tinha.

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